Page 24 - Revista da Armada
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Comemorações do Dia do Armistício da I Grande Guerra,
do Aniversário da Liga dos Combatentes
e do Fim da Guerra do Ultramar
No dia 11 de Novembro a liga dos No fim houve uma visita ao Forte e às
combatentes realizou uma cerimó- exposições que estão patentes e procedeu-
nia em que se comemorou o 88º ani- -se ainda ao lançamento do livro “Cruzes
versário da liga, o 93º aniversário da assina- de Guerra“ da autoria de Henrique Pedro.
tura do Armistício da I Grande Guerra e a
evocação do 37º aniversário do fim da Guer- No seu discurso o Presidente da Liga fez
ra do Ultramar. referência ao facto de continuar em expansão,
atingindo já cem núcleos espalhados pelo
Acerimónia contou com uma força consti- país e alguns no estrangeiro, geridos por 516
tuída por uma guarda de honra formada por dirigentes voluntários, aumentando também
uma companhia a três pelotões da Marinha, o número de membros, com 2500 novos só-
Exército e Força Aérea, Estandarte Nacional, banda e fanfarra com re- cios, não obstante os 500 mortos anuais, que em média, sofremos.
quinta, e teve lugar junto ao forte do Bom Sucesso, em frente do Monu- “Teremos a honra de entregar hoje a sua ex.ª o Ministro da Defesa Nacional
mento aos mortos do Ultramar, pelas 14.30 horas, sendo presidida pelo o seu cartão como membro da liga dos combatentes com o nº 166.444 e a sua
Ministro da Defesa nacional, Dr. José Pedro Aguiar Branco. Marcaram exª o secretário adjunto da defesa nacional com o nº 166.445”.
presença na cerimónia o Chefe do Estado-Maior General das Forças Ar- Terminou o seu discurso afirmando “ os combatentes são iguais em di-
madas, o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, o Chefe reitos e deveres a qualquer cidadão, nos estritos termos da declaração dos direi-
do Estado-Maior da Armada e o Chefe do Estado-Maior da Força Aé- tos do homem, foram pelo estado escolhidos para, em determinado momento,
rea, o Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, o Chefe da Casa Mili- defenderem os seus superiores interesses, da sua soberania, da sua integridade
tar do Presidente da República e o Presidente das Ordens honoríficas e a defesa das suas populações.
militares, além de deputados da Comissão de Defesa daAssembleia da Apartir desse momento esses cidadãos a quem a determinada altura da vida,
República, dos Embaixadores da Hungria e da Ucrânia, do Presidente vestiram a farda das FAP’s, esses cidadãos combatentes, assumiram com o risco
e de membros do Conselho Supremo da Liga, de alguns Almirantes da própria vida, deveres não exigidos ao cidadão comum.
e Generais, da Secretária-Geral e do Inspector-Geral do MDN e de al- O estado tornou-os diferentes dos outros cidadãos, para a vida inteira,
guns Directores-Gerais e ainda de alguns Adidos de Defesa de países em deveres.
amigos, muitos Presidentes de Associações de Combatentes e de Nú- Cumpre ao estado, quando necessário, garantir-lhes alguns direitos, mesmo
cleos da Liga dos Combatentes. que para além dos atribuídos ao cidadão comum. tal como não foram comuns
os deveres que cumpriram, alguns com o sacrifício da própria vida.
Nas alocuções discursou o Presidente da Direcção Central da Liga, Portugal pode contar connosco para continuar a combater pela pátria, com os
Tenente-General Chito Rodrigues, o Comandante Geral da GNR, Te- nossos próprios meios para ajudar o país a ultrapassar momentos dificílimos por
nente-General Newton Parreira, que se pronunciou sobre o tema das que passa em tempo de paz, na linha da honestidade, da clareza e do trabalho.
missões internacionais do estado português – o contributo da GNR, e As guerras ganham-se e perdem-se. Ganham normalmente as estratégias ar-
do discurso do Ministro da Defesa Nacional, Dr. Aguiar Branco. rojadas e bem apoiadas. as crises ultrapassam-se. Mas é fundamental manter
as crises dentro dos seus próprios limites.
Seguiram-se algumas condecorações a militares e civis colocados na Lutemos pois, com todas as nossas forças, para estabelecer um conceito estra-
Liga e depois duma invocação religiosa procedeu-se à colocação de ra- tégico de acção a nível nacional e de acção europeia que consiga manter a crise
mos de flores pelas associações de combatentes e entidades presentes, multifacetada que vivemos, dentro dos seus próprios limites “.
em homenagem aos combatentes que morreram pela Pátria.
Foi tocado o hino da Liga dos Combatentes e as forças desfilaram
em frente à tribuna seguidas pelos guiões dos núcleos e das associa- Colaboração da LIGA DOS COMBATENTES
ções de combatentes.
Celebração pelos militares falecidos – Mosteiro dos Jerónimos
“Eu estive lá”
Desde algum tempo a esta data que queédadaaestaformatãoparticulardegaran-
tenho participado e assistido à tradi- tir a memória dos que já não privam connosco.
cional Missa dos Fiéis Defuntos, que Este ano a responsabilidade da anima-
este ano teve lugar no dia 2 de Novembro, ção litúrgica foi da Marinha e a presença do
na Igreja Santa Maria de Belém, no Mostei- manto azul ferrete foi bastante alargado,
ro dos Jerónimos. quer por Almirantes, Oficiais, Sargentos,
Praças, Militarizados e Civis.
Senti o dever de partilhar com os leitores A comunhão e a partilha são uma cons-
da Revista da Armada, de uma forma mais tante neste tipo de cerimónias que em par-
pessoal, o ambiente que se faz sentir e viver ticular tem o momento mais expressivo
num momento e espaço tão próprios da nos- quando na Igreja são entoados os toques de homenagem aos mortos.
sa cultura castrense e católica. No final tenho a certeza que a exemplo de muitos saí mais completo
e com um sentir de dever cumprido para com aqueles que deixaram
Estar perante Deus a homenagear os que ao serviço do país e das de caminhar fisicamente ao nosso lado…
forças armadas partiram é um momento importante de respeito e de
garantir que o caminho terreno não ficou esquecido. J. Coutinho de Lucena
CFR
Apresença de altas individualidades do Estado, em particular as relati-
vasàsForçasArmadasedeSegurança,confereaomomentoaimportância
24 JANEIRO 2012 • REVISTA DA ARMADA