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REVISTA DA ARMADA | 501
Foto SPRS Parracho
reboque, busca e salvamento e vistoria no mar (com realização Em jeito de balanço, considera-se que a participação nos exer-
de boarding). cícios Breeze 2015 e no Sea Shield 2015 foi proveitosa para a
força naval, uma vez que constituiu uma boa oportunidade para
Relativamente ao treino interno, foram efetuados exercícios treinar técnicas, táticas e procedimentos com vista a incrementar
para a brigada de intervenção rápida, treinos de emergência a interoperabilidade entre as várias unidades participantes, em
médica, carregamento de armas (Goalkeeper, peça de 76MM e representação de marinhas da NATO e não-NATO.
SRBOC), exercícios de máquinas e estabelecimento da condição
geral 1 (postos de combate). O regresso a Lisboa
No decurso do exercício, realça-se ainda a permanência na Os primeiros dois meses de participação na SNMG1 estavam
área das operações de um navio da federação russa, da classe terminados e o sentimento geral era de missão cumprida. Com
Tarantul, junto aos navios da NATO, não tendo interferido, no en- efeito, desde o trabalho efetuado durante o aprontamento do
tanto, com o normal decurso dos exercícios. Para o NRP D. Fran- pessoal e do navio, passando pelo treino realizado e culminando
cisco de Almeida fica o registo de uma situação inusitada, porém, com a integração e a participação na SNMG1, na companhia de
episódios como este passaram a ser rotina no Mar negro. um estado-maior embarcado e de vários navios de guerra de di-
ferentes nacionalidades, foram vários os momentos em que, ao
Após o exercício Breeze 2015, a SNMG1 atracou no porto de longo de um ano e meio, o profissionalismo e a generosidade dos
Varna, tendo largado no dia 13 de julho, de forma a efetuar pre- militares, em particular, do NRP D. Francisco de Almeida e, em
sença naval no Mar Negro, na companhia do HNLMS Tromp e geral, da Marinha, foram evidenciados.
do ROS Regele Ferdinand (ex-HMS Coventry), enquanto cumpria
com o programa de treino operacional determinado pelo COMS- Concretamente, nestes primeiros dois meses de missão subli-
NMG1 e participava em apoio associado na OAE. nha-se,sobretudo,oempenho,adedicaçãoeaunião da guarnição,
a interoperabilidade com as diferentes marinhas e a perceção de
No período de 17 a 23 de julho decorreu o exercício naval que a Aliança Atlântica pode ser uma plataforma de aproximação
romeno Sea Shield 2015. Neste exercício, para além dos navios de povos e de culturas e, por último, os desafios colocados pelo
atribuídos à SNMG1, participaram unidades navais da Roménia, trabalho desenvolvido num flag ship, com o respetivo estado-
Bulgária, Turquia (incluindo um submarino), Ucrânia e Grécia. -maior embarcado.
Participaram, ainda, aeronaves MIG 21 da Força Aérea romena.
Com a chegada a Lisboa prevista para o dia 4 de agosto, apro-
A fase de terra decorreu em Constança, no período de 17 a ximava-se a passos largos o reencontro com as famílias e o me-
19 de julho. Nesta fase do exercício, ocorreram diversas reuni- recido gozo de um summer dispersal, de modo a retemperar as
ões preparatórias que se revelaram de grande importância para energias para os quatro meses seguintes.
o bom desenrolar do exercício.
Colaboração do COMANDO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA
No dia 20 de julho, iniciou-se a fase de mar do exercício Sea
Shield 2015, o qual incluiu um programa seriado, em muito si- Notas
milar ao executado no exercício Breeze 15, havendo a realçar a
inclusão de uma fase de TACEX e a participação de uma unidade 1 A SNMG1 substituiu a STANAVFORLANT e a SNMG2 substituiu a STANAVFORMED
naval Ucraniana o UPS Sagadaichny. e, embora continuem a atuar de forma independente, estes grupos fazem ambos
parte da NATO Response Force.
Durante todo o exercício, um AGI russo (da classe Moma) per-
maneceu junto às unidades participantes. A distância mínima ao
NRP D. Francisco de Almeida foi de 1,8 milhas náuticas. O AGI não
interferiu, no entanto, com o normal desenrolar dos exercícios.
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