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REVISTA DA ARMADA | 501
Terminada a cerimónia de reativação da SNMG1, a guarnição deixarem de cumprir, por motivos de ordem logística, as tradicio-
do NRP D. Francisco de Almeida iniciou de imediato os prepa- nais passagens pelos portos de Rota e de Souda Bay.
rativos para a primeira missão, designadamente o Operational
Training Programme (OTP), seguindo-se na semana seguinte o A paragem por terras espanholas e gregas, mesmo sendo ape-
Contex-Phibex, na companhia da fragata holandesa Tromp. nas por um dia respetivamente, permitiu aos navios garantirem
o apoio logístico necessário e proporcionar às suas guarnições o
Operational Training Programme gozo do calor do verão e das águas quentes do Golfo de Cádis e
e Contex-Phibex do mar Mediterrâneo.
De 10 a 12 de junho realizou-se um programa dedicado à inte- A permanência no Mar Negro era esperada com grande ex-
gração dos navios da força, designado por Operational Training petativa por diferentes ordens de razão. A primeira prendia-se
Programme (OTP). Neste programa foram realizados exercícios de com questões de natureza operacional, nomeadamente a opor-
comunicações, exercícios de defesa aérea, com a participação de tunidade de operar com outras marinhas, tais como a búlgara, a
meios da FAP, nomeadamente F-16 e P-3C, exercícios de guerra an- romena, a turca e a ucraniana também, que era antevista com
tissubmarina e de superfície, operações de voo com os helicópte- natural interesse.
ros orgânicos dos dois navios (Lynx Mk95, do NRP D. Francisco de
Almeida, e NH-90, do HNLMS Tromp), treino de tiro com a peça de A segunda razão convocava questões de natureza cultural e so-
76MM e com a Goalkeeper e treino com as equipas de abordagem. cial. Com efeito, para a guarnição da fragata D. Francisco de Al-
meida, a permanência no Mar Negro, para além de constituir uma
Com o OTP, pretendeu-se garantir as proficiências necessárias, novidade em termos da geografia, era também uma oportunidade
ao nível dos procedimentos, e a interoperabilidade dos navios, para conhecer a realidade social e cultural da Bulgária e da Romé-
antes do início do Contex-Phibex 15. Ainda durante este período, nia, dois Estados-membros recentes da NATO e da União Europeia,
o FS Courbet, navio francês da classe Lafayette, também partici- e, naturalmente, da Turquia, rica em história, tradição e cultura.
pou em algumas das séries previstas para o OTP.
Este trânsito ficou ainda marcado pela passagem, durante a
Após o OTP seguiu-se de imediato o exercício Contex-Phibex noite, do Estreito do Bósforo e da cidade de Istambul. Por entre
2015, o primeiro grande exercício que contou com a participação palácios, mesquitas, minaretes, pontes, hotéis e arranha-céus,
dos navios da SNMG1. Sendo o exercício de maior envergadura temperados pela religião, a história secular da cidade e a vida dos
da Marinha, a expectativa era elevada, para além de permitir a seus cerca de vinte milhões de habitantes, esta travessia revelou
interoperabilidade desejada antes da força iniciar o seu trânsito uma fotografia inesquecível da cidade de Istambul à noite.
para a área de operações no mar Negro.
Terminada a passagem pelo Estreito do Bósforo, as fragatas da
A SNMG1 no Mar Negro SNMG1 entraram no mar Negro na madrugada do dia 5 de julho
e de imediato foram interpeladas por um navio russo que se en-
Finda a participação no Contex-Phibex ao largo do território lu- contrava nas imediações.
sitano, o NRP D. Francisco de Almeida, na companhia do HNLMS
Tromp, marcaram as derrotas com destino ao Mar Negro, sem A presença de navios e aviões russos no mar Negro fez-se sen-
tir de forma regular, porém, nunca existiu qualquer tipo de inte-
ração entre estes meios e as fragatas da SNMG1.
Durante os 19 dias em que a força permaneceu no mar Negro,
foram visitados os portos de Varna, de Constança e de Istambul.
Foto WO C. Artigues
NOVEMBRO 2015 19