Page 18 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 501

                                                                     Marinha, a mesma não foi preparada para uma missão
                                                                     desta envergadura.

                                                                       Para além das redes e serviços normais, foi necessá-
                                                                     rio criar novas redes e garantir o acesso a novos servi-
                                                                     ços, nalguns casos em duplicado, mas, no final do pro-
                                                                     jeto, a estrutura desenvolvida permitiu o acesso eficaz
                                                                     a todos os sistemas necessários, com garantia do ade-
                                                                     quado apoio ao comando e controlo durante a missão.

                                                                       Após a conclusão do Plano de Treino Básico (reali-
                                                                     zado entre os meses de março e abril de 2014), sob a
                                                                     égide do CITAN, o navio foi sujeito ao Portuguese Ope-
                                                                     rational Sea Training, durante os meses de maio e ju-
                                                                     nho, sob a égide do Flag Officer Sea Training (FOST), em
                                                                     Plymouth, Inglaterra.

                                                                       Como é do conhecimento geral, o FOST é um treino
                                                                     multidisciplinar que, ao construir cenários de elevada
                                                                     complexidade no âmbito do espectro da guerra, abran-
                                                                     ge as áreas da batalha externa e interna e expõe o navio
                                                                     e a sua guarnição a situações extremas e muito próxi-
                                                                     mas da realidade.

                                                                       Após a conclusão destes planos de treino, a manu-
                                                                     tenção das proficiências da guarnição foi complemen-
                                                                     tada, nos meses subsequentes, com o Plano de Treino
                                                                     de Porto (PTP), mas também com exercícios no mar
                                                                     que permitiram consolidar os padrões de prontidão
                                                                     alcançados durante o processo de certificação do na-
                                                                     vio, designadamente, o Noble Mariner 14 e o Instrex
                                                                     01-15.

sas entidades da Marinha e fora desta, entre as quais se contam               A Reativação Operacional
a Direção do Pessoal, a Direção de Formação, o Centro de Medi-                da SNMG1
cina Naval, a Escola de Tecnologias Navais, o Centro de Educação
Física da Armada, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e o Insti-    A função principal da SNMG11 é prover a NATO de uma capa-
tuto de Apoio Social das Forças Armadas.                             cidade naval permanente nos espaços de interesse da NATO e
                                                                     de disponibilidade imediata para a condução das operações no
  Na área do material foram identificadas mais de 300 ações de       âmbito da NATO Response Force (NRF).
manutenção, distribuídas em ações preventivas e corretivas e di-
vididas entre os 1º, 2º e 3º escalões. Paralelamente, foram identi-    Portugal tem vindo a participar de forma regular, desde o iní-
ficados mais de 1300 artigos divididos entre a aplicação imediata,   cio da criação das SNMG, designadamente através do empenha-
a sustentação da missão e a reposição do lote de bordo.              mento de uma unidade naval por períodos variáveis, de pessoal
                                                                     para o estado-maior, do Comandante da força e do respetivo
  Destacam-se como principais trabalhos as alterações na capa-       navio-almirante.
cidade de alojamento, nos espaços de serviço e nas capacidades
dos sistemas de informação, aspetos fundamentais para o navio          Para esta ativação, Portugal assumiu o comando da força tendo
receber o COMSNMG1 e o respetivo estado-maior.                       para tal nomeado Comandante da SNMG1 o CALM Alberto Sil-
                                                                     vestre Correia, a respetiva componente nacional do seu estado-
  Definidas as ações prioritárias, os esforços foram concentrados    -maior embarcado e o navio-almirante, neste caso concreto o
nas ações de manutenção identificadas como no go e críticas,         NRP D. Francisco de Almeida.
incluindo os respetivos sobressalentes associados à sua manu-
tenção e sustentação.                                                  A par da componente nacional do estado-maior embarcado,
                                                                     também foi designada uma componente internacional consti-
  No final, com o empenho das diversas entidades envolvidas          tuída por sete oficiais dos seguintes países: Holanda, Espanha,
e, em particular, dos seus representantes, foi possível iniciar a    Inglaterra, Noruega, Polónia e Canadá. Na componente nacional
missão sem deficiências operacionais e com as capacidades ine-       destaca-se a participação de dois oficiais (respetivamente com
rentes ao flag ship.                                                 funções nas áreas das relações públicas e das informações), 8
                                                                     sargentos e uma praça, perfazendo um total de 19 militares.
  No que diz respeito às comunicações e sistemas de informa-
ção, o grande desafio deste aprontamento passou por dotar e in-        Na cerimónia de reativação realizada a 8 de junho, presidida
crementar o navio com uma infraestrutura capaz de cumprir com        pelo Comandante do Maritime Command (MARCOM), o CALM
todas as necessidades do estado-maior do comando da SNMG1.           Alberto Silvestre Correia tomou posse do Comando da SNMG1.
                                                                     Na cerimónia estiveram presentes diversas entidades e persona-
  Apesar da infraestrutura de bordo ter sido construída obe-         lidades da Marinha, entre as quais o VALM VICE-CEMA e o VALM
decendo a requisitos nacionais, aquando da entrega do navio à        COMNAV, bem como os ex-COMSNMG1, designadamente o ALM
                                                                     Melo Gomes, o VALM Pereira da Cunha e o VALM Reis Rodrigues.

18 NOVEMBRO 2015
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