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REVISTA DA ARMADA | 501
ESTÓRIAS 16
O VALOR DAS COISAS
Claro que já sou velho! Nem podia deixar de não ser, uma vez D.R.
que o tempo nos vai enfeitando com patine, pondo sombras
nos olhos, algodão nos ouvidos e música no coração. comprar o meu carro novo.
Bom, esta historieta só serve para introduzir o valor relativo das
Mas esse facto não implica que tenhamos de todo perdido a me-
mória das coisas, a noção do tempo ou dos tempos e, sobretudo, coisas e do próprio dinheiro com que diariamente tentamos fazer
dos valores por que nos regemos. face às nossas necessidades e compromissos.
Nem sequer sou saudosista, entendendo que a vida corre como Hoje fui ao Multibanco e em dois levantamentos, necessários
um rio para a foz e não ao contrário. para pagamento de despesas rotineiras, levantei nada mais, nada
menos, do que dois MINIS dos anos 60.
Como marinheiro que ainda me lembro de ter sido, sei que os
“ventos de contra” impõem pano latino p’ra que possamos bolinar. A partir deste momento passei a registar as minhas despesas
em MINIS, constatando também que o crédito que merecemos no
Depois desta introdução, que não teve outro fim que não fos- mercado de valores atual não é muito diferente do de então.
se tentar demonstrar a sanidade mental de que ainda me julgo
portador, vou direitinho ao meu “guarda-factos” sacar, dum cabide Ferreira Júnior
carcomido pelo bicho-carpinteiro, um dos ditos, que merece regis- CMG
to especial.
N.R. O artigo não respeita o novo acordo ortográfico.
Corria o final dos anos sessenta e tinha acabado de ser promo-
vido a primeiro-tenente. Julguei oportuno adquirir um carro, pois
que as perspectivas de nova comissão em África abriam-me a pos-
sibilidade de suportar os encargos do empréstimo que tinha que
fazer.
Optei pelo mais baratinho do mercado – um MINI –, que custava
a fortuna de 42.000$00, se pago a pronto.
Um dos bancos comerciais da nossa praça rejeitou o meu pedido
de empréstimo individual de 50 contos, que apregoavam na altura
como acessível a qualquer cidadão. Este facto levou-me a dirigir
ao CEMA uma carta onde dava conta do crédito que um oficial da
Armada tinha no mercado de valores de então.
Fui aconselhado a dirigir-me ao banco com quem a Marinha tra-
balhava e lá me foi concedido o dinheiro, com o qual fui a correr
Em 16 de novembro de 1994 entrou em vigor a “Convenção Mindelo, Rainha de Portugal e do couraçado Vasco da Gama;
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar” (CNUDM). Em ● Concerto pela Banda da Armada no Pavilhão das Galeotas -
1998, pela RCM nº 83/1998, foi escolhida aquela data para co- 17:00h;
memoração do Dia Nacional do Mar. ● Museu de Marinha: Atividade para famílias: “Descoberta das
especiarias”.
A Marinha decidiu associar-se a esta efeméride, com um con- Dia 16
junto de atividades nos seus Órgãos de Natureza Cultural, dias ● Entrada Gratuita: Aquário Vasco da Gama, Fragata D. Fernan-
15 e 16 de novembro. do II e Glória, Museu de Marinha e Planetário Calouste Gul-
Dia 15 benkian;
● Entrada Gratuita: Aquário Vasco da Gama, Fragata D. Fernan- ● Museu de Marinha: Atividade para escolas: “Descoberta das
do II e Glória, Museu de Marinha e Planetário Calouste Gul- especiarias”.
benkian;
● Inauguração, no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, A partir desta data, o Museu de Marinha e a Fragata D. Fer-
de Mostra, organizada pela Biblioteca Central da Marinha, nando II e Glória passam a estar abertos à 2ª feira.
evocativa dos 140 Anos do lançamento à água das corvetas
28 NOVEMBRO 2015