Page 11 - Revista da Armada
P. 11
REVISTA DA ARMADA | 515
concretas que contribuam para a seguran- ída por 1 Sargento e 4 Praças, que tinha a lhão (meio orgânico embarcado para esta
ça na região. dupla função de auxiliar na segurança do missão e devidamente equipado), passou a
navio, principalmente contra casos de pira- ter 3 sistemas sondador multifeixe a bordo
Neste pressuposto, foi planeado para taria na costa oeste do continente Africa- (dois no navio e um na embarcação de son-
o segundo semestre de 2016 a realização no, e realizar treino/formação de equipas dagem) para pequenos, médios e grandes
pela Marinha de um conjunto de ações de abordagem no âmbito das atividades fundos, permitindo efetuar levantamentos
bilaterais em Cabo Verde e São Tomé e de cooperação em São Tomé e Príncipe e hidrográficos, com cobertura total do fun-
Príncipe, enquadradas pelos acordos de co- Cabo Verde. do em qualquer gama de profundidade
operação de defesa e de fiscalização, vigi- (dos 0 aos 12.000 m), ficando capacitado
lância conjunta e segurança marítima, sob • L evantamentos Hidrográficos (LH) para sondar praticamente todas as águas
a designação de Iniciativa Mar Aberto. Adi- O Estado Português através do Instituto navegáveis.
cionalmente foram ainda planeadas ações
de presença naval nestes países e no Gana. Hidrográfico (IH) é responsável pela pro- Nos portos de visita, um planeamento
dução e atualização das cartas náuticas de cuidado permitiu efetuar levantamentos
No contexto apresentado foi aprovado o alguns países da CPLP. Para esse efeito, o IH portuários e costeiros de modo a comple-
emprego de um Navio Hidrográfico, como tem realizado campanhas de Levantamen- mentar as sondagens realizadas nas cam-
plataforma de suporte para a realização tos Topo-hidrográficos (LTH) nos portos de panhas hidrográficas anteriores, abrangen-
das ações preconizadas, especialmente a Cabo Verde (última campanha em 2016) do a totalidade das áreas representadas
remoção da embarcação naufragada Pico e um LTH na Baía de Ana Chaves, em São nas CN de Aproximação aos Portos de São
Douro, que constituía um perigo para a Tomé (última campanha em 2014). Tomé e Fernão Dias (STP), da Ilha de São
navegação na Baía de Ana Chaves, em São Tomé (STP), do Porto da Praia (CV) e do
Tomé e Príncipe, a realização de atividades As campanhas realizadas anteriormente Porto Grande (CV), bem como criar produ-
que permitissem a divulgação dos produtos foram de grande importância para a pre- tos totalmente atualizados.
das Indústrias de Defesa Nacional em Áfri- sente missão. Foram estabelecidas redes
ca e outras atividades contributivas para a geodésicas locais e topografia de costa atu- A capacidade tecnológica para realizar
segurança marítima na região e que alavan- alizada. Nestas campanhas realizaram-se LH em todas as profundidades com siste-
cassem a presidência nacional do G7++. apenas LH de porto com sistema de feixe mas multifeixe de alta resolução aumenta
simples instalado em embarcações locais. significativamente: a produtividade em
• Remoção da embarcação naufragada termos de cobertura efetiva e a qualidade
Pico Douro O NRP Almirante Gago Coutinho, junta- dos dados hidrográficos adquiridos.
Esta missão foi concebida de forma a mente com a lancha hidrográfica Mergu-
atender ao pedido formulado pelo Minis-
tro da Defesa e do Mar de São Tomé e Prín-
cipe para remover a embarcação de pesca
Pico Douro, que se encontrava afundada
sobre o enfiamento do Porto Comercial da
Baía de Ana Chaves, e que constituía um
real perigo para a navegação.
Para este efeito foi enviada uma equipa
do DMS2, constituída por 6 elementos (1
Oficial, 2 Sargentos e 3 Praças), comanda-
da pelo CTEN Brandão Marques. Esta tare-
fa foi concluída com sucesso no dia 18 de
novembro de 2016, com a deslocação da
embarcação naufragada para uma posição
segura para a navegação, localizada a uma
profundidade de 21 metros, a 12 quilóme-
tros da sua posição inicial.
Durante estas operações o NRP Almiran-
te Gago Coutinho serviu de plataforma de
apoio. Transportou e desembarcou todo
o material para as operações de reflutua-
ção, cedeu dois mergulhadores atribuídos
ao navio, prontificou diariamente a equipa
médica de bordo e, durante os trabalhos
de remoção, o hidrógrafo do navio instalou
equipamento a bordo do rebocador para
controlar a sua posição GPS e assim poder
conduzir o rebocador em cima da batimé-
trica dos 20 metros até ao destino final.
Embarcou na BNL uma equipa de abor-
dagem de fuzileiros (PELBOARD) constitu-
FEVEREIRO 2017 11