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REVISTA DA ARMADA | 515
NRP ÁLVARES CABRAL
NA SNMG1
Foto 1SAR ETI Luís Gomes
Foi na Ponte que foram conduzidas todas as entradas e saídas situação. E nos portos, era comum o encontro entre os militares
dos 14 portos visitados durante a integração do NRP Álvares dos diversos navios da Força, sendo eles alemães, belgas, ingleses
Cabral na força naval Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG1). ou os nossos irmãos espanhóis, todos com uma característica em
Foi também a Ponte que conduziu o navio pelo fiorde norueguês comum: o espírito marinheiro, de quem partilha a bonança e a
Sognefjorden, que efetuou diversos exercícios de Manobras e tempestade no mesmo mar, e dá o melhor de si para cumprir a
Evoluções com os navios da força, que manteve o navio devida- missão. Estes convívios em terra eram de extrema importância,
mente posicionado durante as operações de Reabastecimento no pois fortaleciam os laços de amizade e camaradagem entre todos,
Mar, que orientou o navio para receber o nosso helicóptero LYNX permitindo a troca aberta de experiência e conhecimentos, refle-
MK95, de alcunha Garfield, e que nos colocou sempre a tempo e tindo-se depois durante as navegações e os exercícios realizados.
a horas onde era suposto estarmos. O resultado desta ponte foi caracterizado pela expressão inglesa
“Band of Brothers”, um grupo coeso de camaradas, prontos para
Esta missão criou também uma ponte para outras culturas, ou- enfrentarem todas as adversidades, uns pelos outros, com o ob-
tros povos, outras Marinhas e novos amigos, enriquecendo pes- jetivo da missão em vista. Independentemente do pavilhão que
soal e profissionalmente aqueles que nela participaram. O inter- cada navio da força arvorava, todos tinham içado nas adriças o
câmbio profissional com os militares das unidades que nos acom- distintivo da NATO, prontos para defenderem uma causa comum.
panharam foi extremamente enriquecedor. As ações de crosspoll
(troca temporária de elementos das guarnições) permitiram aos Finalizando esta introdução, este artigo pretende fazer a ponte
nossos militares conhecer in-loco o modo de operação das ou- com os outros artigos publicados durante o ano de 2016, nomea-
tras Marinhas, assim como os militares que nós recebemos pu- damente o artigo sobre a participação no Portuguese Operational
deram conhecer um pouco do nosso Portugal e do nosso método Sea Training (POST) no primeiro semestre de 2016, referindo tam-
de trabalho, cuja competência foi por diversas vezes reconhecida. bém o aprontamento do navio após um período de manutenção e
Mesmo à distância das comunicações rádio e dos sistemas de in- o treino nacional, o artigo sobre os 25 anos do navio a servir Por-
formação por satélite, este intercâmbio era possível, com a pas- tugal no mar, celebrados a 24 de maio de 2016, e o artigo relativo
sagem de informação e experiências pela observação de métodos aos primeiros dois meses de integração na SNMG1, descrevendo
de trabalho diferentes, tornando-nos cada vez mais ricos e com assim um ano de verdadeira atividade operacional de uma fra-
um conhecimento mais vasto, prontos para atuar em qualquer gata, desde o seu aprontamento, treino e emprego operacional.
6 FEVEREIRO 2017