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REVISTA DA ARMADA | 515
ESCOLA NAVAL
CAPITÃO-TENENTE
RAÚL ALEXANDRE CASCAIS
(1879-1917)
PATRONO DO NOVO CURSO DA ESCOLA NAVAL
Natural de Lisboa, filho de Francisco Júlio Cascais e de D. Olím- Foto Arquivo Histórico da Marinha
pia Maria Silva Cascais, nasceu a 8 de janeiro de 1879, tendo
sido admitido na Escola Naval, como aspirante de marinha, a 27 Promovido, a título póstumo, por distinção, ao posto de Capi-
de novembro de 1897. tão-tenente, foi-lhe também concedida a Cruz de Guerra de 1ª
classe, pela “competência, inexcedível zelo e distinção que sem-
Promovido a Guarda-marinha a 30 de setembro de 1901, em- pre mostrou ao serviço de comboios, rocega de minas, vigilância
barcou nas corvetas Duque da Terceira e Vasco da Gama, nos da costa e defesa exterior do porto de Lisboa e por ter morrido
cruzadores Rainha D. Amélia, Vasco da Gama, S. Gabriel e Almi- no seu posto, em virtude da explosão de uma mina inimiga”.
rante Reis, na canhoneira torpedeira Tejo e nas canhoneiras Zai-
re, Beira, Diu e Mandovi, estas duas últimas da Divisão Naval do Colaboração da ESCOLA NAVAL
Índico. Nesta Divisão Naval, comandou as lanchas canhoneiras
Carabina e Sena.
Em 1915, já com o posto de primeiro-tenente, comandou uma
das companhias de infantaria que integraram o Batalhão de Ma-
rinha enviado para Angola. Durante a campanha, evidenciou-se
pelo seu desempenho e qualidades militares. No louvor atribu-
ído pelo Ministro das Colónias é-lhe reconhecida a valentia e o
sangue frio nos diversos combates em que participou.
Terminada a campanha, regressa à Metrópole, para prestar
serviço a bordo do cruzador Vasco da Gama e no contratorpe-
deiro Douro, que realizava diversas missões de escolta, algumas
no Norte da Europa, em águas frequentadas por submarinos e
minas alemãs.
Entre 1916 e 10 de junho de 1917, comandou o caça-minas
Celestino Soares, tendo realizado diversas missões de patrulha e
escolta, ao longo da costa de Portugal continental, algumas em
situações meteorológicas muito adversas. Nessa data, assume o
comando do caça-minas Roberto Ivens, no qual realizou diversas
missões de rocega de minas na entrada do porto de Lisboa.
Foi numa dessas missões, no dia 26 de julho de 1917, que uma
das seis minas largadas pelo submarino imperial alemão UC-54,
12 dias antes, volatiliza a zona da popa do caça-minas, matando
o primeiro-tenente Raúl Cascais, juntamente com grande parte
da sua guarnição, sobrevivendo apenas 7 elementos, de um total
de 22.
16 FEVEREIRO 2017