Page 2 - Revista da Armada
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700 Anos da Marinha
CERIMÓNIA DE ENCERRAMENTO DAS COMEMORAÇÕES
pós um ano em que ocorreram diversos eventos comemorativos, o
Adia 12 de dezembro de 2017 constituiu-se como a data de encerra-
mento das comemorações dos 700 anos da assinatura do decreto real
de D. Dinis, que criou a Marinha Portuguesa, enquanto organização
naval estruturada.
O Presidente da República, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu às
comemorações da efeméride, tendo embarcado em Belém para pas-
sar revista às mais de três dezenas de navios nacionais e de outras mari-
nhas de países amigos ou organizações internacionais, que se encontra-
vam fundeados no Tejo.
Após desembarque na Doca da Marinha, acompanhado do Chefe do
Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional (CEMA e
AMN), o Presidente da República dirigiu-se à tribuna, instalada no Ter-
reiro do Paço, onde se encontravam diversas individualidades, nomea-
damente o Ministro da Administração Interna, o Presidente da Câmara
Municipal de Lisboa, o Secretário de Estado da Defesa Nacional, o Chefe
do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes de Estado-
-Maior da Força Aérea e do Exército, altos representantes de diversas
Marinhas do mundo e vários elementos do corpo diplomático, tendo
perante si uma formatura com mais de 700 militares.
A cerimónia militar iniciou-se com os cumprimentos ao Chefe de
Estado com a execução do Hino Nacional pela Banda da Armada
e com a tradicional salva de vinte e um tiros a partir do navio-escola
Sagres, seguindo-se o cumprimento ao bloco de Estandartes Nacionais
e o solene momento de homenagem aos mortos em combate, com a
execução do toque de silêncio pelo terno de clarins.
O período de intervenções começou com a alocução histórica do CEMA
e AMN, Almirante António Silva Ribeiro, que traçou as principais linhas
da evolução deste ramo das Forças Armadas ao longo dos 700 anos,
salientando as mais importantes campanhas e feitos gloriosos, e pros-
seguiu com a intervenção do Secretário de Estado da Defesa Nacional,
Dr. Marcos Perestrelo, que evocou a alocução latina aposta no Arco da
Rua Augusta – “Para que as virtudes dos antepassados a todos sirva de
exemplo”, referindo que o nosso país e o mar confundem-se, pois no mar
radica a nossa identidade. Esta Marinha é do povo inteiro, celebrando a
Marinha celebramos o mar e celebramos Portugal.
O Presidente da República encerrou as intervenções recordando que
somos uma nação marítima e que a defesa de todos faz-se em terra, no
ar e no mar. Lembrou que o mar representa um imprescindível fator de
desenvolvimento para Portugal, mas, advertiu, não há desenvolvimento
sem segurança e não há segurança sem as Forças Armadas e sem a Mari-
nha. Num tempo em que a soberania se alargou e a defesa de todos se faz
hoje aquém e além-fronteiras, o orgulho no passado e a segurança no pre-
sente não bastam para garantir o futuro. Não sendo a defesa de Portugal
delegável, para apontar para esse futuro é necessário continuar a investir
na Armada, investir nas pessoas, na dignificação das mulheres e homens
que escolheram a carreira das armas para servir Portugal, fazendo jus ao
lema do Hino Nacional, “Heróis do Mar”, pois é esse o nosso destino, ter-
minando com um Viva a Marinha para que possa viver Portugal!.
Após oferta de uma espada de Oficial de Marinha ao Presidente da
República, a cerimónia prosseguiu com o desfile das forças em parada,
destacando-se a presença de um pelotão de antigos combatentes,
muito aplaudidos pelos populares que assistiam à cerimónia, e de um
pelotão de fuzileiros com a mesma forma de marchar e com os uni-
Foto 1SAR ETC Silva Parracho
formes da Brigada Real da Marinha, terminando com os fuzileiros em
marcha acelerada e com uma demonstração dos helicópteros Lynx, que
sobrevoaram o Terreiro do Paço e os navios fundeados no Tejo.