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REVISTA DA ARMADA | 525
das. Jamais esquecerei a Marinha de Guerra Portu-
guesa e os seus Fuzileiros. Na altura própria, terão a
devida homenagem do povo de Pedrógão.»
Em Pedrógão Grande e nas intervenções subsequen-
tes de apoio à ANPC, os fuzileiros, conscientes dos seus
deveres cívicos e militares, Ɵ veram mais um notável
desempenho na assistência e no auxílio às populações
afetadas pelos incêndios, numa inolvidável demons-
tração de profi ssionalismo, competência, organização,
pronƟ dão e abnegação ao serviço dos Portugueses.
Fuzileiros! Ontem, como hoje, estes são os valores
que vos caracterizam e estes são alguns exemplos de
ações que vos dão mérito.
Ação durante a Guerra do Ultramar. Sendo descendente de um dos bravos infantes de
Marinha que, nas margens do Geba e nas terras do
o difi cultava, o Grumete Jomel Seidi, acompanhado apenas de um Cuamato, cumpriram, com lustre, o seu dever patrióƟ co de afi rmar
camarada, que também veio a falecer durante a acção, correu a o interesse nacional, tenho enorme orgulho e total confi ança de
peito descoberto, disparando uma ALG sobre uma posição IN onde sucesso, sempre que vos vejo parƟ r para qualquer missão.
se encontravam 2 metralhadoras pesadas. Em 2018 está prevista uma aƟ vidade operacional muito intensa.
AƟ ngido gravemente pelo fogo IN, conseguiu ainda introduzir Entre outras missões, no âmbito da NATO, deveremos parƟ cipar,
outra ALG na sua arma, lançando-se sobre o IN, mas caindo imedia- durante 4 meses, em exercícios desƟ nados a fomentar as medi-
tamente de vez. A sua acção, reveladora da mais alta noção do dever das de tranquilização e a presença militar aliada na Lituânia. Tam-
militar, contribuiu, de forma destacada, para que as FN’s se sobrepu- bém está previsto um embarque, num navio anİ bio da Armada de
sessem ao IN, o qual reƟ rou com baixas confi rmadas, abandonando Espanha, durante cerca de 2 meses. Em ambiente mulƟ lateral está
apreciável quanƟ dade de material no terreno. (…)» previsto o embarque num navio francês, durante cerca de 6 meses,
Desde os fi nais do século XX que os fuzileiros parƟ cipam em opera- tendo em vista parƟ cipar nos esforços internacionais de capacita-
ções de paz na Europa e na Oceânia, onde os seus valores e méritos ção dos países ribeirinhos na área do Golfo da Guiné, no quadro
conƟ nuaram a ser enaltecidos, como se pode constatar, por exemplo, da segurança maríƟ ma. Em âmbito nacional teremos uma força
nas referências que o Comandante da Componente Militar da Força embarcada no NRP Bérrio, por um período de 2 meses, em missão
das Nações Unidas em Timor-Leste fez à Companhia de Fuzileiros ali
destacada, enfaƟ zando a dedicação, profi ssionalismo e generosidade
no cumprimento das suas missões.
«…Antes da parƟ da dos úlƟ mos conƟ ngentes, senƟ que devia trans-
miƟ r os meus senƟ mentos de graƟ dão e privilégio em ter conhecido
este excelente grupo de tão dedicados, profi ssionais, generosos e
joviais Fuzileiros. Com eles, nada parecia ser demais... Eles ajudaram
a transportar vigas de ferro, madeira e cimento desde o nosso posto
até ao centro da comunidade local ou à escola secundária. Eles carre-
garam areia do rio Lacklo poupando trabalho à comunidade.
Eles garanƟ ram segurança extra, acudindo a um pedido tardio, para
o registo de um grande número de retornados. Uma secção dos Fuzi-
leiros permaneceu aqui quatro dias durante o período eleitoral. Eles
ajudaram a transportar-nos para uma reunião de negociação quando Operação da EUFOR na República DemocráƟ ca do Congo – 2006.
já ơ nhamos começado a andar há duas horas e meia em direcção à
aldeia pois esta era impossível de alcançar com a nossa viatura.» no Golfo da Guiné, bem como diversas equipas de abordagem em
Também no país têm atuado sempre, onde e quando é necessário. navios nacionais empenhados na NATO, na UE e na Operação Mar
No inverno, reforçando as estações salva-vidas, contribuindo para o Aberto. Realço, ainda, o embarque de uma equipa no NRP Zaire que,
esforço de salvamento de náufragos. No verão, realizando ações de durante todo o ano de 2018, apoiará a capacitação da Guarda Cos-
vigilância em praias sem nadadores-salvadores, onde todos os anos teira de São Tomé e Príncipe.
resgatam muitas vidas de banhistas, ou no apoio à Autoridade Nacio- Estou absolutamente seguro de que nos vamos orgulhar de tudo
nal de Proteção Civil (ANPC), onde têm operado de forma disƟ nta, o que os fuzileiros vão fazer em 2018 pelo país, bem como do
como aconteceu, recentemente, em Pedrógão Grande. A este pro- respeito e graƟ dão que receberão dos Portugueses a quem, orgu-
pósito, o que foi dito pelo Dr. Valdemar Alves, Presidente da Câmara lhosa e patrioƟ camente, servimos no mar ou em terra, na paz ou
Municipal, fala por si: na guerra!
«O que eu tenho para descrever dos Fuzileiros, não há papel que
chegue, a obra que os Fuzileiros estão a fazer em Pedrógão é de uma António Silva Ribeiro
nobreza inigualável, que supera a própria missão das Forças Arma- Almirante
6 JANEIRO 2018