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REVISTA DA ARMADA | 527


          SAÚDE PARA TODOS                                                                                 53



          CAMPANHA ONDA ROSA




           O Dia Internacional da Mulher celebra-se no dia 8 de março pelo que se opta por aproveitar esta efeméride para recordar a todos
          os leitores o fl agelo que é o cancro da mama. O cancro da mama é o Ɵ po de cancro mais comum nas mulheres (não considerando o
          cancro da pele). É uma doença com elevado impacto social pois, além de ser extremamente frequente (esƟ ma-se que uma em cada
          nove mulheres irá desenvolver cancro da mama), está associada a um órgão carregado de simbolismo, quer na maternidade quer na
          feminilidade. Em Portugal diagnosƟ cam-se todos os dias cerca de 11 novos casos de cancro da mama e morrem diariamente cerca de
          4 pessoas devido a esta doença. De forma a tentar reduzir esta calamidade é esƟ mulado o diagnósƟ co precoce, com exame médico e
          imagiológico regular, dado que os sintomas são por vezes nulos na fase inicial. Para esƟ mular a parƟ cipação de toda a população no
          rastreio do cancro da mama nasceu, na década de 1990,  um movimento conhecido como Outubro Rosa. Um pouco por todo o mundo,
          durante o mês de Outubro, a cor Rosa alastra-se por vários locais sensibilizando a população para este problema de saúde pública. A
          Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) parƟ cipa nesta divulgação rosa desde 2014, com a Campanha Onda Rosa. ParƟ cipar nesta
          Onda é fácil e está ao alcance de todos nós, de forma individual ou em grupo. Em outubro de 2017 o Centro de Medicina Naval (CMN)
          aderiu a esta campanha comunitária, que se pretende viral. Para perceber melhor este movimento foi pedida colaboração à CFR Médico
          Naval Filipa Albergaria, subdiretora do CMN, especialista em Ginecologia-Obstetrícia.

          AP – Porquê conƟ nuar a falar da prevenção do cancro da mama?
          FA – Em Portugal conƟ nuam a diagnosƟ car-se cerca de 6000 novos
          casos de neoplasia da mama e a ocorrer mais de 1500 mortes por
          esta doença, em cada ano. A maioria dos doentes são mulheres
          mas 1 em cada 10 mortes por cancro da mama, no nosso país,
          são homens cujo diagnósƟ co habitualmente se faz demasiado
          tarde. Além de ser uma doença frequente e com uma mortalidade
          elevada, o cancro da mama pode ainda estar associado a uma
          grande incapacidade pela agressividade dos tratamentos (cirurgia,
          radioterapia, quimioterapia e hormonoterapia) e a perturbações
          psicológicas, afeƟ vas e sexuais, sempre que de uma cirurgia neces-
          sariamente alargada resulta uma ‘muƟ lação’ da mama e, por con-
          sequência, uma profunda alteração da imagem corporal.
          AP – Como se pode evitar o cancro da mama?            DR
          FA – A prevenção pode ser primária ou secundária. A prevenção
          primária corresponde a todas as medidas de vida saudável que   AP – O que pode cada um dos leitores fazer para contribuir para
          devem ser adotadas com o objeƟ vo de evitar vir a desenvolver   esta causa?
          um cancro da mama, entre elas: ter uma alimentação equilibrada   FA – A LPCC no seu site (www.ligacontracancro.pt) propõe diversas
          e praƟ car  exercício  İ sico, controlando o peso corporal dentro   iniciaƟ vas ao longo do ano e promove uma campanha especial em
          dos limites adequados à idade, não usar tabaco (em qualquer   outubro de cada ano por se comemorar, no dia 30 desse mês, o Dia
          formato), evitar bebidas alcoólicas (sobretudo as bebidas des-  Nacional de Luta Contra o Cancro da Mama. Assim:
          Ɵ ladas) e, se possível, ter o primeiro fi lho antes dos 30 anos e   • Apoios fi nanceiros: tornar-se sócio da LPCC, efetuar donaƟ vos
          amamentá-lo até completar os dois anos. A prevenção secundá-  livremente, doar gratuitamente 0,5% do seu IRS anual, contribuir
          ria corresponde ao conjunto de aƟ tudes que permitem diagnos-  nos peditórios nacionais (outubro de cada ano);
          Ɵ car numa fase muito inicial um cancro da mama e tratá-lo tão   • Apoios não-fi nanceiros: ser voluntário da LPCC, divulgar entre a
          precocemente quanto possível, de forma a diminuir as complica-  família e os amigos estes conhecimentos, colaborar nas iniciaƟ vas
          ções e a mortalidade a ele associadas. São exemplos: aderir aos   públicas da LPCC parƟ  cipando nas corridas/caminhadas rosa, ado-
          programas de rastreio populacional a parƟ r dos 40 anos de idade   tando o desktop da Campanha Onda Rosa (www.outubrorosa.org),
          (exame clínico, ecografi as mamárias e mamografi as  realizados   divulgando as campanhas da LPCC, usando um lacinho ou uma peça
          periodicamente), consultar um médico sempre que haja altera-  de roupa cor de rosa durante o mês de outubro, construindo um
          ções da mama (nódulos, pele Ɵ po ‘casca de laranja’, alterações   logóƟ po humano e divulgando a foto com #ondarosa;
          do mamilo…) o que implica conhecer a sua própria mama através   • Projeto Vencer e Viver: para quem já teve um cancro da mama,
          do autoexame mamário, conhecer os fatores de risco para o can-  há ainda a possibilidade de colaborar num movimento de entrea-
          cro da mama (ser mulher, raça branca, > 50 anos de idade, obesa,   juda que visa apoiar todas as mulheres, familiares e amigos desde
          não praƟ car exercício İ sico, fumar, consumir bebidas alcoólicas   o momento em que é diagnosƟ cada a doença. O projeto inclui o
          em excesso, ter Ɵ do a primeira menstruação antes dos 12 anos   apoio emocional às pacientes, o apoio informaƟ vo (clínico, legal,
          ou a menopausa depois dos 55 anos, não ter fi lhos, ter usado   laboral) e também o apoio práƟ co através do auxílio na aquisição
          TerapêuƟ ca Hormonal de SubsƟ tuição na menopausa por mais   de próteses, suƟ ãs pós-cirúrgicos, perucas, entre outros.
          de 5 anos, já ter Ɵ do um cancro da mama anteriormente ou ter
          familiares próximos com este diagnósƟ co). A boa noơ cia é que                           Ana CrisƟ na Pratas
          95% dos cancros da mama são curáveis quando detetados pre-                                     1TEN MN
          cocemente.                                                                www.facebook.com/parƟ cipanosaudeparatodos


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