Page 10 - Revista da Armada
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ridade MaríƟ ma, foram salvas mais de 1300 vidas, neste
mar interior. Aliás, a salvaguarda da vida humana no
mar tem sido uma missão fundamental da Marinha que,
no espaço português, teve este ano uma taxa de efi cácia
de 97%, “o que consƟ tui uma referência internacional”.
Na jurisdição nacional, nos úlƟ mos 10 anos, foram sal-
vas 6700 vidas.
Mais adiante recordou ter sido objecƟ vo do seu man-
dato a visão de uma marinha “pronta e presƟ giada, ao
Fotos 1SAR ETC Silva Parracho sustentar, advoga o CEMA, será necessário melhorar a
serviço de Portugal e da segurança colecƟ va”. Para o
capacidade de recrutamento e manutenção dos meios
humanos e “proporcionar previsibilidade à vida das pes-
soas e coerência ao fl uxo de carreiras”. Salientou ainda
dois projectos de especial importância, não só para a
Marinha, como para Portugal: a conƟ nuidade da cons-
de Fuzileiros nº 3 e, fi nalmente, o pelotão com uniforme da Bri- trução dos seis navios de patrulha oceânicos que faltam, prosse-
gada Real de Marinha, com a sua bandeira e respecƟ va escolta. guindo um projecto que permiƟ rá mais efi cácia à Marinha e o bene-
As forças concentraram-se cerca das 10h10 e integraram os İ cio da indústria nacional; e a insƟ tucionalização do “programa de
estandartes nacionais às 10h25. Chegaram, entretanto, as enƟ - mapeamento do mar português”, este úlƟ mo com uma parƟ cular
dades que iriam assisƟ r à cerimónia, contando-se diversos ofi ciais importância estratégica.
generais dos três ramos, anƟ gos Almirantes Chefes do Estado- Antes de terminar o seu discurso, dirigiu-se aos militares, mili-
-Maior da Armada e o Almirante CEMA e AMN, que, com o Presi- tarizados e civis da Marinha. Com eles parƟ lhou “um senƟ mento
dente da Câmara de Peniche, esperaram a chegada do Ministro da de enorme honra e de elevado senƟ do de missão na condução da
Defesa Nacional. Desde muito cedo se foi juntando uma população nossa Marinha”. Reafi rmou a sua ambição “numa Marinha moderna
numerosa, que primeiro conviveu com os militares, e, a parƟ r das nos meios e nos processos, consƟ tuída por pessoas competentes
10h10, se manteve nos espaços circundantes à cerimónia, vivendo e moƟ vadas”. A todos exortou a que coloquem o seu esforço em
cada momento e aplaudindo com um calor inusitado. Gente que acções concretas, afi rmando as nossas competências, que se reve-
cantou com a Marinha o hino nacional e que fez parte da festa dos lam, sobretudo, “no mar e a parƟ r do mar”, bem como em todo o
marinheiros, de uma maneira que só pode dar-nos alegria. conhecimento e cultura a ele ligados. Terminou renovando perante
A cerimónia começou, formalmente, cerca das 11h00, com a che- o Ministro da Defesa Nacional o compromisso de conƟ nuar a afi r-
gada do Doutor Azeredo Lopes, que recebeu as honras militares mar a Marinha na missão de servir Portugal e os portugueses.
devidas e passou revista às Forças em Parada. Tomou então a palavra o Ministro da Defesa Nacional, dirigindo-se à
Seguiu-se a condecoração de cerca de 18 militares e civis que se Marinha relevando a sua “capacidade de dinamicamente reunir pas-
disƟ nguiram no serviço da Marinha, das quais se releva a atribuição sado e futuro”, honrando a tradição e a modernidade de uma forma
do grau de Grande Ofi cial da Ordem Militar de Avis, ao contra-almi- tão extraordinária e exemplar. Na “Marinha vemos confl uir o orgulho
rante António Gameiro Marques. na excelência consolidada ao longo de séculos e o brio posto na cons-
Terminadas as condecorações, teve lugar a signifi caƟ va homena- trução do Portugal contemporâneo”. Palavras bastante signifi caƟ vas
gem aos militares, militarizados e civis da Marinha já falecidos. É sem- e elogios para se dirigir à Marinha que foi à Índia, em 1498, e hoje
pre um momento mais emocionante, sobretudo para os que estão coloca igual empenho em todas as missões do presente e do futuro.
nas fi leiras da Armada há mais tempo e que recordam os camaradas Prosseguiu deixando o seu reconhecimento para todos os que
e amigos que foram parƟ ndo, ao longo dos anos, deixando entre prestam serviço na Marinha, aqui e por toda a parte do mundo, em
nós uma imensa saudade. Começou com o toque de silêncio, convi- prol dos seus compatriotas, dos nossos aliados e “dos povos e cul-
dando todos ao recolhimento, seguindo-se a conƟ nência e o toque turas que desde sempre ajudaram a conhecer e aproximar.” Pres-
de homenagem aos mortos. O capelão Ilídio Costa fez uma pequena tou-lhes a homenagem que merecem, sublinhando a excelência do
mas signifi caƟ va evocação, a que se seguiu o toque de alvorada. seu trabalho. São eles que estendem o “Mar Português”, “levando
Foi anunciado nesta altura que o Chefe do Estado-Maior da a Pátria ao mundo inteiro”, no caminho adequado de uma Defesa
Armada e Autoridade MaríƟ ma Nacional, Almirante Mendes Nacional que tem, “cada vez mais, uma dimensão internacional” e
Calado, iria proferir uma alocução. E as primeiras palavras
do Almirante Calado foram de saudação para todos os
que “no mar e noutros teatros de operações cumprem a
Missão da Marinha.” Naquele dia 20 de Maio, a Marinha
Ɵ nha 782 militares no cumprimento de missões diversas.
De seguida, agradeceu ao Ministro da Defesa Nacional o
ter acedido presidir à cerimónia e demonstrou ao Presi-
dente da Câmara de Peniche a graƟ dão da Marinha pelo
convite da edilidade para ali celebrar o seu dia. Dirigindo-
-se, ainda, ao Doutor Azeredo Lopes, com uma pequena
refl exão sobre as missões desenvolvidas e a sua perspec-
Ɵ va para o futuro, passou em revista as acƟ vidades recen-
tes da Marinha. Salientou, especialmente, as missões de
controlo das fronteiras externas da União Europeia, no
Mediterrâneo, e a dimensão humanitária que assumem.
Realçou que, com o envolvimento da Marinha e da Auto-
10 JUNHO 2018