Page 23 - Revista da Armada
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Foto SAJ A Ferreira Dias
século XVI, numa altura de grande desenvolvimento do povoado Sucessivamente foram apresentadas “Je veux vivre”, da ópera
piscatório, edifi cada com um esƟ lo arquitectónico inovador e Romeu e Julieta, e o “Divine Redeemer”, ambas de Charles Gounot.
complementada por uma decoração riquíssima, que foi sendo Foi uma excelente entrada de Ana Cosme, numa peça que é bastante
introduzida nos tempos sequentes. Foi uma excelente escolha de diİ cil e que tem referências internacionais de grande relevo. Seguiu-
que muito benefi ciou o espectáculo. -se a “Ave Maria” de Giulio Caccini e – noutro momento sublime
Abriu o concerto uma peça de Joly Braga Santos, com um arranjo – o “SummerƟ me”, da ópera Porgy and Bess, de George Gershwing,
do nosso maestro Délio Gonçalves, a que se seguiu o “Concerto com um diálogo extraordinário da soprano com o clarineƟ sta Paulo
para violoncelo” de Antonin Dvorak, com arranjo de João Pereira, Gaspar, também da Banda da Armada. Seguiu-se “Spente le Stelle”
também músico da nossa Banda. Foi o momento mais alto da de Emma Shappplin e, fi nalmente, a ária “Brindisi” (“Libiamo, ne’
primeira parte do concerto, com uma obra de um compositor lieƟ calici”), da ópera La Traviata de Giuseppe Verdi. Final empol-
de génio, elaborada para violoncelo e orquestra (ou violoncelo gante, para um público que aplaudia de pé e pedia um “encore”.
e cordas) adaptada às caracterísƟ cas de uma banda sinfónica e Acedeu a Banda com uma canção dedicada a Peniche, com letra de
interpretada com grande mestria com o solista Joaquim Morais Fernando da Silva e música de Nóbrega e Sousa, popularizada por
da Banda da Armada. O público aplaudiu de pé, premiando uma Maria de Lurdes Resende, agora cantada por Ana Cosme e trauteada
excelente interpretação. por toda a assistência. Como sempre acontece, o concerto acabou
A segunda parte abriu com “The bells of «Sagrada Familia»”, com a “Marcha dos Marinheiros”, cantada por todos, expressando a
de Satoshi Yagisawa, inspirado na grandiosa obra do arquitecto alegria de ter assisƟ do a um espectáculo memorável, no magnífi co
Antoni Gaudí, em Barcelona. Contudo, a melhor parte viria a cenário da igreja de S. Pedro em Peniche.
seguir, com a parƟ cipação da soprano convidada, Ana Cosme,
que integra o coro do Teatro Nacional de S. Carlos. As obras inter- J. Semedo de Matos
pretadas mereceram um arranjo de Samuel Pascoal, adaptando- CFR FZ
-as às caracterísƟ cas da Banda. N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfi co
Foto SAJ A Ferreira Dias Foto 1SAR ETC Silva Parracho
JUNHO 2018 23