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SUMÁRIO
VIGIA DA HISTÓRIA 106

02 700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento OS VALORES E MÉRITOS
DOS FUZILEIROS 04
07 NRP Viana do Castelo. Frontex – Missão Lampedusa

09 Lusitano 17 DESENRASCANÇO

18 Cerimónia Militar

22 Direito do Mar e Direito Marítimo (13) NAVAL

24 Academia de Marinha

25 Notícias do mar. Se calhar tal decorre do facto de que no mar não existem supermercados, nem
É frequente ouvir-se dizer que o desenrascanço é uma das características dos homens
28 Novas Histórias da Botica (66) 11 BALANÇO DAS qualquer outra das muitas facilidades que, quem anda em terra, tem à sua disposição,
o que obriga a que os homens do mar tenham, por isso, uma razoável capacidade de
29 Estórias (37) ATIVIDADES 2017 – MARINHA previsão, capacidade de que o ditado popular “Quem vai para o mar em terra se avia“
faz eco, e que está normalmente associada a uma outra que consiste na resolução de
30 Vigia da História (97) problemas imprevistos sem que, para isso, se disponha das ferramentas usualmente
utilizadas para o efeito, o que leva a que também aos homens do mar se aplique um
31 Desporto outro ditado popular que refere que “Quem não tem cão, caça com gato”.
Acredite-se ou não na voz corrente, a verdade é que o episódio em que, ainda jovem
32 Saúde para Todos (51) oficial de Marinha, participei, assim o parece confirmar.
Prestava então serviço embarcado, em comissão em Cabo Verde, quando se tornou
33 Quarto de Folga necessário transportar o Governador, entre algumas das ilhas daquele arquipélago.
A deslocação do Governador, também ele oficial de Marinha, efectuava-se com o
34 Notícias Pessoais / Convívios propósito de se proceder à inauguração das centrais eléctricas nas ilhas do Fogo e da
Brava, tendo para isso o navio onde prestava serviço sido designado.
CC Símbolos Heráldicos e as ilhas do Fogo e Brava, mesmo assim foram suficientes para que o Governador
Embora relativamente curtos os trajectos entre a ilha de S. Tiago, sede do Governo,
ATIVIDADES 2017 – AMN 20 reconhecesse a pouca adequabilidade do navio para navegar naquela zona, mas isso
BALANÇO DAS
são contas de um outro rosário que, para o caso que hoje pretendo relatar, não tem
qualquer interesse agora desfiar.
Como seria de esperar, e era hábito, as autoridades locais tudo fizeram para que as
cerimónias, que iriam decorrer, tivessem o maior brilho possível.
E assim foi que na ilha Brava, a deslocação do Governador, e de alguns dos convi-
dados, desde o porto da Furna até à povoação de Nova Sintra, onde as cerimónias
teriam lugar, iria ser efectuada, vá-se lá saber porquê, não numa vulgar viatura mas
sim montando cavalos.
Tendo sido convidado a participar na comitiva do Governador, e, portanto, tendo
de me deslocar também eu montado num cavalo, entendi por bem manifestar-lhe a
minha preocupação pois, nunca tendo montado a cavalo, era quase certa a ocorrência
de um qualquer contratempo que, para além dos danos na minha integridade física,
poderia vir a ofuscar o brilhantismo pretendido das cerimónias.
Foi com uma certa bonomia que o camarada mais antigo me tranquilizou, escla-
recendo que andar a cavalo, para um qualquer homem do mar, era das coisas mais
Capa naturais pois tal não era mais do que governar uma embarcação miúda em que os
Pelotão de Fuzileiros desfilando com o uniforme gualdropes estão montados ao contrário.
da Brigada Real da Marinha.
Foto SMOR L Almeida de Carvalho
Cmdt. E. Gomes
Revista da
ARMADA Nota – Não consigo recordar o que é que terá sucedido entretanto para que, em vez de ir ao leme de
um equídeo, ter feito a deslocação numa viatura automóvel, ficando assim impedido de experimentar
Publicação Oficial da Marinha Diretor Desenho Gráfico E-mail da Revista da Armada governar “uma embarcação” daquelas.
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Nº 525 / Ano XLVII Chefe de Redação ra.sec@marinha.pt
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