Page 20 - Revista da Armada
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Foto SAJ ETC Silva Parracho








               Estes programas têm ainda a capacidade de gerar efeitos mulƟ -  para uma vida, onde não há dois dias iguais. De facto, na Marinha
              plicadores no tecido industrial, social e económico, bem como na   é possível atuar no mar, em terra e no ar, onde e quando necessá-
              invesƟ gação e desenvolvimento, incluindo uma fonte de emprego   rio, salvando vidas, protegendo os nossos recursos, invesƟ gando o
              especializado capaz de absorver competências e conhecimento   oceano e, se requerido, combatendo por Portugal!
              das nossas universidades.
                                                                   Militares, Militarizados e Civis da Marinha,
              Senhor Ministro da Defesa Nacional,                   Como vosso Comandante, é com enorme orgulho que a todos
               A par com a existência de meios navais e equipamentos adequados,   saúdo, sabendo que os resultados alcançados se devem à forma
              a disponibilidade de recursos humanos qualifi cados para os operar é   dedicada e competente como cada um de nós aborda a Missão,
              um imperaƟ vo para o cumprimento da missão da Marinha. Para tal,   independentemente das adversidades que encontramos.
              consƟ tui-se como principal objeƟ vo a aproximação dos efeƟ vos de   Dirijo uma saudação muito especial àqueles que, no mar e em
              militares existentes aos efeƟ vos máximos autorizados, como forma   terra, cumprem, hoje, a Missão da Marinha, em teatros de opera-
              de colmatar as insufi ciências existentes – mais de 600 militares em   ções do mar Mediterrâneo ao golfo da Guiné, passando pela Repú-
              falta –, num esforço que congrega as capacidades de recrutar e reter.  blica Centro Africana e pelo Mali, sem esquecer os que, em terri-
               No domínio do recrutamento, a Marinha desenvolveu um esforço   tório nacional, asseguram, neste dia, o DisposiƟ vo Naval Padrão.
              interno de potenciação do recrutamento que permiƟ u, em dois   Reafi rmo a minha ambição numa Marinha moderna nos meios
              anos, que o preenchimento das vagas disponibilizadas aumentasse   e inovadora nos processos, consƟ tuída por pessoas com talento
              de 45 para aproximadamente 99%.                      e moƟ vação, animadas pelo reconhecimento dos valores que nos
               Contudo, a valorização da carreira militar, e das mulheres e   guiam: a Disciplina, a Lealdade, a Honra, a Integridade e a Coragem!
              homens que nela ingressam, consƟ tui-se como o desafi o que é   ConƟ nuarei, como sempre, a exercer o inalienável dever de
              necessário vencer para potenciar o recrutamento de jovens talen-  tutela, no senƟ do da equidade e reafi rmando a especifi cidade da
              tosos, em quanƟ dade e com as qualidades adequadas para uma   condição militar e o reconhecimento parƟ cular dos que cumprem
              carreira na Marinha.                                 missões de especial exigência, designadamente no mar.
               No domínio da retenção, o aumento do número de efeƟ vos exis-  Exorto-vos a unirmos esforços para, com forte espírito de coesão
              tentes é essencial para responder a todas as necessidades, tendo   e brio marinheiro, conƟ nuarmos a cumprir as nossas missões, tal
              como objeƟ vo o equilíbrio estrutural e dos níveis de esforço do   como os portugueses esperam e Portugal nos exige!
              capital humano da Marinha.
               É, pois, fundamental, travar a erosão das existências, criando   Senhor Ministro da Defesa Nacional,
              um ciclo virtuoso que promova a atraƟ vidade no recrutamento,   Renovo o compromisso de conƟ nuar a afi rmar a Marinha atra-
              potencie a retenção e permita, no caso daqueles que terminam   vés das nossas competências diferenciadoras: a capacidade de
              os seus vínculos contratuais, disponibilizar, ao País e à sociedade,   atuação no mar e a parƟ r do mar, o conhecimento ligado às ciên-
              técnicos altamente qualifi cados, aptos a integrarem com sucesso   cias do mar e à cultura maríƟ ma, e a qualidade de uma formação
              o mercado de trabalho.                               de excelência.
               Neste âmbito, a Marinha aposta numa formação de qualidade   Encaramos o futuro com determinação e confi ança, pois estamos
              e conƟ nuada, alinhada com o Sistema Nacional de Qualifi cações,   habituados a olhar além-horizonte, procurando antecipar soluções
              complementada por oportunidades de valorização profi ssional, a   que reduzam os riscos que caracterizam os tempos de incerteza
              bordo dos navios e nas unidades em terra, que produz comporta-  que vivemos, fi rmes na vontade de vencer desafi os e afi rmando
              mentos e desempenhos de referência.                  a Marinha com reconhecida relevância e credibilidade no serviço
               Sabemos que a demografi a não nos é favorável, no entanto, con-  que presta ao País!
              Ɵ nuamos a trabalhar com o propósito de caƟ var os nossos melho-  Disse.
              res jovens para embarcarem numa profi ssão que signifi ca aven-                     António Maria Mendes Calado
              tura, vivência numa insƟ tuição que culƟ va valores e perspeƟ vas                               Almirante


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