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OS CONCERTOS DA BANDA DA ARMADA



                 o longo dos anos tem vindo a ser
              Aincrementada a interação da Banda da
              Armada com os municípios e os cidadãos
              e esse é, sem dúvida, um relacionamento                                                                 Fotos SAJ ETC Silva Parracho
              biunívoco – a população reconhece estar
              perante manifestações arơ sƟ cas e cultu-
              rais de grande qualidade e transmite esse
              senƟ mento aos militares músicos que,
              orgulhosos da sua farda, do seu profi ssio-
              nalismo e do seu espírito de corpo, dão o
              seu melhor na sua arte.
               Este ano foi Coimbra a acolher as come-
              morações do Dia da Marinha, no período
              de 11 a 19 de maio. As atuações do já
              reconhecido grupo “Dixieland”, da Banda
              da Armada, começaram logo no  fi m  de
              semana de abertura, quer na rua quer em
              espaços públicos da cidade – nomeada-
              mente no Mercado D. Pedro V, na Praça
              da República e no Parque Verde do Mon-  CONCERTO SOLIDÁRIO            estreado em 1928, mas que sempre trans-
              dego onde, mais uma vez, as manifesta-                                porta os ouvintes para a fabulosa dança de
              ções de apreço e carinho pela Marinha   Englobado nas comemorações do Dia da   Rudolf Nureyev quando recria no fi lme “Les
              foram evidentes.                   Marinha 2019 (DM19), teve lugar no dia   uns et les autres”, de Claude Lelouch, a sua
               Independentemente dessas “incursões”   11 de Maio, às 21h30, o Concerto Solidá-  própria deserção da União SoviéƟ ca num
              citadinas, a Banda da Armada teve quatro   rio. Tratou-se de um evento,  organizado   crescendo dramáƟ co.
              pontos altos de elevado nível arơ sƟ co: os   pelo terceiro ano consecuƟ vo, fruto duma   – Deveria encerrar o concerto a inter-
              concertos Solidário e de Gala, habitual-  parceria entre a Marinha e o Rotary Club   pretação de “ORFEU NOS INFERNOS” de
              mente realizados no Pavilhão das Galeo-  Interna  onal Lisboa Francófono, ao qual   Jacques Off enbach, obra escrita em 1858
              tas do Museu de Marinha, e os concertos   aderem inúmeras individualidades liga-  e reƟ rada da ópera burlesca homónima
              ao Ar Livre e “Ofi cial” do Dia da Marinha,   das a esse Clube e convidados (cerca de   deste compositor, assinalando-se assim
              na cidade que recebe anualmente a “Festa   400). Este ano a importância angariada   o ducentésimo aniversário do seu nasci-
              da Marinha”. A direção esteve a cargo do   reverteu a favor do Serviço Pediátrico do   mento.
              Subchefe da Banda, 1TEN José Veloso, no   Hospital de Coimbra.         – O concerto contou, porém, com um
              caso do Concerto Público, e do Chefe da   Este ano todas as obras apresentadas   encore, também ele francês – a “DANÇA
              Banda da Armada, CTEN Délio Gonçalves,   haviam sido escritas por compositores   FESTIVA” de Charles Gounod.
              nos outros três espetáculos. Conforme é   franceses:
              tradição, todos os concertos terminaram   – Abriu o concerto a obra “ROMA OVER-
              com a habitual interpretação da “MARͳ  TURE”, de  Jules Massenet, reƟ rada  da   CONCERTO DE GALA
              CHA DOS MARINHEIROS”,  aplaudida e   ópera Roma estreada em 1912; os arran-  O Concerto de Gala, também já tradi-
              cantada por todos os presentes.    jos foram do SAJ B João Pereira.   cional, teve lugar no dia 14 de maio, às
                                                  – Seguiu-se a “PRIMEIRA RAPSÓDIA   21h30. Este segundo evento desƟ na-se a
                                                 PARA CLARINETE” de  Claude Debussy,   enƟ dades convidadas da Marinha. Eis o
                                                 uma das maiores referências do Período   reportório:
                                                 Moderno, mais concretamente da Música   – Abriu o concerto a obra “ABERTURA
                                                 Impressionista do início do séc XX; con-  FESTIVA” de  Satoshi Yagisawa, um dos
                                                 tou com a interpretação solista do 1SAR   mais relevantes e prolíferos compositores
                                                 B Filipe Dias.                     da atualidade; foi escrita para momentos
                                                  – Encerrou a primeira parte “MOVIMEN-  de grande solenidade e de celebração da
                                                 TOS FRENÉTICOS” de Alexander Kosmicki,   amizade e camaradagem.
                                                 obra em 3 andamentos interligados entre   – Seguiu-se a belíssima obra “MAR QUE
                                                 si que pretende transmiƟ r aos ouvintes   FALA PORTUGUÊS”, de Gilson Santos,
                                                 múlƟ plas emoções.                 escrita por solicitação da  PWC Portugal,
                                                  – A segunda parte iniciou-se com “MAR-  no âmbito dos Prémios  Excellens Mare
                                                 CHA HÚNGARA”, de  Hector Berlioz, reƟ -  2019, para sublinhar o mérito e a excelên-
                                                 rada da ópera “A DANAÇÃO DE FAUSTO”   cia de todas as pessoas e enƟ dades que
                                                 e que foi escrita para saƟ sfazer as audiên-  contribuem para valorização sustentável
                                                 cias húngaras numa digressão pela Europa   do oceano.
                                                 Central.                            – Encerrou a primeira parte o úlƟ mo
                                                  – Seguiu-se “BOLERO”, de Maurice Ravel,   andamento da “SINFONIA Nº 11”, de Dmi-
                                                 obra originalmente escrita para um Ballet   tri Shostakovich, obra estreada em 1957


                                                                                                        JUNHO 2019  21
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