Page 11 - Revista da Armada
P. 11

REVISTA DA ARMADA | 558

               A função de Dissuasão, Defesa Militar e Apoio à PolíƟ ca Externa   DMS3 parƟ ciparam no exercício MUSHP PSE 20 em Cartagena, Espa-
              concreƟ zou-se através de um espetro muito alargado de tarefas,   nha, no período de 15 a 21 de novembro, onde aplicaram procedi-
              onde se enquadra a aƟ vidade submarina desenvolvida pela Mari-  mentos e desenvolveram perícias num ambiente de parƟ lha entre a
              nha, com a parƟ cipação do NRP Tridente na “OperaƟ on Sea Guar-  unidade de mergulhadores MCM da Armada Espanhola, a unidade
              dian” da NATO e na “Operação SOPHIA” da União Europeia (UE) no   de operações especiais da Marinha Italiana, a unidade de inaƟ vação
              período de janeiro a março. No âmbito da “European Union Naval   de engenhos explosivos da Suécia e a Agência Europeia de Defesa.
              Force” (EUNAVFOR), a Marinha comandou a “Operação Atalanta”
              no primeiro semestre, com a parƟ cipação de um Ofi cial General   SEGURANÇA E AUTORIDADE DO ESTADO NO MAR
              e respeƟ vo Estado-maior. Como resultado desta parƟ cipação,  a
              Marinha contribuiu para a proteção dos navios do “World Food Pro-  No exercício da Autoridade do Estado no Mar, foram realizadas um
              gramme” (WFP) no Corno de África e no Oceano Índico Ocidental e   total de 1178 ações de fi scalização maríƟ ma, das quais 126 (10,7%)
              para o reforço da segurança maríƟ ma naquelas áreas.   corresponderam a situações de presumível infração. Em sede dos
               Em Apoio à PolíƟ ca Externa, a aƟ vidade operacional dos meios   compromissos assumidos nas áreas de responsabilidade nacional de
              navais envolveu a integração do NRP Corte Real no Grupo Aeronaval   busca e salvamento maríƟ mo (SAR), o Serviço de Busca e Salvamento
              FS Charles de Gaulle (GAN20), tendo sido maximizada a oportuni-  MaríƟ mo coordenou 299 ações, tendo-se registado o salvamento de
              dade de treino em ambiente de Força Naval com a parƟ cipação no   178 pessoas, o que correspondeu a uma taxa de sucesso de 100%.
              exercício Joint Warrior 201 (JW20-1). O NRP Álvares Cabral e o NRP   No âmbito do Sistema de Segurança Interna, foram desenvolvidas
              Tridente, no âmbito da cooperação bilateral Portugal – Marrocos,   operações em conjunto com forças e serviços de segurança no com-
              parƟ ciparam no exercício ALCANTARA 2020. No apoio à Agência   bate ao narcotráfi co, migração irregular e outras ações ilícitas no mar.
              FRONTEX na miƟ gação do fl uxo de migração irregular, a Marinha   Foram executadas cinco missões, nas quais foi apreendido um ele-
              empenhou o NRP Tejo e o NRP Escorpião, durante os meses de   vado volume de estupefacientes. No que respeita às aƟ vidades de
              março a junho, na área que se estende entre Espanha e Marrocos,   combate à imigração ilegal e ao tráfi co de seres humanos, a Marinha
              conhecida como a rota do Mediterrâneo Ocidental. No conƟ nente   tem empenhado meios adicionais no reforço da vigilância e monito-
              africano, o NRP  Zaire,  com uma guarnição mista consƟ tuída  por   rização dos espaços maríƟ mos na costa Sul de Portugal conƟ nental.
              militares portugueses e santomenses, parƟ cipa na missão de Capa-  A Marinha, através do Corpo de Fuzileiros, colaborou aƟ vamente
              citação da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, que prossegue   com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC):
              ininterruptamente, desde 22 de janeiro de 2018; estão já cumpri-  no período de Inverno, permaneceram prontos a intervir os meios
              das mais de 1000 dias de missão em prol da segurança maríƟ ma no   atribuídos ao Plano Arca (plano de prevenção de cheias das regiões
              Golfo da Guiné. O navio tem parƟ cipado em exercícios internacio-  hidrográfi cas dos rios Tejo, Douro, Mondego, Sado e Guadiana); no
              nais de promoção da segurança maríƟ ma na região e, no âmbito da   decorrer do Verão, no âmbito do Plano Hefesto, foram acionados
              Busca e Salvamento no mar, tem prestado auxílio a diversos navios   os meios atribuídos ao DisposiƟ vo Especial de Combate a Incêndios
              em águas jurisdicionais santomenses.                Rurais (DECIR).  Em colaboração com o InsƟ tuto da Conservação
               No âmbito das Operações Anİ bias, o Destacamento de Ações   da Natureza e das Florestas (ICNF), ao abrigo do Protocolo Faunos
              Especiais (DAE) parƟ cipou, com uma Special OperaƟ ons MariƟ me   entre o ICNF e o EMGFA, foram empenhadas patrulhas do Corpo de
              Task Unit (SOMTU), no período de 14 a 18 de setembro, no exercício   Fuzileiros com militares de vários setores da Marinha, na vigilância
              GNEX 20-2, que contou com a parƟ cipação de três equipas opera-  prevenƟ va de fogos fl orestais em áreas sensíveis, contribuindo para
              cionais da Fuerza de Guerra Naval Especial (FGNE) e com diversos   a conservação do património natural e fl orestal.
              helicópteros da FloƟ lla de Aeronaves (FLOAN).
               Tendo em vista o treino e adestramento dos submarinos, desta-  DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO, CIENTÍFICO
              ca-se a parƟ cipação do NRP Tridente na série EXCAPEX 20, inserida
              no exercício espanhol CARTAGO 20, no âmbito dos procedimentos   E CULTURAL
              associados ao salvamento de submarinos na Base de Submarinos de   Ao longo do ano, os 4 navios hidrográfi cos da Marinha realizaram
              Cartagena. Em outubro, o submarino parƟ cipou no exercício aero-  diversas campanhas, com destaque para os levantamentos hidro-
              naval espanhol ASW POSEIDON 20, na companhia de três fragatas e   gráfi cos efetuados pelo NRP D. Carlos I ao largo do arquipélago dos
              respeƟ vos helicópteros orgânicos, um reabastecedor e um subma-  Açores no período de 10 de junho a 10 de agosto. Nestas missões,
              rino espanhol, bem como um MPA francês. Releva-se igualmente   os navios do Agrupamento de Navios Hidrográfi cos contabilizaram
              a realização do primeiro exercício de ascensão livre efetuado em   145 dias de missão.
              setembro, na BNL – o ESCAPEX 20.                      A Célula de Experimentação Operacional de Veículos Não Tripula-
               RelaƟ vamente à aƟ vidade dos mergulhadores, destaca-se a par-  dos (CEOV) encontra-se a desenvolver um sistema autónomo com
              Ɵ cipação no ESCAPEX 20, no MAGRE 20-2 e no MUSHP PSE 20. O   o objeƟ vo de apoiar o InsƟ tuto Hidrográfi co (IH) nos levantamentos
              ESCAPEX 20, realizado em ambiente bastante realista e num cenário   hidrográfi cos em rios, estuários e zonas costeiras. O Sistema Marí-
              complexo de submarino acidentado, permiƟ u ao Destacamento de   Ɵ mo Autónomo Hidrográfi co X-2601 corresponde a um catamarã
              Mergulhadores N.º 2 (DMS2) e ao Destacamento de Mergulhadores   equipado com um feixe simples e sonar lateral; este veículo irá per-
              N.º 3 (DMS3) adestrar procedimentos de busca e salvamento especí-  miƟ r às Brigadas Hidrográfi cas do IH dar um salto tecnológico, incre-
              fi cos. Dando conƟ nuidade às parƟ cipações em anos transatos, o Des-  mentando a sua capacidade operacional, assim como aumentar a
              tacamento de Mergulhadores N.º 1 (DMS1) parƟ cipou no exercício   segurança e o alcance das áreas em estudo.
              MAGRE 20-2 em Cartagena, Espanha, no período de 10 a 24 de outu-  Em resposta à pandemia do vírus SARS-CoV-2, o CEOV iniciou um
              bro, tendo operado com unidades congéneres da Armada Espanhola   projeto de invesƟ gação e desenvolvimento, designado Nortada
              e da Marinha dos Estados Unidos da América em cenários realistas e   CEOV X-95, de um protóƟ po de venƟ lador mecânico desƟ nado
              complexos onde foram executadas tarefas de inaƟ vação de engenhos   ao emprego primário em unidades de cuidados intensivos. Após
              explosivos convencionais e improvisados, quer em ambiente terres-  concluídos os estudos de viabilidade e a demonstração técnica da
              tre quer em ambiente maríƟ mo. No âmbito do Harbour ProtecƟ on,   sua performance, fi abilidade e segurança (através da realização de
              especifi camente para ações de busca militar e ações de reconheci-  ensaios normalizados para este Ɵ po de disposiƟ vo médico), este
              mento de engenhos explosivos em ambiente portuário, o DMS1 e o   projeto poderá vir a ser uƟ lizado pelo Serviço Nacional de Saúde.


                                                                                                        JANEIRO 2021  11
   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16