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REVISTA DA ARMADA | 577
INFANTE D. HENRIQUE
A PRIMEIRA ZONA LIVRE TECNOLÓGICA
CRIADA EM PORTUGAL
A Marinha, em conjunto com a Agência Nacional de Inovação (ANI), apresentou no dia 19 de julho, no Centro de Experimentação
Operacional da Marinha (CEOM), em Tróia, a primeira Zona Livre Tecnológica (ZLT) criada em Portugal, denominada INFANTE
D. HENRIQUE.
ZONAS LIVRES TECNOLÓGICAS A ANI, como autoridade de testes, é a entidade responsável
por coordenar e gerir a rede de ZLT em Portugal, em articulação
om a promulgação do Decreto-Lei n.º 67/2021, de 30 de julho, com as entidades reguladoras. Até à data, foram recebidas
Cfoi estabelecido o regime e definido o modelo de governação doze manifestações de interesse (candidaturas), oito das quais
para a promoção da inovação de base tecnológica através da favoráveis. As potenciais ZLT pretendem experimentar e testar
criação de ZLT. projetos de Mobilidade, Fintech, Comunicações e Ambiente.
De acordo com este diploma, entende-se por ZLT o “ambiente ZLT INFANTE D. HENRIQUE
físico, geograficamente localizado, em ambiente real ou quase-
real, destinado à realização de testes e experimentação de A ZLT INFANTE D. HENRIQUE ocupará uma área superior a mil
tecnologias, produtos, serviços e processos inovadores de base milhas quadradas, abrangerá os concelhos de Sesimbra, Setúbal
tecnológica, com o acompanhamento direto e permanente por e Grândola e será monitorizada do Centro de Experimentação
parte das entidades competentes, nomeadamente ao nível da Operacional da Marinha (CEOM), em Tróia.
realização de testes, da prestação de informações, orientações Esta ZLT destina-se a experimentar e a testar, em mar aberto e
e recomendações, correspondendo ao conceito de sandbox em circunstâncias reais, sistemas de segurança e de defesa não
regulatória”. tripulados e outras tecnologias em ambientes de subsuperfície,
superfície (terrestre e molhado) e aéreo.
Com o intuito de dinamizar o tecido empresarial nacional,
esta ZLT pretende também promover uma colaboração efetiva
e ativa com a Indústria, a Academia e os utilizadores finais e
atrair projetos de experimentação inovadores com tecnologias
emergentes e disruptivas com aplicação no meio marítimo.
Pela sensorização de toda esta área, será criado um digital
twin que proporcionará o acesso a um elevado número de
dados (big data) e reunirá as condições ideais para que, em
segurança, possam ser validadas novas aplicações e testados,
em circunstâncias reais, sistemas não tripulados nos ambientes
de subsuperfície, superfície (terrestre e molhada) e aéreo, bem
como outras tecnologias associadas.
SETEMBRO / OUTUBRO 2022 15