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REVISTA DA ARMADA | 577
Durante o REPMUS 22, o CEOM recebeu um número bastante
significativo de visitas diárias. Destaque para os:
– Elementos pertencentes a 45 entidades diferentes, incluindo
representantes das comunidades locais, como a piscatória e a
marítimo-turística; e
– Cerca de centena e meia de “curiosos”.
CONCLUSÃO
O REPMUS potencia, significativamente, o avanço tecnológico
e operacional da Marinha e de Portugal como membro da NATO,
alavancado por muitas horas de trabalho, de muitas centenas
de pessoas de todas as entidades participantes, tendo resultado
em concreto no desenvolvimento da capacidade de sistemas
não-tripulados em todos os domínios das operações marítimas.
A edição deste ano contou com a colaboração de todos os
setores da Marinha e do Estado-Maior da Armada, que apoiaram
o Comando Naval na sua coordenação e execução.
Para além das Marinhas de outros países e das entidades
NATO, a adesão da indústria e da academia foram significativas
e produtivas, suscitando desde o primeiro momento um
ambiente internacional de desenvolvimento tecnológico, de
inovação aberta e colaborativa, e de experimentação com
visibilidade mundial.
O REPMUS é já um acelerador do desenvolvimento tecnológico.
A realização deste exercício em Portugal e a capacitação que
a Marinha está a efetuar no CEOM demonstra a utilidade do
investimento em curso, não só por fomentar o desenvolvimento
tecnológico nacional, como também, por promover a criação
de redes que envolvem as Forças Armadas, as empresas, as
universidades e os centros de investigação. O reconhecimento
desse esforço é tanto nacional/governamental – com a
aprovação da primeira ZLT nacional – como internacional –
com a escolha de Troia, pela NATO, para o Centro de Teste do
Defence Innovation Accelerator for the North Atlantic (DIANA).
As manifestações demonstradas pelos chefes das delegações
presentes auspiciam que a próxima edição seja ainda
mais desafiante tanto tecnologicamente como ao nível do
planeamento e execução. Uma maior presença da NATO, a
participação da European Defence Agency, o robustecimento
na utilização do espaço nas operações com os sistemas
não tripulados, a utilização do canhão de Setúbal para o
desenvolvimento de tecnologias para o mar profundo e
a introdução do ambiente digital, através do digital twin
do oceano da ZLT, serão catalisadores para uma nova era
dos exercícios REPMUS, promovendo o nome da Marinha
Portuguesa como líder na inovação e impulsionador do maior
exercício de experimentação operacional a nível da NATO e da
União Europeia.
EMA / DIVINOV em colaboração com o COMNAV / CEOM
Notas
1 O CMRE deslocou, de Itália para Portugal, cerca de 70% do seu staff de Research
and Development, a sua maior participação de sempre no exterior.
2 Em sigla inglesa Interoperability to Interchangeability (I2I).
3 Esta parceria entre os dois exercícios está aprovada até 2024, inclusive.
4 Standing Naval Maritime Group One (SNMG1) e Standing Naval Mine Counter-
Measures Group One (SNMCMG1), ambas forças navais que participaram na
última semana do REPMUS 22.
20 SETEMBRO / OUTUBRO 2022