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REVISTA DA ARMADA | 577
âmbito das suas competências reguladoras. De salientar que a não tripulados - um conceito designado da Interoperabilidade
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ANACOM mobilizou, de diferentes locais do território nacional, à Intermutabilidade (I2I), que teve uma assinalável evolução
diversos elementos para monitorizar, permanentemente, a quando comparada com a edição de 2021.
utilização do espectro eletromagnético, por forma a salvaguardar A área do I2I consubstanciou-se na criação e no desenvolvimento de
o respeito pelas exceções regulatórias permitidas na ZLT, num uma capacidade integradora base para todos os sistemas tripulados
ambiente de espectro bastante saturado. e não tripulados nas áreas dos diferentes ambientes (subaquático,
superfície e aéreo). Uma ideia aparentemente simples no conceito,
ATIVIDADE DESENVOLVIDA II mas complexa de conseguir na prática, uma vez que exige construir
standards comuns, inclusivamente, uma linguagem-padrão que
A presença do Centro de Excelência NATO Maritime Geospatial, permita o interface dos diversos sistemas (antigos e recentes), de
Meteorological and Oceanographic (MGEOMETOC COE), diferentes construtores, na obtenção de um panorama atualizado,
sediado em Portugal, no Instituto Hidrográfico, permitiu não só validado e fidedigno, crucial para as operações reais.
fornecer, diariamente, um conjunto de produtos meteorológicos
e oceanográficos úteis às atividades operacionais, mas também TESTE DE NOVAS TECNOLOGIAS
liderar uma importante área das operações navais - o Rapid
Environmental Assessment (REA). Com efeito, cerca de 45% das Na sequência das edições anteriores, o REPMUS 22
séries realizadas durante o REPMUS 22 corresponderam ao REA permitiu testar, pela primeira vez, novas tecnologias
e foi criada, pela primeira vez, a figura do REA Commander para em apoio às operações com sistemas não tripulados,
apoiar as operações navais. a saber:
As centenas de séries levadas a cabo durante o REPMUS 22 • A utilização de hidrogénio como fonte de energia para os
respeitaram um extenso e intenso programa de seriado, com sistemas não tripulados, com testes promissores realizados
diversos cenários militares e civis, contemplando a defesa da força, pela universidade de Delft, na Holanda, com um drone aéreo;
nomeadamente, a proteção portuária, a luta antissubmarina • A aplicação de uma rede privada 5G que permitiu melhorar a
e contraminas, as operações anfíbias, a vigilância marítima, a conectividade, em particular, entre os sistemas;
imigração ilegal e o salvamento marítimo, entre outros. Em todos • A comunicação via chat entre um submarino em profundidade,
estes contextos, foram testados, com sucesso, novos requisitos um navio de superfície e o centro de comando e controlo em
e conceitos, bem como a integração e a interoperabilidade de terra, algo inédito até à data e relevante para a comunidade
sistemas, equipamentos e sensores. submarina em diversos contextos, desde a segurança até à
operacional;
INTEGRAÇÃO EM REDE • A experimentação de dois autogiros tripulados, com diferentes
tipos de sensores, controlados remotamente de terra, cuja
Esta campanha de experimentação operacional foi estruturada versatilidade demonstrada auspicia desenvolvimentos
por um staff multinacional que, coordenado pelo Comando Naval, futuros, recorrendo à robotização deste tipo de aeronaves de
envolveu meios tripulados e não tripulados nos ambientes de baixo custo;
subsuperfície, superfície e aéreo. Para o efeito, foram desenhadas • A colocação de um smart cable na recente zona de testes
séries para testar e avaliar os novos avanços de integração em subaquática ora existente no cais do Ponto de Apoio Naval de
rede, bem como, técnicas, táticas e procedimentos na aplicação Troia (PANTROIA) para testar sensores e a colocação de uma
destes meios. Este exercício possibilitou ainda testar a capacidade dock station para carregar baterias e transmitir dados entre o
dos Aliados de partilharem o comando e controlo dos sistemas drone subaquático e o cabo submarino.
não tripulados, e de difundirem, em diferentes plataformas, Neste âmbito, importa relevar os testes conduzidos, pela Célula
informações recolhidas, em cenários operacionais, por meios de Experimentação Operacional de Veículos não tripulados
18 SETEMBRO / OUTUBRO 2022