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REVISTA DA ARMADA | 577
submarina e mais de 7.000 contactos detetados e inúmeros
dados de interesse recolhidos – ficando na memória os
momentos mais marcantes.
À chegada, a 26 de maio, estiveram presentes no cais 6 da
BNL o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Prof. Dr. Marco
Capitão Ferreira, acompanhado pelo CEMA, ALM Gouveia
e Melo, pelo representante do ALM CEMGA, COM Ramalho
Marreiros e pelo Segundo-comandante Naval, COM Proença
Mendes, que saudaram a guarnição e quiseram enaltecer os
intervenções de manutenção do submarino e o apoio logístico.
A segunda patrulha foi a maior desta missão e exigiu uma resultados obtidos no decorrer das patrulhas e reconhecidos
atenção permanente e monitori zação constante do que rodeava pelo comando de submarinos da NATO (COMSUNATO).
o submarino, com o intuito de continuar a recolher informação
de possíveis ações ilícitas, evitando alterar o meio onde se insere,
e fazendo a sua comunicação para as autoridades em terra. Colaboração do COMANDO DO NRP ARPÃO
A segunda patrulha terminou no final do mês de maio,
regressando o NRP Arpão ao porto de Cartagena, última paragem
logística, de manutenção e de descanso antes do regresso à BNL.
Notas
REGRESSO A CASA 1 Acrónimo anglo-saxónico para Sea Acceptance Trials. Ver artigo sobre estas
provas de mar na edição n.º 576 da RA.
No trânsito de regresso a casa houve que, uma vez mais, fazer 2 Porto muito utilizado pelos submarinos portugueses, quando a navegar no
a travessia do Estreito de Gibraltar, aproveitando as correntes Mediterrâneo Oeste. As estreitas relações com a comunidade submarinista
provenientes do Mar Mediterrâneo e esquivando-se das atrás espanhola remontam aos anos 60 do século passado e foram fortemente
cimentadas desde então. O porto de Cartagena alberga a Flotilla de Submarinos
referidas camadas de mistura de águas. Mas a experiência acumulada da Armada Espanhola e é o local utilizado para a certificação dos submarinistas
e a qualidade dos sensores e sistema da navegação, permitiram um portugueses na operação de salvamento submarino designada de Escape Livre
regresso calmo e seguro ao nosso conhecido Atlântico. (ver edição n.º 556 da RA), dispondo também das capacidades logísticas de
Já com o Cabo Espichel à vista, o NRP Arpão foi envolvido material e abastecimento de géneros indicadas ao aprontamento das longas
no apoio ao NRP Bartolomeu Dias, que volta ao seu treino patrulhas que se exigem neste tipo de missão.
operacional após realizar o Mid Life Upgrade (MLU). O Arpão 3 Recolha discreta de informações, capacidade que permite testemunhar,
pôde, assim, treinar a sua componente da guerra contra alvos de visualizar e enviar as informações relativas a atos ilícitos ou suspeitos no local
superfície – a referida fragata, três navios da Armada Espanhola sem alterar o meio que o envolve. Havia que manter um olhar atento a tudo
o que rodeava o NRP Arpão e recolher dados de atividades presumivelmente
e a força naval da Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG 1). suspeitas, dados esses encaminhados para os respetivos comandos em terra.
A navegar à superfície no Rio Tejo, o sentimento geral é de 4 Operação no âmbito da Resolução 2292 (2016) do Conselho de Segurança
missão cumprida – os olhos onde a vista não alcança, no Mar específicas da costa Norte da África Central.
Mediterrâneo, i.e., mais de um milhar de horas de navegação
SETEMBRO / OUTUBRO 2022 7