Page 13 - Revista da Armada
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A  esquerda:
      Monet  (1894) -  Catedral  de  Rouen













        Ficou  célebre  a  sua  «sériel»  da
     , Catedral  de  Nôtre-Dâme  que  pin-
      tO'u  a  várias  horas  dO'  dia,  cons-
      truindO'  a  forma  através  da  cor.
      O  monumento  aparece  envoltO'
      numa  atmO'sfera que ficou  no qua-
      dro  e  que  é  mais  eiVidente  que  a
      própria  e'strutura  do  e,difíciO'.  Os
      «impressionistas»  trabalhavam  a
      luz  nas  suas  componentes  ele-
      mentares  que vão  do azul  ao ver-
      melho,  passando  pe!lo  amarello.
      Alguns  melsmo,  comO'  Seurat  e
      Pissaro,  foram  até  aO'  extremo  de
      a  «sintetizar,.  a partir de pequenos
      pontos  de  cores  fundamentais.
      cO'locados  pertO'  uns  'dos  outro,s.
      de  forma  que  a  vista  efectuasse',
      por  si,  essa  síntese-o Alcançavam
      assim  uma  luminO'sidade  e  vibra-
      ção nunca  antes conselguida. Eram
      os  «puntilistas» .
        A  figura,  o  nu  ou  o  retrato  de!i-
      xaram  de  evidenciar  aque,les tons
      cálidos  de alcova ou  a  iluminação
      artificial  dos salões  convencionais
      para  se  reve-Iarem  em  todo, o  e's-
      plendor  da  luz  natural.
         t:  claro  que.  muitas  vez eiS,  e'ssa
      luz  é  indiscreta  e  põe  a  desco-
      be'rto,  de  forma  chocante,  triste's
      realidade,s  que  o  espírito  burguês
      to~era  mal .. .  Apelsar  de  tudo,
      Manet,  Monet,  Renoir  e  Degas,
      não  se  afastaram  muito (p,ara  nós
      que  os  vemos  agora  a  anos  de
      distância)  do's  padrõels  formais da   Cézanne  (1866-67) -  Retrato  do  pai  do  artista
      pintura anterior.  Cézanne, Lautre!c.
      Gauguin e Van Gogh afastaram-se       Para  fazermos  uma  ideia  das   ronda  prove·itO'sa  que  aconse,lha-
      bem  mais  da  tradição  e  só  bas-  diferenças entre a  pintura antelrior   mos a  todos aqueles para quem  a
      tante  mais tarde foram  compreen-  e  a  «impressionista»  basta  dar  Arte  nãO'  é  uma  cO'isa  vã.
      didos.  Van  Gogh  nãO'  conseguiu   uma  vista  de  olhos  pelO'  Museu   Passarão  a  conhecer  um  pouco
      vender,  em  vida; quadros que' h o'j e·  de  Arte  Contemporânea  e  ver   melhor  O'  que  foi  o  * Impressio-
      valem uma fortuna. A  ousadia des-  como  pintavam  ColumbanO' e  Ma-  nismO'».  Hoje,  nenhum  pintor  po-
      te,s  pinto,roo  e  O'  uso  «sem  medo»   IhDa  e  passar  depDis  ao  Museu   derá  prescindir,  nO'  dO'mínio  da
      que faziam  do  amare,lo valeu-lhes   Gulbenkian e apreciar as obras de   cor,  dos ensinamentos dessa  -es-
      a alcunha  de «fauve·s»  como se de   Manet e Monet pertencentes à  sua   cola",
      animais selvagens soe tratasse-.. .   colecção.  Será  ce,rtamente  uma                      O.  LEMOS


                                                                                                            11
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