Page 42 - Revista da Armada
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Amáiia a





































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            Parece-nos  lógico,  ao  tomar contacto  com  os  leito=-_  Qual seria?
            res  desta revista,  que é necessàriamente destinada   Procurámos  no  Dicionári~ de  Morais  e  deparou-se-
            àqueles  que  na  Marinha  de  Guerra  mourejam  por   -nos  a  palavra  ZUZARA  - determinado  género  de
            esse Portugal fora,  d'aquém e d'além mar,  cumprin-  crustáceo.  A palavra soava exótica, pouco conheci-
            do  galhardamente o  seu  dever de militares  e  mari-  da, atractiva e o seu imaginável cheiro a maresia, de-
            nheiros, dizer-vos quem somos.                       cidiu-nos.
            O pseudónimo Capt. ZUZARA encobre um  de nós, já     Adoptámos  a  palavra  e  juntámos-lhe  a  expressão
            no decUnar da vida, vida que toda foi consagrada ao   inglesa «captain»  que quer dizer comandante como
            serviço do mar, mar que foi visto em todas as long itu-  sabeis e ássim julgámos ficar livres de ... sermos cor-
            des e cuja braveza e cólera algumas vezes nos fize-  ridos  à  batata  pelos  decepcionados  da  nossa  falta
            ram  olhá-lo  com  profundo  respeito,  marginando  o   de graça. O pseudónimo não passa da couraça sim-
            receio, fascinados pela magia da sua grandeza, des-  bólica, atrás da qual se esconde a lógica timidez de
            proporcionada  em  relação  à  nossa  pequenez,  ao   quem  reconhece  a  modéstia  do  que  faz  quando
            nosso nada.                                          escreve,  o  que, no  caso  presente,  terá a virtude do
            O  nome  ZUZARA  foi,  há  já certo  tempo,  escolhido   exemplo de colaboração e da convicção do diminuto
            por uma associação de ideias, que vou explicar.     valor da mesma.
            Ao pretender arranjar um nome que traduzisse quem    Agora,  que  está  feita  esta  apresentação  que  nada
            somos  como  modesto  «gajeiro  da  pena»,  sentimos   apresenta,  segue-se  o  meu  contributo  para  este
            que devíamos simbolizar a nossa pequenez de génio   número  do  qual  desejamos  destacar  que,  embora
            literário por qualquer coisa que estivesse em  último   a forma tenha alguma fantasia,  os factos,  a que nos
            lugar e,  pela tal associação de ideias, pensámos po-  iremos referir, são absolutamente verdadeiros.
            deria  ser  expresso  pela  última  palavra  da  língua   Nas manobras navais portuguesas de 1950, a esqua-
            portuguesa.                                         dra  foi  parar  ao  Funchal  e  a  fragata,  onde  eu  era

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