Page 271 - Revista da Armada
P. 271
Defmlção dos um aluno deverá estar apto a executar no final de um dado pe.
obJectivOS de treino dado de instrução.
Selecção e analise Determmação do Seguidamente, procede·se à determinação do conteúdo
de/arefas conteudodos cursos dos cursos tendo em vista os Objectivos definidos na fase ante·
rior e detalhando. de uma forma lógica, os assuntos a serem
cobertos pelo curso, a indicaçâo do sistema de testes a efec-
tuar, bem como os momentos apropriados em que esses testes
deverão ocorrer, etc.
Selecção e
A condução dos cursos segue-se imediatamente à fase em
dlslnbwcào dos alunos
que foram determinados quais os métodos e os meios de ensi-
no adequados para alcançar os objectivos anteriormentes defi-
trabalha
nidos, fase após a qual se torna possível quantificar os seus
custos em termos de instrutores, espaços, equipamento e tem·
po, que terão que ser adequadOS aos recursos disponíveis.
lactlcas, elc.
Caso isto não aconteça, toma-se necessário reanalisar os ob-
jectivos, com vista a rejeitar os objectivos secundários ou não
criticas em relaçâo a outros prioritários ou críticos o que, evi-
dentemente, carece de decisao superior.
Modificação e Condução A fase seguinte consiste na validação das opções anterior·
actualização dos cursos mente tomadas. isto é, determinar em que medida num dado
conforme curso foram atingidas os objectivos estabelecidos, o que desi·
necessaflo Validação gnamos por validação interna.
Haverá, finalmente, que eslaoeJecer se os objeçtivos desse
P - Agradecia que me explicasse agora como é que na
prática isso se realiza. mesmo curso, considerado internamente válida, foram realisti-
camente baseados nos requisitos decorrentes das funções a
R - Bom, não é fácil, numa conversa que não pode ser mui-
to extensa, descrever o que ê a aplicação da Abordagem Siste- desempenhar, a validação externa, que decorre após o curso
e a colocação dos alunos nas suas unidades. Têm aqui papel
mática ao Treino. preponderante os utilizadores do pessoal, já que são eles que
De qualquer modo, muito sinteticamente, posso referir que poderão ajuizar com mais propriedade da sua competência
o ciclo se inicia, habitualmente. pela escolha das Tarefas que como executantes. ou seja. da qualidade da instrução e da sua
requerem efectivamente ser ensinadas, através de um proces-
so de análise de trabalho que constitui o primeiro passo para adaptação aos requisitos das funções a desempenhar nos dife·
rentes cargos.
o estabelecimento daquilo que um aluno deve aprender para
executar satisfatoriamente a sua função. Em consequência desta avaliação poderá ser deteçtada a
Com efeito, com a constante evolução dos equipamentos necessidade de se alterarem os objectivos de treino e introduzi-
verifica-se um desajustamento cada vez mais acentuado enire rem eventuais modificações e actualizações na concepção dos
aquilo que é ensinado nas escolas e aquilo que efectivamente cursos, fechando o ciclo atrás mostrado, o qual se pretende
é requerido para que um indivíduo desempenhe capazmente sempre dinâmico e, portanto, em permanente renovação.
as funções que lhe competem no ãmbito do respectivo cargo. A instrução é um processo contfnuo que requer ajustamen-
Estamos todos e a todos os níveis fartos de constatar esta tos constantes.
realidade! Por isso, deve ser dotada de meçanismos que respondam,
P - Desculpe interrompê-lo, mas as escolas não existem rápida e eficazmente, ao apareçimento de novos equipamen-
justamente para ensinarem o que é preciso? tos e técnicas, de requisitos operacionais, e de alterações nos
conceitos tácticos.
R - Isso realmente é válido até certo ponto, porém aconte-
ce que a experiência individual dos responsáveis pela concep- A aoordagem Sistemática ao Treino permite, assim, que as
ção dos cursos ou seja, pela decisão relativa às matérias que mudanças indicadas sejam constantemente reflectidas no en·
devem ser ensinadas, ê necessariamente limitada e assenta na sino proporcionado aos alunos e que este seja permanente·
maior parte das vezes, em critérios subjectivos. mente reavaliado, o que não é possivel na Situação actual.
Pretende·se, em resumo, dar resposta à pergunta: forma-
Este facto conduz a opiniões divergentes sobre os aspectos
qualitativo e quantitativo dos requisitos para uma dada função, ção para quê? .. Para o correcto desempenho de uma função ..
culminando em situações de treino desneçessário ou em insufi· E se considerarmos que
ciente preparação em determinados domínios.
Sobretudo em escolas como as nossas, sempre dificilmen· DESEMPENHO DE COMPETÊNCIA X MOTIVAÇÃO
te apetrechadas no aspecto material e, na ausência de uma cla- UMA FUNÇÃO - PROFISSIONAL
ra definição de funções, é grande a tentação para se cair num l...-_-'----'
ensino teorizado, excessivo, de carácter enciclopédico, numa à área da instrução cabe grande parte da responsabilidade de
ánsia de cobrir a maior gama passivei de conhecimentos dos garantir que o primeiro dos dois lactares, a competência profis·
Cluais se vai utilizar. afinal, apenas uma pequena parte. Torna- sional, tenha o valor mais elevado possível.
·se. assim. absolutamente necessário examinarem detalhe as P - Até agora essa competência profissional que refere
tarefas envolvidas em cada cargo e extrair a informação reque- lem tido uma definição algo subjectiva. Num «Sistema" quepa·
rida para que a preparação dos executantes seja a adequada rece tercomo preocupação fundamental a objectividade. como
e estritamente indispenSável. équese «mede» a competência?
P - Então é esse o processo a que chamou «análise de R - Para que um indivíduo reúna condições para ser profis·
trabalho»? sionalmente competente deve poder satisfazer a diversos pa·
R - Ê isso mesmo. A análise de trabalho tem, como é evi- drões de desempenho e aliar a esses conhecimentos a expe·
dente, um campo de aplicação vastíssimo, mas quando virada riência adquirida.
para a instrução permite, igualmente, obter um conjunto de in· Haverá. portanto, que estabelecer, de forma objectiva e de·
formações que irão facilitar a tomada de decisões no tocante talhada, os niveis de desempenho a exigir aos diversos postos
à condução da instrução (formal ou no local de trabalho), a defi- do pessoal da Armada, abrangendo os aspectos mais significa-
nição de prioridades na aprendizagem e o estabelecimento de tivos de que esses desempenhos se revestem.
padrões mínimos aceitáveis de execução. No que aos sargentos e praças se refere estão em curso e
P - Desculpe mais uma vez estas interrupçôes, mas o as- em fases diversas de eVOlução os trabalhos conducentes ao
sunto não é lá muito acessível ... estabelecimento dos chamados PADRÕES NAVAIS, PA-
R - Continuando o ciclo, segue·se a definição dos objecti· DRÕES EDUCACIONAIS E PADRÕES OCUPACIONAIS que
vos de treino em que, por oposição ao sistema em vigor no qual hão-de presidir à sua formação e progresso na carreira,
os planos de curso se limitam a listar áreas do conhecimento P-Eporque não aos oficiais? ..
a cobrir. se pretende exprimir, de uma forma exacta, aquilo que R - A formação dos oficiais, como se calcula, é problema ..
17