Page 268 - Revista da Armada
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(Destacamentos  de  Acções  Espe-  condecorações.  Podemos  ainda  in-  nhos .. , desta vez lambem é mUito grande. ou-
             ciais)  e  quais  foram  os  primeiros?  formar que se  lhe  seguem  três ofi-  Iras ficam por menc/Ofl8r alé ao próxima nú-
                                                                                  mero, faclo de que pedimos desculpa aos au-
                Os GEF foram criados dentro dos  ciais com 29 cada (almirantes Améri-  tores
             batalhões de Fuzileiros e o primeiro   co Thomaz, Henrique Tenreiro e Ar-
             oficial a comandar um grupo foi O ac-  mando Roboredo).                           • ••
             lual  2. -ten.  SEF  Josefmo.  O  DAE   -  Quem foi o fundador da  .. Re-
                   0
             sucedeu  a  esse  GEF e resultou  do   vista da Armada", quem a idealizou   MISCELÂNEA
             facto  do  comandante  do  Corpo  de  e em que data foi lançada?
             FuzIleiros  considerar  necessária  a   Fundou-a  e  idealizou·a  o  então   Esta Revista está interessada em
             eXistência de tal Destacamento, com   ministro  da  Marinha,  almirante  Ma·   adquirir  o  .. Vocabulário  da  Ungua
             autonomia relativa e legislação pró-  nuel Pereira Crespo. O primeiro nu·   Portuguesa», da autoria de F. Rebe-
             pna.                               mero foi publicado em Julho de 1971 .   lo Gonçalves, editado pela Coimbra
                -  As  botas  dos  fuzileiros  têm
                                                                                  Editora, Lda.,  em  1966. Por se en-
             rastoespecia/?
                                                                                  contrar esgotado e não ser passivei
                Têm  rasto  próprio  e  sempre  se
                                                                                  a sua aqUisição no mercado, agrade-
             pretendeu  que  fossem  duráveis  e   N. R. - Apesar da extensão desta carta.   ce-se que algum dos nossos leitores
             confortáveis. São fabricadas nas Ofi-  achou·se interessante publicar as perguntas e
                                                respostas.  pois.  estamos  convencidos  que  que o possua e o queira vender.  ou
             cinas Gerais de Fardamento e Equi-
                                                elas elucidam nAo 56 ° nosso leitor. e seu au·  saiba de alguém nestas condições, o
             pamento do Exército.               tor. mas mUIta gente que a Si mesmo se mter-  favor de contactar com a nossa Se-
                -  Quem  é  o  marinheiro  portu-  roga sobre ° assunto           cretana.
             guês mais condecorado?                As  respostas  relatrvas  aos fuzileiros  (o-
                 Consultadas as "Listas da Arma-  ram-nos faculladas pelo Comando da Escola
             da" de há  tempos a esta parte, ve-  de  Fuzileiros.  cUJa  colaboração  sempre  efi-
                                                CIente  e  prontamente  dada.  mUIto  agrade-
              rlllca-se  ser  o  almirante  Fernando   cemos.
             Ouintanilha Mendonça Dias, com 32     E  porque a carla do nosso amigo .. Pezl-  •••••••••••••••••••

               AQUILO  QUE  A GENTE  NÃO  ESQUECE  (11)


              Sereias em terra, sereias no mar




                 Um dia, numa das minhas viagens por esse mun-      E,  perante a  iminente tempestade que os valoro-
             do de Cristo, dei por mim a contemplar o ex-libris da   sos marinheiros iriam enfrentar, são ainda as Ninfas
             cidade  de  Copenhaga,  capital da  Dinamarca,  nada   que vêm dar a sua protecção, como se pode ler no can-
             mais  nada  menos  que  uma  sereia,  uma  sereia  de   to VI, estrofe LXXXVII:
             bronze  sobre  um  rochedo,  como que arrancada  às
                                                                    Abrandar determina, por amores,
             profundezas do mar.  Metade mulher, metade peixe,      Dos ventos a nojosa companhia
             como diz a  lenda, ali está aquela figura lembrando a
                                                                    Mostrando-lhe as amadas Ninfas belas,
             muitos os encantos do mar.
                                                                    Que mais formosas vinham que as estrelas.
                 Pensei,  repensei e  interroguei-me sobre a  razão
             de as sereias viverem no mar e  de serem elas a  ali-
                                                                    o prõprio poeta se sente de tal maneira depen-
             mentar o génio e a veia artistica dos poetas. Um dia,
                                                                 dente das suas musas que acaba por se deter nesta
              numa viagem da crSagresH, como adiante direi, desco-
                                                                 consideração:
             bri essa razão.  Bem sei que o  nosso épico, o  imortal
             Camões, até junto das ninfas do TejO  se inspirava e   Sem vós, Ninfas do TejoedoMondego
             disso deu testemunho quando n'Os Lusiadas lhes fez     Porcaminho tão árduo, longo e vário!
              referência:                                           Vosso fa vorinvoco, que navego
                                                                    Por alto mar, com vento tão contrário.
                 E vós,  Tágides minhas, pois criado
                                                                    Que se não me ajudais hei grande medo
                 Tendes em mim um novo engenho ardente.
                                                                    Que o meu fraco batel se alague cedo.
                 De espumas  feitas,  de  água  vestidas,  afagadas
                                                                    Musas, poeta, ninfas, sereias, mar e marinheiros,
             pela caricia do mar ou crispadas pelos raios tõrridos
                                                                 enfim uma simbiose  perfeita de inspiração e  de en-
             do Sol,  as ninfas, ditosas ninfas, ditosas sereias, têm
                                                                 cantos fazem com que apareça uma Ilha dos Amores
             sempre a  ver com o mar.  Logicamente, portanto, te·
                                                                 onde  são  glorificadas  os  nautas  portugueses  e  os
              rão sempre a ver com os marinheiros.
                                                                 seus feitos.
                 Vénus  salva  a  armada  portuguesa com  a  ajuda
             das Nereidas quando o  Gama se vê em perigo,  pais
             assim se lê no canto II, estrofe XXII:
                 Tais andavam as Ninfas, estorvando                 A breve alusâo que acabámos de fazer a Os Lusis-
                 A. gente Portuguesa o fim nefando.              das,  vem a  propósito de uma cena tão natural e sim·
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