Page 83 - Revista da Armada
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Voz da Abita
CARTAS AO DIRECTOR 000 pensável para actualizar pormeno-
res. Para os que pertencendo tam-
Dos nossos feitores e amigos Do dr. José Alfredo Pinheiro bém ao passado residem longe, só
recebemos a seguinte correspon- Marques, docente da Faculdade de pela Revista vão matando saudades
dência. Letras da Universidade de Coimbra, da nossa querida Marinha (. . .).
no Instituto de História e Expansão E termina a sua carta declaran-
Oe José Maria Costa, Coimbra, Ultramarina, e um dos responsáveis do-se um apaixonado da poesia e
entregue pessoalmente, uma carta pela disciplina de História dos desco- enviando, a propósito, uma de sua
em que lamenta a sua situação de re- brimentos, com palavras de apreço autoria, da qual damos apenas esta
formado, porque vê a sua pensão de pela nossa Revista, que muito apre- amostra: Recebo o correio/ Era dia
cabo muito distante dos seus ca- ciámos e agradecemos. da Revista/ Pego-lhe, acho-a menos
maradas do activo ou da reserva, quente/ Mais pobre e mais fria /Fo-
N. R. - Quanto à hipótese da sua colabo·
com muitos menos anos de serviço ração. seria uma honra para nós, lheio-a avidamente/ O que procuro
do que os que ele fez, quase lodos não vejo/ Porque ela não trazia/ A
nos submarinos. 000 página da poesia.
N. R. - Como deve ter observado. o as- De João Manuel Carvalho Lu- N. R. - Ãs vezes sucede .. Obrigado pe-
sunto já foi abordado várias vezes nesta Re- las suas palavras amáveis e parabéns pela
dovico, Vila Chã, Barreiro, uma
vista, e a única coisa que lhe podemos dizer. veia poética.
e la/vez sirva de consolação. é que continua- amável carta, da qual não resistimos 000
mos esperançados em que a sÍ/uaçáo seja rfr a fazer estes extractos:
De José Carlos Coimbra Pe-
solvida com justiça.
A Revista é o elo que liga o pas- droso Santos, Esgueira, Aveiro,
o sado ao presente. O passado de to- uma carta acompanhada de um lindo
dos os que já deixaram o serviço; o postal do farol da Praia da Barra de
Sobre o mesmo assunto, recebemos pos- presente dos que continuam nele.
leriormenteuma carta do cap. -ten. SG RF Dio- Aveiro, que agradecemos.
cleciano Rodrigues Mala. Matosinhos. na qual Quem, como eu, pertence ao passa-
considera imorais e afronlosas as pen!08s do, mas reside próximo da Base, vai
dos reformados. 000
fazendo visitas às unidades e conti-
nua a par do que se passa. Para es-
Do sarg.-aj. A RF Joaquim Pra-
000 tes, a Revista é complemento indis-
ta, Sintra, uma carta em que reJata o
seguinte Episódio no Mar:
Em 1922, saía o contratorpedeiro
.. Guadiana" de Lisboa rumo aos
Açores. Comandava-o o cap.-ten.
José de Campos Navarro, conhecido
por Navarrão - um homenzarrão,
áspero nas suas determinações -
para o distinguir do irmão, também
oficial de Marinha - mais baixo,
mais novo e de trato mais afável -
alcunhado de Navarrinho.
O «Guadiana» tinha qualquer de-
ficiência nas caldeiras, talvez por
erro de construção ou por má repara-
ção, pois poucos meses antes de
Um dos modelos radiocomandados co.'!Struldo pelo nosso aSSinante Mário Caval/eri.
empreender esta viagem tinha che-
De Mário Rui M. Cavalleri, Setu- grandes saudades que tem do tempo gado de Itãlia onde fora a reparar.
bal, uma carta acompanhada de fo- em que andou embarcado. Essa deficiência dava. origem à fer-
tografias de modelos radiocomanda- mentação das caldeiras e, quando
dos de navios de guerra e um exem- N. R. - Parabéns pela sua habilidade, esta se dava, .imobilizava O navio
plar do jornal «Propagação CS». Diz que é bem patente nos modelos que constrói. completamente, o que era frequente.
que este hobby, a que se dedica de É com muita satisfação que constatamos que Sucedeu então que, a 200 milhas de
não esquece a «8riosa .. nem o tempo que
alma e coração, inclusivamente cola- Lisboa, as caldeiras fermentaram,
nela passou. São assim todos os verdadeiros
borando em jornais da especialida- marinheiros_ não havendo possibilidade de repa-
de, consegue reviver e avivar as rar a avaria com os meios de bordo.
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