Page 87 - Revista da Armada
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paria a pintura e não esforçaria tanto mar, estava atento para alertar a - Oh! imediato! Como vai o na-
o material. ponte, como devia, do instante exac- vio?
Para isso, o ferro deveria ser lar- to em que o navio começasse a des- - Aqui ainda vai avante, coman-
gado no preciso momento em que o cair a ré, por efeito da máquina. dante - respondeu o interpelado.
navio, cessando a marcha avante, Os aspirantes, na formatura da E o comandante, viciado na con-
iniciasse a sua calda a ré, por acção tradição, rebateu em voz alta:
proa, seguiam interessados o desen-
da máquina, invertida em ocasião -Pois aqui já vai a ré! ...
rolar da manobra, na preparação
oportuna. Este, um cuidado elemen- E logo um aspirante, numa con-
prática de futuras funções.
tar para que a amarra se nâo ence- clusâo óbvia, comentou em surdina,
passe no ferro, cujas unhas, nesse A certa altura, o comandante, um para os camaradas da formatura:
caso, agarrariam mala fundeadouro. tanto impaciente pelo que lhe pare- - Lá se partiu o navio ao meio! ...
No castelo, o imediato, debruça- cia demora exagerada, bradou da Silva Braga,
do à borda, observando fixamente O ponte: v a/m.
Terminologia Naval
• PAU DAS DONZELAS - Peça de madeira, ciHndrica,
provida de molhelhas, que se coloca horizontalmente
acima da linha de água e por baixo de um portaló sem
escadas. para a ela atracarem embarcações: pau do -
donzel.
• PAU DE BOTOES - Peça de madeira, cilindrica, com
rebaixo e furo numa das extremidades, destinada a pas-
sar e socar botões de arame. • PAU DE PICA-PEIXE - Verga colocada verticalmen-
te por baixo do gurupés, servindo de reforço a aguentar
os paus da bujarrona e da giba; pau de sécia.
• PAU DE CARGA - Vergõntea de madeira ou de ferro
cujo pé assenta num suporte cravado no convés ou no
mastro em que está montado, dispondo na outra extremi-
dade, aguentada por amantes ou amantilhos, de um apa-
relho de força para içar e arriar grandes pesos.
M - Pau de pica-pei1l9
• PAU DE VOGA - Travessa de madeira disposta
transversalmente no fundo das embarcações de remos,
fixando-se os seus extremos em encaixes denominados
castanhas, e destinada a apoio dos pés dos remadores.
• PAU DE FILEIRA - Madeiro de secção rectangular
ou quadrangular, armado a altura conveniente no plano
longitudinal do navio, destinado a aguentar a parte cen-
trai de um toldo; por vezes é usado para o mesmo efeito
um cabQde aço. O restante da armação do toldo, consti-
tuldo por varas laterais, é designado por varedo.
• PAU DE SURRIOLA - Vergôntea disparada perpen-
dicularmente ao costado do navio onde articula num ca-
chimbo e dispondo de um aparelho adequado para os
movimentos necessários. O seu equipamento é comple-
tado com um cabo que serve de corrimão (guarda-man-
cebos), uma escada de quebra-costas e um ou dois
cabos (andorinhas) para amarração de embarcações
miúdas. 23 - Paudevoga
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