Page 227 - Revista da Armada
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- Mas ""O o quuo nwno. T~nho rtJt.tks ~vitd-Io. Ndo faz stntido, n~m ~ ju.rto. Nela Mas de r~penl~ Bill diss~:
paro isso. tenho razdo? - Espera al, Examinaste os bolsos dele?
- Que Deus te abençoe por essas pala- - Sim, achoqu~ t~ns. Mas supondo que - Ndo. Nl10 os ~;ste lU?
vros, lake PackanJ. o barco Mo se pana e nIJo seja arrastado rio - NIJo, ponQT/Jo ainda t~m o seu quinhiJo
Nunca esquecuei isso em toda a minha abaixo? d~ dinheiro.
l'ida - disse o homem no chao, quase a - De qualquer maneiro podemos esperar - Est6 b~m. vamos lá enl<'1o; ruM l'Ole a
chorar. duas horas e ver, nl10 é? pena lel'ar ninharias ~ deixar dinheiro.
Packard niJo tomou Ilota disso, mas - &tá bem, vali/OS a isso. - Ouve 16, ele Ilda suspeitará aquilo que
pendurou a sua lanterna num prego e Solram e eu safei-me, cheio de suores pr~lendemos ?
encaminhou-se paro onde eu me encolI/nn'O frios. Trepei paro a proo. LA fora estal'O - To/l'el, nlJo. Mas temos de ficar com
no escuro, fa:t.endo um gesto a Bill paro o escuro como breu. Com um sussurro rouco, ~ste dinheiro. d~ qualquer maneiro. Anda.
seguir. Recuei tlJo ropidamerue quaTIIO mefai pronunciei ..Jim», e ele logo respondeu com D~sceram da lancha e ~ntroram.
passivei; mas o barco estal'O tlJo inclinado uma tspécie de gemido, que vinha dos luJos A porta fechou-s~ com forço, pois
que 1Il20 podio rastejar com pressa. Por isso. do meu cotovelo direito, Disse entl1o: encolllrava·s~ no lado tombado. Meio
paro e\'itar que me encoTllrassem e me - DepresSQ, lim. Nl10 há tempo paro segundo mais tard~ ~stO\-a na lancha ~ l;m
apanhassem, escondi-me numa cabine no brincar nem gemer. Ali de/l/ro ~st6 uma seguiuof/lt!, num ápice. Tirei a minha nal'Olha,
lado mais elevado. O homem tacteou o quadrilha de assassinos e, se ,",o encontrar- conei o cabo ~ 16 nos fonws embora.
caminho 110 escuridiJo e, quando chegou à mos a lancha deles e a pusermos o flutuar NIJo t0c6mos num remo, niJo falámos nem
beira da minha cabeça, disse: no rio, paro que estes gajos lido passom sair SlLfSllrTÓmos, quas~ MO respirámos. Desli-
do navio, um de/esficará nU/na sitUiJçlJo bem zámos rapidamente. S~m qualquer ruldo,
- Aqui; eTllra aqui.
desesperada. Mas. se encontrannos a lancha passámos o caixa das rodas do vapor e a
Ele entrou, seguido por Bill. Mas. antes
deles, pod~mos met~·los todos em apuros, popa. Um s~gundo ou dois depois disso já nru
de eles entrarem, fugi para o camarote
pois irlJ.o ser detidos pdo xerife. Rápido, enconrrdmmos c~m jardas abaixo do barco
superior, atrapalJuuio e arre~ndido de tu
apressa-te. Vou procurar a estibordo e tu naufragado e a ~scuridtlo engolia-o comple-
ficado. NQo os podia ver, mas sabia como
procuras a bombordo. Começas já junto à tomenU.
localil,lJ·Jos por meio do cheiro de ulsque que
tinham consumido. Estava cOl1tente por ""o jangada e ...
t~r bebido ulsque; mas de qualquer maneira - Oh, meu Deus, meu Deus!Ajangada?
isto nDo importava muito, pois niJl) podiam Nl10 há mais jangada. Ela soltou-se e foi-se!
descobrir-me, visto que niUJ respirol'O. Tinha Pois é, ~stamos aqui encurralados.
demasiado medo. Além disso ninguém pode Engasgu~i-me com a minha respiroçao ~
respirar ao testemunhar lllna tal com'usa. quase d~smaiei. Fechado 111/111 barco naufra-
ElesfokJrom baixo e muito a sério. Bill queria gado com uma tal quadrilha! Mas niJo havia
matar Tum~r. Disse: I~mpo para se/l/imelllalismos. 1YnJwmos de
enCDrl1rar aquela lancha - agora éramos n6s
- Ele já disse que nos denunciaria, e que pret:isthwnos dekJ. Tremendo e tiritando,
f6-lo-d. M~smo se lhe dissemos os nossos procurdmos o bombordo. Era muito diftdl
quinhtks, j6 1Il20 f~io. diferença, dado a avançar - parecia ter passado uma semana
maneira como o tratámos. TlIa cena como ati termos ch~godo à popa. NIJo se via lancha
tu teres nascido que ele nos denunciaria 1\0 nenhuma. lim disse qu~ ""o acreditol'll qu~
policia. Agora escuta-me. Estou disposto a fosse capaz. d~ dar mais um passo. Disse que
cortar ludo isto pela raiz. tinha ta1l10 medo que quase 1Il20 lhe restava
- Eu também - disse Pack(JTlf muito qUiJlquer força. Mas ~u disse-Ih~ para
calmamente. continuar, porque, se fic6ss~mos naquele
- Danado, j6 linha pensado que ""o. barco naufragado, tulamos um dilema.
EntDo est6 ludo certo. Vamos 16 e acabamos COTllinutimos portanto o nosso caminho.
com isto. Dirigimo-nos paro a popa do barco e
- Espera ai, ainda MO te disse a minha OUXInIrdmo-Ia. Rast~jdmosparo ajr?TIIe. por
opinilJo. Escuta-me. Malar com uma bala é cima da dorab6ia, segurando-nos ~m cada
uma boa id~ia, mas há métodos mais silen- poninhola, pois uma porte dela esta\'ll
ciosos de fazer a coisa. O que quero dizer debaixo de águo. Quando ch~g6mos bastonu
é o seguiTlle: nlJo i de pessoas intelig~ntes perto da pona da sala grande, 16 ~stal'll a
comparecer no trib/UUJI depois de um assas- lancha; ~ra mesmo ekJ. Quase nIJo o vi. Senti·
slnio, se é posslvel obter o preterulido duma -m~ imensamente contente. No segundo
segui"'t já teria subido para ela, mas ness~
maneira diferente, que é tiJo efic~ como (J
outra e que, por outro lado, nlIo enl'OlI'e preciso mom~nto a pona abriu-s~. Um dos
quaisquer riscos para nós. t ou ,",o é? dois homeftJ deitou a cabeça de fora. Eram
_ Claro que é. Mas como l'Ois arranjar s6 algJUtS pés entre de e mim e p~ns~i que
isso? estaw./ perdido. Mas ele retirou-o para thnrro
- Qu\'t' lá a minha idda. Vamos nvo/ver e diss~:
o barco todo e lewlr todns as coisas que até - Tira-me da lista esta Iontema danatkJ,
agoro nos escaparam nas cabinas. &guida- Bill!
mente l-amoS a terra e escondemos a presa.
Lançou um saco de qualquer coisa para
Depois i só esperar. Digo-te, dentro de dUllS dentro da lancho. ~ depois foi para bordo e
horas o barco partir-se-á e afundor-se-á no sentou-Si!. Era Pockard. D~pois saiu Bill e
rio. Percebes? Ele afogor-se-á e nl10 pode
foi também para horda. PacJwrd disse com De. oAl A'~IIIUTQS de HudcllNrry FI"".
acusar ninguém disso, a rn'lo su ele proprio. I'QZ baixinha: EdIf&J Europa-Amhica
Acho que isto é uma soluçDo consideravel- - Tudo prOIl/O: vamos embora. ColecçOO Livrr.u Ih Bolro. n." 14J
mente melhor do que maui-lo. Nl10 gOSlo de Senti-me IIJ.o fraco que qUllSe niJo conse-
molar :un hom~m, lontO quanto se possa gui segurar-me /lOS poninholas. • •••••••••••••••
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