Page 264 - Revista da Armada
P. 264

Batalhas e combates





          da Marinha portuguesa (XXVIII)









          CHATIGÃOIARRACÃO
          (Verão de  1518)
                ntre  as  várias  tarefas  de  que   CHATIGÃO/ARRACÃO-1518
                Lopo Soares de Albergaria fora
          E encarregado pelo rei D. Manuel,
          figuravam, além da destruição da annada
          dos  Rumes,  a  construção de fortaJezas
          em Coulão,  Colombo e Maldivas,  bem
          como  a  abertura  do  comércio  com
          Bengala  e  com  a  China.
             Tendo  perdido  os  anos  de  1516  e
          1517 na tentativa frustrada de destruir a
          armada dos Rumes, Lopo Soares procu-
          rou aproveitar o ano de governo que lhe
          faltava  para dar execução  às  restantes
          tarefas. Tendojá conseguido normalizar
          as relações com Coulão e instalar ali uma
          nova feitoria,  foi  ele próprio com  uma
          armada a Colombo, o principal porto da
          ilha  de  Ceilão,  onde  construiu  uma
          fortaleza.  Para tratar da  construção da
          fortaleza  das  Maldivas  e  também  para
          dar  caça  a  uma  armada  de  sele  fustas
          dum  corsário  de  Cambaia  que  por  lá
          andava, atacando as naus dos reis nossos
          vassalos,  Lopo  Soares  de  Albergaria
          enviou àquelas ilhas  uma armada cons·
          tituída  por  uma  pequena  nau,  uma
          caravela,  uma galeota e um bergantim,
          da  qual  ia  por capitão·mor  D.  João da
          Silveira.
             A importância das Maldivas era que
          nelas se produzia o coco com cuja fibra
          se fabricavam os cabos de cairo que eram
          utilizados na construção e no aparelho de                                                                   !
          todos  os  navios  que  navegavam  no
          Oceano índico, à excepção, naturalmen·
          te,  dos  portugueses.
                                                                                       l. AndamaD
             Durante a viagem para as Maldivas,
          D. João da Silveira apresou duas naus de
          mercadores  de  Bengala  o  que,  mais
          tarde, lhe iria acarretar grandes dissaoo.
          res. O rei daquelas ilhas recebeu"'Ü muito
          bem e autorizou os portugueses a cons·
          truirem  nelas  uma  fortaleza  quando
          quisessem. Quanto às fustas de Cambaia,
          por  mais  que  D.  João  da  Silveira  se   com  falta  de  mantimentos,  decidiu   fim  de  abrir  o  comércio  com  aquela
          esforçasse por chegar ao contacto com   regressar a  Cochim.         região  onde  até  à  data  não  tinha  ido
                                                                               nenhum  navio  português.  D.  João  da
          elas, nunca o conseguiu. Ao fun de cerca   Foi então que Lopo Soares de Alber·   Silveira largou  de Cochim em Abril  e.  I
          de dois meses de buscas infrutíferas e já   garia  o  mandou  seguir  para Bengala  a
          10
   259   260   261   262   263   264   265   266   267   268   269