Page 375 - Revista da Armada
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Gravura da fxh;Jf/,) elo IIlSlilulO
Supeflor Naval de Guerfd
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Sous.l Mdcholdo
terial e, sobretudo, de ordem
financeira e humana.
Buscando a optimização da
formaç,'io humanística e técni-
ca dos seus homens, por forma
a satisfazer as necessidades da
instituição e rentabilizar os
recursos colocados à sua dispo-
sição, a Marinha procurou ,
desde os finais da década de
70, estudar e analisar os siste-
mas de formação de outras
Marinhas suas parceiras na
NATO. Desse esforço, resultou
a reformulação total, conquan-
to que gradual, da filosofia da
formação até então em uso,
com consequências imediatas
n05 métodos, meios, conteúdos
e procedimentos a utilizar no
processo de ensino-aprendiza-
gem.
Esta nova filosofia, assente na
Teoria dos Sistemas e designa-
da, na Marinha, por Abor-
dagem Sistémica ao Treino,
buscou ainda apoio em novos
conceitos, processos e métodos
da Tecnologia Educativa. No
ano lectivo de 1981/1982, ini-
ciou·se um perfodo experimen-
tai, abrangendo apenas os cur-
sas de formação técnica básica,
para jovens que cumpriam o
Serviço Militar Obrigatório. Os
resultados obtidos, foram,
desde logo, muitíssimo signifi-
cativos:
- Quanto ii análise ocupa-
cional, levada ii cabo num uni-
verso de centenas de funções e
de milhares de tarefas, possibi- o ensino/forma- sistema de formação, permitin- da técnica e da tecnologia, eles
litando uma definição mais ,ão profissional e do atingir elevados nfveis de s6 darão resultados fiáveis se
rigorosa destas e uma drástica eficácia no que concerne ~ dominados e manejados pelo
diminuição nos Indices de sub- o servi,o militar relação entre os objeclivos de homem. É. pois, imprescindf-
aproveitamento do pessoal. aprendizagem e as tarefas a vel, que a componente de for-
- Quanto à definição dos A Abordagem Sistémica ao desempenhar no local de traba- mação humanística, digamos
objectivos de aprendizagem, Treino e a Tecnologia Educa- lho, ponderados que sejam os socio-cultural e cientifica, seja
pennitindo reduzir a duração e tiva trouxeram flexibilidade ao vários tipos de constrangimen- consistente, válida e, se não
os custos dos cursos. e, ao tos que influem no obtida a montante da formação
mesmo tempo, ganhar em efi- processo de ensino- técnica, tecnológica e prática,
cácia. ESCOLA+ NAVAL aprendizagem. o seja paralelamente.
- Quanto ao sistema de Uma das possíveis Havendo disposições estatu-
avaliação da aprendizagem e, consequências dessa tárias recentes que delimitam
mesmo, da avaliação do flexibilidade é o os graus académicos e os nlveis
desempenho no local de traba- desenho modular de ensino/formação profissio-
lho, diminuindo consideravel- dos cursos, procu- nal, ligando-os à progressão
mente a carga subjectiva dessas rando adequar os hierárquica em cada uma das
avaliações. perfis de formação categorias de pessoal militar e,
aos perfis profissio- ainda, às formas de acesso aos
A Marinha tem vindo, desde nais requeridos e ao Quadros Permanentes, e tendo
então, ii reformular todos os modelo de progres- em atenção o que anteriormen-
cursos que se encontram sob a são adoptado na te se referiu, a Marinha procu-
égide da Direcção do Serviço carreira. ra, neste momento, e em con-
de Instrução e Treino, fixando- Sabe-se, por outro junto com o Ministério da
-se definitivamente no modelo lbiffnirt· lado, que, por maio- Educação - GET AP e Direcção-
da Abordagem Sistémica ao res que sejam os Geral de Extensão Educativa - e
Treino, a partir de 1990. avanços da ciência, com o Ministério do Emprego e '
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