Page 6 - Revista da Armada
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CONHEÇA  A  SUA  MARINHA



           Escola de Fuzileiros






           30 anos ao serviço de Portugal





               /fAli.  Cb8f18Va-S9  a  Portugal:  uma parada  com  umas  centenas  de   Entre 1902 e 1924, encontra-se
           instruendos,  de  camuflados,  boa  cara,  movimentos  certos,  cabeças  instalada neste local a  Escola Prá-
           levantadas de gente que obedece Bem medo e cumpre Bem vergonha.      tica  de  Torpedos  e  Electricidade,
           Uma  disciplina feita  de orgulho,  d. confiança.  de esforço, de solida-  albergando sensivelmente, no mes-
           riedade.                                                             mo período, o  Posto Radiotelegrá·
              Era  outro Portugal.  Era Portugal.                               fico  de  Vale de Zebro.
              A retórica lamentativa. reIvindicativa dos credores da Nação que     Foi  este  posto  Que  manteve
           sempre acbam que tudo lhes é devido, não existia ali. Nem a conversa   ligações  radiotelegráfricas  com  o
           m1Berabiliar.a  da Inveja ou 8utofeBtJva de voracIdade.  Sem farranc.s,   cruzador tiS. Gabriel», a partir de 11
           Bem pompas,  fala-•• da guerra. pasBBdu ,  de tu:D.igoll  ou  camaradas   de  Dezembro  de  1909,  durante  a
           mortos,  da campanhas ganhas a  perdIdall,  ou que outros perderam.   sua  viagem de circum·navegação,
           Fala-ss ta.mbém dos inlmigos. Sem ódio. E fala-1I6 do futuro. E de África.   pois, na altura, não existia em Por-
           s dos s8uslugares, e de Portugal. Não como um 'local de trabalho ' ou  tugal outra instalação radiotelegrá-
           um  'sJtio' que •• frequenta . Como uma Pátria. Como uma collla impor-  fica  que o  pudesse fazer.
           tante, como a  caju importante.                                         A  partir de  1924,  assiste·se à
              t  outro Pais,  é  um pais d1Ierente  'dellte'.                   instalação da Brigada de Mecâni-
              t  Portugal .•                                                    cos,  onde era  ministrado o  ensino
                                                                                de ractiotelegrafia na  Marinha.
               Assim disse o distinto jornalista, dr. Jaime Nogueira Pinto no Cl8ema-  Nos anos trinta, a extinta Direc-
           nárion de 27 de Julho de 1991.                                       ção  do  Serviço  de  Armas  Navais
               É a  Escola de Fuzileiros! (EF).                                 criou uma secção em Vale de Zebro
                                                                                para apoio aos  paióis construidos
                                                                                naquela área. Actualmente o Gabi-
           Alguma história                       Esta zona assistiu ainda à cons-  nete  de  Estudos  ainda  detém
                                             trução de duas das naus da Armada  naquele  local  alguns  paióis,  no
               No edilicio onde se situam hoje   de Vasco da Gama, tendo inclusive   entanto já sem muniçOes.
           o Serviço de Assistência Oficinal, a   Paulo da Gama, seu irmão, fixado   Em 3 de Junho de 1961, é criada
           messe de sargentos e a Sala·Museu   residência na área para superinten·  a  EF,  pela Portaria n. o 18 509, do
           do Fuzileiro, localizaram·se os for-  der os trabalhos.              ministro da Marinha, sob proposta
           nos  da  Fábrica  do  Biscoito,  que
           remontam provavelmente ao reina·
           do de D. Afonso IV. Estes biscoitos
           forneciam  as naus  do  Reino,  que
           eram abastecidas depois de lastra-
           rem com seixos no local que hoje é
           conhecido pelo Seixal
              Existem relatos  da época, que
           ctizem  que  o  rio  Coina  albergou,
           entre  outras,  as  ClEsQuadras  de
           D.  Fernando (por 1360), de D. João I
           (por  1380)  e  de D.  Afonso  V  (por
           1460), porque, sendo o porto de Lis·
           boa  inteiramente  aberto,  não  era
           prudente aqui ancorar as embarca·
           ções  em  desannamento,  além  de
           ser mais abrigadoD.  *

           (. ) Anc6nio  Lopes  da  Costa  e  Almeida  -
           orAnllis Náuticos  fi Coloniais..   Enuevista  com o  comandant.

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