Page 9 - Revista da Armada
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de desportos colectivos integrados
         no calendário das competições des-
         portivas.
            Estava-se  na  hora  do  almoço,
         sendo  obrigatório  um  giro  pelos
         refeitórios e  messes.  Do refeitório
         das praças, o mínimo que se pode
         dizer é que vale a pena visitá-Iol A
         limpeza geral das instalações, a dis-
         ciplina e a confecção dos alimentos,
         bem podem ser tomados como mo-
         delos  para  qualquer  unidade  da
         Armada.  O  almoço  decorreu  na
         messe de oficiais,  sendo a  equipa
         da tc.Revista da Armada» reforçada
         pela presença do contra-almirante
         Malheiro do Vale, que não quis per-
         der  esta  oportunidade  para  estar
         mais  uma vez  no meio dos fuzos.
            Depois do almoço a EF apresen-
         tava um cenário mais calmo; os alu-
         nos tinham agora as aulas teóricas,
         e  fomos então visitar o  Museu do
         Fuzileiro. Logo à  entrada, depará-
         mos com uma reprodução ampliada
         de  um  alvará,  lavrado  por  EI-Rei
         D. José em 12 de Setembro de 1754,
         na  Vila  de  Salvaterra  de  Magos.
         Este alvará vem confirmar a  anti-
         guidade das Forças Armadas, e na
         prática outorga o  direito da  Mari-
         nha formar sempre à direita. Ao seu   .A  pista da lodo (fo!ograflas -  Rui Salta)
         lado pode comtemplar-se uma vitri-
         na com as condecorações do almi-   a zona de lazer estende-se por dois   os Fuzileiros por conselho de ami-
         rante Roboredo e Silva, gentilmente   magnificas salões num bom estilo  gos que  por cá tinham passado e
         cedidas ao museu.                  imperial, com um terraço contíguo  que lhe teriam referido o  respeito
            O museu estende-se par várias  a  todo o  comprimento que se de-  e  a  dignidade com que os alunos
         salas  cobertas  com  abóbadas  na  bruça, sobre o  rio Coina.       eram tratados.  Considerava a  ins-
         traça  original,  o  que  lhe  confere   Esta visita à  Escola ficaria  im-  trução equilibrada, e que o esforço
         uma personalidade majestosa e so-  completa  sem  uma  ida  a  um  dos   físico que era exigido não ultrapas-
         lene. Seria demorada a  sua descri-  seus «ex-librisl), a secção de cães de   sava as suas capacidades. Está mui-
         ção, mas destacamos o monumento  guerra. De facto, (oi com manilesto   to contente por estar nos IIfuzosl) e
         em pedra com os nomes gravados     prazer que fomos encontrar exem-  a carreira militar está nos seus ho-
         dos mortos em África, a  réplica do   plares das raças nacionais, Castro  rizontes. Ouvimos então o segundo-
         unüorrne de uma praça da 1.. Bri-  Laboreiro,  Serra  da  Estrela,  Cão-  -grumete Benedito Martins, de Vila
         gada  Real  da  Marinha  Brasileira   -de-água, para além da criação do   Nova  de  Famalicão,  que  referiu
         com  os  respectivos  estandartes,   Pastor AlemAo.  De referir o  papel  que,  embora esteja  na  Marinha a
         gentileza da Marinha brasileira, as   importantíssimo da EF na preserva-  cumprir o  serviço  militar,  quando
         condecorações do comandante AI-    ção de raças  nacionais  em perigo   preencheu os papéis, durante a ins-
         paim  Calvão  e  do  2TEN  Campos   de extinção.                     trução, tinha escolhido os fuzileiros.
         França,  pelo  seu  comportamento     Durante esta visita fomos acom-  Disse que a camaradagem que veio
         honroso  em  combate  durante  a   panhados pelo CTEN FZ Conceição   encontrar nesta unidade entre alu-
         guerra de África, a sala dos unüor-  Góis, que desempenha as funções   nos e instrutores o admirou. Referiu
         mes dos fuzileiros de vários países   de director de instrução e  coman-  a maneira como estes exemplifica-
         do Mundo e a sala dos estandartes  dante do batalhão de instrução, que   vam qualquer exercício antes dos
         dos Destacamentos e  Companhias    nos prestou todos os esclarecimen-  alunos os executarem, o que clim.j-
         de Fuzileiros que prestaram serviço  tos.  Solicitámos enUlo uma entre-  nula substancialmente o  risco  de
         em África. Uma visita no presente   vista a  dois  grumetes-alunos,  um   acidentes. Quanto ao seu futuro na
         a  um passado que se revive ...    voluntário  e  outro  compelido,  e   Marinha,  ficar  nestas  casas  seria
            A  messe de sargentos fica por  assim  foi.  Ouvimos  em  primeiro   uma hipótese.
         cima do museu, e  a  sua visita im-  lugar o segundo-grumete voluntá-   Para terminar, dirigimo-nos ao
         punha-se. Para além de uma sala de   rio Pedro Lami, de S.  Domingos de   gabinete  do  comandante,  CMG
         jantar e  de um bar de bom-gosto,   Rana, que nos disse que veio para  Vasco da Cunha Brazão, 47 anos de

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