Page 49 - Revista da Armada

reforçar ii solidariedade e a
coesão entre todos, e unir a
guarnição do navio como uma
especial família.
Uma noite inesquedvel para
todos, que até a desconfortável
calema não quis perturbar!
No dia de Natal, o navio
embandeirou em arco e rece-
beu a visita do embaixador de
Portugal e esposa, bem como
alguns elementos da FAP em
missão de cooperaç~o no país,
que almoçaram a bordo.
Nos dois dias segui ntes, a
guarnição pôde visitar as ver-
des roças, as belas quedas de
Visito o bordo do CMG MbirJi l,ftmard, CEMA do GabJo, a qJlf SI' ~u iu WI! jllntora água e as paradisfacas praias, Dia dt No/aI: visita II bordo do mg'
Iremil/.
além de saborear a apetecida AIII!COTeta Corrtia, rmbtli;r:ador de
mar variando entre os 26 e os ram a costa e as ilhas do golfo gastronomia santomense, con· Partllga/III! &púb/ittl dt S. Tomlt
30 graus, e humidade relativa da Guiné. Provavelmente terá feccionada na base de peixe, Príncipe. que almoçou com os oficitlis t
cumprimerr/ou toda a guanriç40.
oscilando entre os 85 e os sido Lopo Gonçalves o primei- banana frita e óleo de palma.
9S%. ro navegador português a che- E, uma vez mais, pôde verificar do, as praxes executadas, as
No dia 21 de Dezembro, al)ós gar ao Gabão, em 1474. O as significativas manifestações penas agravadas e os respecti-
ter navegado cerca de 2.200 antigo cabo do lopo, actual- de amizade da população, vos diplomas devidamente
milhas, o navio entrou no estu- mente designado por cabo sobretudo nas roças, onde autenticados. A nossa velha tra-
ário do rio Gabão e pelas 11 Lopez, situado a cerca de 60 constantemente era recordada dição naval perdura, e, fruto
horas atracou no porto de milhas para sul da foz do rio a importância dos portugueses dos tempos, foi devidamente
Owendo/Ubreville. Gabão, é um argumento a no pass.1do, num quase apelo registada em fotografia e vídeo.
O Gabão é um país atravessa- favor desta hipótese, segundo a a uma mais intensa presença Após cerca de 450 milhas de
do pelo equador, que tem uma generalidade dos historiado- no futuro. navegação, o N.R.P:Baptista
superfície três vezes maior que res). de Andrade" entrou no porto
Portugal e cerca de 600 mil A relação estabelecida com a A VISITA de Pointe-Noire no dia 30 de
habitantes. A sua capital é a marinha gabonesa, durante os DE NEPTUNO Dezembro, onde de novo
cidade de Ubrevil1e, com pou- dois dias de permanência do encontrou bom acolhimento
co mais de 100 mil habitantes. navio, (oi muito amistosa e geral. A presença de elevado
A estadia do N.R.P."Baptista positiva, sendo-nos manifesta- O navio suspendeu no dia 28 número de comerciantes portu-
de Andrade no Gabão foi do o desejo de maior intercâm- de Dezembro, rumando para gueses radicados na cidade e a
considerada histórica pelas bio, quer através da visita de Pointe-Noire, na República sua prestimosa colaboração
autoridades militares locais, navios, quer através de acções Popular do Congo, um pafs com a guarnição foram uma
nomeadamente pelo CEMGFA de cooperação, facto a que quase quatro vezes maior que agradável surpresa.
e pelo CEMA. De facto, nem a não terá sido estranha a nossa Portuga l, com menos de 2 A passagem do ano constitufu
sua memóri a, nem os seus tradicional capacidade no milhões de habitantes e com mais um motivo de franca con-
arquivos, registavam a data da estreitamento de boas relações capital em Brazzaville. fraternização a bordo, permi-
última visita de um navio de com outros povos. A ousadia da "'passagem da tindo estreitar laços de camara-
H
guerra português, O que fac il- linha inquietava os iniciados dagem e de sol idariedade,
mente se compreende, sobretu- UM NATAL nestas andanças, algo temero- embora avissasse a recordação
do a partir de 1961. sos da fúria de Neptuno, pela ausência da família.
Curiosamente, aquelas entida- EMS. TOMÉ enquanto os veteranos se apre- Iniciado o ano de 1993 e com
des não se cansaram de frisar sentavam devidamente prepa- o navio reabastecido, a missão
que haviam sido os navegado- No dia 23 de Dezembro, à rados para a função. Sua prossegue. Com mar chão e as
res portugueses do século XV tarde, o navio iniciou a derrota Majestade, Neptuno, o Rei dos estrelas do Cruzeiro do Sul
que tinham atribuído o nome para a ilha de S. Tomé, nave- Mares, "entrou a bordo· com o pela proa. .t
ao seu país, embora desconhe- gando para oeste e praticamen- seu séquito por volta das 12
cessem quem. te "sobre" o equador, e na horas e meia, tendo marcado o (Colaboraç.1o do comando do
(Trata-se de um assunto contro- manhã do dia seguinte, após infcio do julgamento para as 3 N.R.P.~8a{Jfi5u de Andrade·, em 5 de
verso e sem suficiente docu- terem sido navegadas 170 horas. O cerimonial foi cumpri- J,lneiro de /993)
mentação de suporte. Em milhas, fundeou na bafa de
1469, a coroa portuguesa Ana de Chaves.
arrendou a Fernão Gomes, ucj_ Os preparativos para a consoa-
dadão honrado de Lisboa", o da foram acelerados e o navio
exclusivo do negócio ou ~res­ acendeu a sua iluminação de
gate da Guiné", por 5 anos, gala, que, vista de terra, consti-
com a condição de em cada tufa um espectáculo de rara
ano "descobrir" cem léguas de beleza. Os telefone ma s de
costa. João de Santarém, Pera Natal, para a família distante,
Escobar, Soeiro da Costa , fo ram feitos com emoção e
Fernando PÓ, Lopo Gonçalves saudade. A singular consoada
e Rui Sequeira, foram alguns dessa noite, com 28 graus de
dos navegadores que, ao servi- temperatura e 85% de humida-
ço de Fernão Gomes, descobri- de relativa, teve o condão de
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