Page 391 - Revista da Armada
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“Arsenal do Alfeite”
uma área aproximada de 300 hectares, na bliotecário, ensaísta e investigador em História
Nmargem sul do Tejo, em lugar que foi designado Regional, licenciado em História pela Universidade
de «Sete Quintas», antiga propriedade da Casa Real, de Lisboa (Faculdade de Letras), o segundo, ingressa-
nasceu o que hoje é chamado Arsenal do Alfeite. do como aprendiz no Arsenal sobre o qual agora
Filho, por desdobramento e posterior transferência escreve, mas feito aí, na Escola da Vida, para depois
definitiva, do antigo Arsenal da Marinha, na margem ser pessoa importante, destacada na Autarquia local e
norte, o Arsenal do Alfeite cumpre há quase sessenta sua cultura, na História, (com vários títulos publica-
anos, a missão importante de reparar e dar pratica- dos) e até na Heráldica, ciência onde poucos se aven-
mente todo o apoio nessa missão aos navios da nossa turam.
Armada, acontecendo que regista também na sua Do livro e seus autores não poderíamos deixar de
existência a construção de algumas centenas de mi- fazer notícia, mas o importante é descobrir a história
lhares de toneladas, nas quais se inclui grande vo- deste nosso património industrial que bem pode ser
lume de arqueação de navios militares e mercantes. motivo de orgulho para a Armada, inaugurado no dia
Nestes ressaltam, sobretudo, uns doze navios grandes, 3 de Maio de 1939, então “Dia de Marinha”.
desde três arrastões, até uma série de navios petrolei- Este é o aperitivo que oferecemos por agora com
ros como o “Sameiro”, o “S. Mamede”, o “Erati” e o todo o gosto. O livro, esse é bom que seja lido, o que
“Gerez”, então os de maior porte que era possível construir em Portu- se faz com agrado porque é história viva e escrita em estilo fluente
gal, para os quais foi necessário lançar carreira própria, de grandes di- por quem a viveu, porque está profusamente ilustrado, e porque fica
mensões, berço de outros enormes navios. bem em qualquer biblioteca.
Não é aqui, e agora, lugar para enaltecer os pergaminhos do nosso A R.A. agradece reconhecida que, no rol dos seus livros, fique
“Arsenal do Alfeite”, até porque o mais digno de registo, que vimos, agora a figurar mais este, oferecido pelos editores – Junta de Freguesia
isso sim, firmar neste momento, é dar a notícia do lançamento de um do Laranjeiro, apoiada pela Câmara Municipal de Almada, e Juntas
livro muito bem feito tanto no conteúdo como na forma, capa e papel de Freguesia da Cova da Piedade e de Corroios. A autores e editores o
incluídos, há muito pouco tempo vindo a lume. nosso bem hajam.
Chama-se exactamente “ARSENAL DO ALFEITE”, com autoria Sousa Machado
comum de Alexandre M. Flores, e António Policarpo, o primeiro, bi- CMG REF
CONVÍVIOS
HOMENAGEM AOS MARINHEIROS TARRAFALISTAS
Inserido no programa da R.A., realizou-se no passado dia me da Comissão, o SAR AJ RA menagens e de se prestar justiça
“Comissão Promotora de Ho- 26 de Setembro na Sociedade Manuel Custódio de Jesus, a estes marinheiros, a revolta
menagem aos Marinheiros Ta- Filarmónica União Artística Pie- dirigindo-se especialmente aos pesou de algum modo nos
rrafalistas”, publicado na edição dense (SFUAP), na Cova da Pie- cinco marinheiros ainda vivos, caprichos da história para que
nº 306, Fevereiro de 1998, da dade, um almoço de en- salientou a importância do fosse possível o 25 de Abril.
cerramento da ho- acontecimento histórico que se No dia 1 de Outubro foram
menagem, na qual estava celebrando, afirmando feitas intervenções de deputa-
participaram di- mais uma vez que as sementes dos na Assembleia da Re-
versos Oficiais Ge- deixadas na Armada Portugue- pública solidarizando-se com a
nerais, muitas de- sa pela sua atitude não foram homenagem e com a proposta
zenas de outros em vão e que o seu ideal se da condecoração da Ordem da
militares, várias mantém no imaginário liber- Liberdade que a Comissão
individualidades e tador do povo Português. Promotora, através da Presi-
muitos amigos e Ao encerrar a sessão o dência da Assembleia da Re-
convidados. CALM ECN Martins Guerreiro pública dirigiu ao Presidente da
Falando em no- lembrou que depois das ho- República.
Realizou-se no passado dia seus familiares e muitos ami-
13 de Setembro, num Restau- gos, assim como a alegria de,
rante do Parque de Sta Marta, mais uma vez, “aparecerem
na Ericeira, o habitual almoço- novas caras” as quais, até ago-
-convívio comemorativo do 36º ra, nunca tinham estado pre-
Aniversário da Incorporação sentes.
dos “Filhos da Escola” de Se- O convívio prolongou-se até
tembro de 1962. para além do “arriar da Ban-
A concentração realizou-se deira”, durante o qual houve o
junto ao Convento em Mafra, habitual “minuto de silêncio”
seguindo-se um período de em honra dos ex-colegas já
visitas aos locais de maior desaparecidos e o muito “lar- Para qualquer informação Rua Casal
interesse. gar de cabo” às recordações os interessados poderão con- dos Ninhos, 5
De salientar a comparência dos bons “velhos tempos”. tactar com: 2665 VENDA DO PINHEIRO
de largas dezenas de “Filhos Para o próximo ano espera- Arnaldo Batalha Duarte Telef: 01/9660594.
da Escola” acompanhados de -se novo convívio. Vivenda “Nosso Ninho”
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