Page 388 - Revista da Armada
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                                      A BANDA DA ARMADA E A EXPO ’98

           Terminada a EXPO, con-
         fesso humildemente que
         fiquei Expo-dependente.
           Não a pontos de ter que
         fazer uma cura de substi-
         tuição, mas suficientemente
         dependente para lhe sentir a
         falta.
           Atenuada, é certo, por uma
         mitigada abertura a curto
         prazo, mas, de qualquer mo-
         do, distinta do que ali se
         viveu durante os pouco mais
         de quatro meses da sua
         existência oficial.
           No último domingo em
         que esteve aberta (27 de Se-  foram ocupando o espaço  acabados de render pelo tur-  de agradecimento por se ter
         tembro se o meu calendário  sentado e o que à volta per-  no seguinte, em vez de irem  ali elevado o nome da Ma-
         está correcto) o pretexto foi  mitia ver o que no palco se  descansar ficaram a ouvir até  rinha. Para os que ali esta-
         uma actuação da Banda da  iria passar.               ao fim o concerto da Banda  vam, assistindo a este mo-
         Armada, precisamente num    O concerto começou. De   da Armada.                mento musical, mais que as
         dos melhores recintos “open  Banda inteira. Sem restrições  Cada número que acabava  outras missões que a
         air” do espaço dos Olivais: o  de pessoal, sobrecarregado  (e que esplêndida escolha de  Marinha desempenha com
         Palco do Bojador.         como se sabe, de outros con-  repertório) era um fervilhar  sentido patriótico, entrou-
           Que melhor casamento que  certos nesta época do ano.  de palmas e de gritos vito-  lhes na alma as notas de
         fazer ouvir a nossa Banda  Sonora.                   riando a Marinha.         música que os instrumentos
         num espaço com tal nome,    Vibrante. Com um ar de    Para quem nela vive,     verteram no ar e que os fize-
         evocativo das epopeias le-  simpatia que não era só da  foram momentos de alegria,  ram, mais uma vez, gostar
         vadas a cabo com cascas de  música. Era de todos os que a  satisfação e orgulho.  da Marinha.
         noz sem ar condicionado,  tocavam. Sorridentes, sem o  No termo da hora destina-  Disse alguém, nem me
         nem frigorífico, nem tele-  ar de frete que, quantas  da à actuação, houve que  lembro quem foi e nem isso
         visão.                    vezes, vemos nos que estão  contentar aquela mole imen-  me interessa, que “a Marinha
           A primeira surpresa tive-a  fartos de repetir aquilo que  sa de gente (tudo o que o  não gosta de gostar”.
         logo que, com a devida ante-  fazem hoje, amanhã e sem-  local comportava) com mais  Daqui digo que, se isso for
         cipação, me dirigi ao local do  pre. Para quem conhece o  dois números não previstos.   verdade, a Marinha tem que
         concerto para, aliviando os  espaço, sabe que este não é  Foi a primeira vez que, na  gostar de gostar.
         pés que já têm a minha    passível de recolhimento e  Expo, se viu um espectáculo  Tem de acarinhar sempre a
         idade, arranjar uma cadeira  silêncio.               não acabar à hora previa-  sua Banda para que estes
         onde descansasse o corpo.   Mas ali, naquele momento,  mente marcada.          momentos não sejam fortui-
           Uma hora antes estava   tudo isto existiu.          O abraço que poderia ser  tos e ocasionais.
         quase tudo ocupado.         No passadiço elevado que  de circunstância, depois da
           E à medida que o tempo  acompanhava a praça, os    função, não o foi.                     Salgado Soares
         foi passando, as pessoas  músicos de outras andanças,  Foi um abraço de alegria e                 CMG FZ


                                  ENCONTROS DE PSICÓLOGOS MILITARES
           No passado dia 22 de                                                           Através das várias expe-
         Julho, realizou-se o Encontro                                                  riências apresentadas foi
         de Psicólogos Militares, orga-                                                 possível aos intervenientes
         nizado pelo Gabinete de Es-                                                    conhecerem as importantes
         tudos de Psicologia da Arma-                                                   investigações e estudos em
         da, no Palácio de Seixas, em                                                   curso.
         Cascais, visando o intercâm-                                                     Destaca-se a boa aceitação
         bio de informação, no âmbito                                                   referida pelos representantes
         da cooperação inter-institu-                                                   dos diversos ramos, os quais
         cional e de permuta de experi-                                                 sublinharam a extrema im-
         ências profissionais.                                                          portância de eventos, como o
           Estiveram presentes elemen-                                                  agora realizado, para o incre-
         tos dos vários ramos das                                                       mento do papel do Psicólogo
         Forças Armadas – Marinha,                                                      e da Psicologia nas Forças
         Exército, Força Aérea e GNR –  de comunicação oral e posters  de discussão e troca de im-  Armadas, fazendo votos para
         tendo sido apresentados e dis-  expostos em painel. O Encon-  pressões a nível epistemológi-  o desenvolvimento dos con-
         cutidos trabalhos sob a forma  tro constituiu-se num forum  co e metodológico.  tactos estabelecidos.

         26 DEZEMBRO 98 • REVISTA DA ARMADA
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