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EXERCÍCIO UNIFIED ODYSSEY 02
          EXERCÍCIO UNIFIED ODYSSEY 02




         INTRODUÇÃO

           Durante o pretérito período que mediou os dias 28 de Janeiro e 6
         de Fevereiro, realizou-se, na Ilha do Porto Santo, um exercício
         NATO denominado Unified Odyssey 02. Este exercício teve como
         principais objectivos, por um lado,  proporcionar  treino à
         STANAVFORLANT (SNFL), no seu  papel de Maritime Immediate
         Reaction Force (MIRF),  no  âmbito de uma Non-Article 5 Crisis
         Response Operation nas suas componentes de Humanitarian
         Assistance e Disaster Relief (CRO HD/DR), por outro, o de preparar o
         RHQ SOUTHLANT para o planeamento e condução de uma ope-
         ração deste tipo e para exercer o respectivo controlo operacional de
         uma MIRF empenhada para esse efeito. O cenário criado consistiu
         na ocorrência de um desastre natural numa ilha denominada Ilha
         Dourada, provocado pela entrada em erupção de um vulcão que  A Força Naval fundeada na baía de Porto Santo.
         deu origem a fortes abalos sísmicos.
           Esta situação degradou as infra-estruturas de apoio existentes  - Fase 2 - Reconhecimento e processo de planeamento tácticos.
         localmente, motivando o pedido de auxílio por parte das autori-  - Fase 3 - Estabelecimento da força em terra.
         dades da ilha.                                       - Fase 4 - Sustentação.
                                                              - Fase 5 - Hand-over para as Follow on Forces  (FOF).
         FORÇAS E UNIDADES PARTICIPANTES                      - Fase 6  - Reembarque  de pessoal e material.

           A MIRF foi constituída pela SNFL, que incorporou  as fragatas  No dia 4 de Fevereiro, com o intuito de se  transmitir à opinião
         NRP VASCO DA GAMA (Flag Ship), FGS KARLSRUHE, SPS    publica o tipo de operações militares que actualmente a NATO leva
         REINA SOFIA, HMS NORFOLK e USS SAMUEL B ROBERTS,     a cabo, foi organizado um Distinguished Visitor Day (D.V. Day),
         tendo sido ainda reforçada pelo LPD SPS GALICIA, por um  onde o objectivo principal se centrou na  observação da capacidade
         pelotão português de Fuzileiros e por um pelotão espanhol de  que a Aliança possui  de planear e executar, através da flexibilidade
         Infantaria de Marinha.                               e mobilidade das suas Forças, operações  de carácter humanitário.
           O Comando Táctico desta força foi exercido pelo COMSTANAV-  Este dia contou  com a presença de altas entidades civis e mi-
         FORLANT (CSNFL) Comodoro Melo Gomes, que a partir de 31 de  litares, de onde se destacam as presenças do Secretário Regional
         Janeiro passou a ter como Flag Ship o SPS GALICIA.   dos Recursos Humanos, em representação do Presidente do
           A participação da Marinha foi ainda complementada com o  Governo Regional, do Vice-presidente da Assembleia Regional e do
         empenhamento das corvetas AFONSO DE CERQUEIRA e      Secretário Regional da Educação. O D.V. Day contou ainda com a
         AUGUSTO  CASTILHO, através do apoio logístico prestado no  presença,  entre outros, do General CEMGFA, Almirante CEMA,
         transporte de material diverso, com as várias  acções do  Instituto  General CEMFA, TGEN COFT e VALM CINCSOUTHLANT. Foi
         Hidrográfico no âmbito do Rapid Environmental Assessment (REA) e  dado especial relevo ao exercício de Mass Casualty Evacuation, onde
         através da participação de um oficial do Estado-Maior do  80 role players do exército foram evacuados do campo de apoio
         Comando Naval na célula do Distaff.                  humanitário, situado na localidade da Serra de Dentro, para bordo
                                                              do SPS GALICIA, através do emprego dos 8 helicópteros orgânicos
         EXECUÇÃO                                                 que estavam à disposição da força.
                                                                    Ainda neste dia e no mesmo local, realizou-se o  briefing ao
           A execução do exercício foi planeada  para             comando das FOF (personificado pelo Comandante
         decorrer em 6 fases, a saber:                            Operacional da Madeira) e procedeu-se  ao subsequente pro-
         - Fase 1 - Deployment para a área de operações e         grama do Hand-over.
           processo de planeamento operacional.                     Houve ainda a registar , a sempre agradável presença de
                                                                  cerca de 200 crianças das várias escolas da ilha, que, actuando
                                                                  também como role players,  tomaram assim contacto com as
                                                                  características das actuais missões da NATO, bem como, com
                                                                  o desempenho e  capacidades  das modernas  forças navais.
                                                                  No dia 8 de Fevereiro realizou-se o PXD, nas instalações do
                                                                CITAN, tendo sido presidido pelo CINCSOUTHLANT, VALM
                                                                Américo da Silva Santos.

                                                                CONCLUSÃO
                                                                  O Exercício  Unified Odyssey 02 decorreu com sucesso, tendo
                                                                sido atingidos os objectivos propostos. Além disso, o D.V. Day
                                                                demonstrou ser essencial como forma de veicular para a opinião
                                                                pública a importância do poder naval na resolução de uma crise
                                                                humanitária, onde a flexibilidade e as capacidades de sus-
                                                                tentação, improvisação e de adaptação foram, por demais, evi-
                                                                dentes.
         CSNFL e VALM CSL acompanham as altas entidades numa visita ao posto de comando
         em terra.                                                                            (Colaboração do Comando Naval)
                                                                                      REVISTA DA ARMADA • JUNHO 2002  23
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