Page 200 - Revista da Armada
P. 200

Dia da Mar



                                                        Dia da Marinha comemora um feito notável levado a cabo por Vasco da
                                                        Gama no final do século XV e recorda-nos o exemplo de uma missão
                                                 O cumprida com êxito, contra dificuldades que só muito poucos acredi-
                                                 tavam ser possível ultrapassar. Fazer uma viagem de Portugal até à Índia, com os
                                                 navios da época, com as dificuldades de abastecimento dos mesmos por um perío-
                                                 do que durou quase um ano, e com os parcos conhecimentos das condições físicas
                                                 e meteorológicas do espaço marítimo oriental, era, de facto, uma obra para gente
                                                 de grande vontade, espírito de sacrifício e fé nas suas capacidades. Por isso nos
                                                 cumpre honrar os portugueses que o conseguiram. E não haveria forma mais si-
                                                 gnificativa de o fazer do que reunir a família naval na mais significativa festa
                                                 anual, a festa do Dia da Marinha. Mas tem sido habitual que estes festejos sejam
                                                 levados aos mais diversos locais do país que, de algum modo, estão ligados à
                                                 nossa actividade marítima e onde esta comemoração tem um sentido que ultra-
                                                 passa as fileiras e extravasa para as populações, que têm correspondido em pleno,
                                                 participando com entusiasmo na nossa festa. O Dia da Marinha tem sido também
                                                 uma festa popular. E, aliás, com todo o sentido. Não só porque o carinho dos por-
                                                 tugueses pela sua Marinha é muito grande (e sentimo-lo muito bem, nos bons e
                                                 nos maus momentos), como pelo facto dos feitos que se comemoram serem – com
                                                 todo o direito – encarados como feitos do povo português no seu todo.
                                                 Infelizmente, a austeridade financeira que chegou à actividade operacional e aos
                                                 meios disponíveis, não podia deixar de se estender aos legítimos festejos, não nos
                                                 deixando levá-los tão longe quanto gostaríamos, sobretudo, partilhando-os com
                                                 mais gente – gente portuguesa, gente que ao mar tanto deu da sua vida, que nele
                                                 sofreu o que muito bem sabemos e que, naturalmente,  sente connosco a alegria de
                                                 mais um Dia da Marinha.
                                                   As Comemorações
                                                   As comemorações tiveram início com a inauguração, no dia 15 de Maio, na
                                                 Biblioteca Central da Marinha de uma exposição intitulada “Timor, cinco séculos
                                                 de presença”. A apresentação foi organizada em secções temáticas que envolvem:
                                                 “Timor na Cartografia – as primeiras imagens”; “Usos e costumes”; “História de
                                                 Timor”; “Mercadorias que valem em Timor”, um título que recorda a anotação de
                                                 Tomé Pires quando fala desta ilha na sua Suma Oriental (2ª década do sec. XVI); “A
                                                 Marinha em Timor”; e “Timor na escrita dos oficiais de Marinha”.
                                                   Durante o fim de semana de 18 e 19 de Maio tiveram lugar, no rio Tejo, regatas
                                                 de vela de diversas classes, algumas unidades navais estiveram abertas a visitas
                                                 públicas, e, no dia 19, realizou-se um concerto pela Banda da Armada, junto à
                                                 Torre de Belém.
                                                   No dia 20, pelas 10h30 foi celebrada missa na igreja dos Jerónimos pelo
                                                 Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, recordando todos os mi-
                                                 litares, militarizados e civis da Marinha mortos.
                                                   Naturalmente que o ponto alto foi a cerimónia Militar que teve lugar neste mesmo
                                                 dia 20, sob a presidência do Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. Paulo Sacadura
                                                 Cabral Portas, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. As Forças em Parada foram
                                                 comandadas pelo Cap. Frag. FZ Manuel Ferreira Campos; integrando a Banda da
   195   196   197   198   199   200   201   202   203   204   205