Page 272 - Revista da Armada

O tempo, inexorável, não
poupava uma estrutura que,
sendo provisória, nos anos
noventa era interiorizada
como definitiva e, ano após
ano, a caminho de três dé-
cadas, “definhava”, entran-
do numa degradação preo-
cupante que apontava para
a extrema necessidade da
sua substituição.
Assim, e como a sábia
cultura popular nos trans-
mite, «não há bem que não
acabe, nem mal que sempre
dure», finalmente, em 9 de
Março de 1999, através de
um Protocolo de acordo ce-
lebrado entre a Adminis-
tração do Porto de Lisboa,
S.A. (APL), representada
pela Engenheira Natércia
Cabral e pelo Engenheiro
Gomes Durão, respectiva-
mente, Presidente e Vogal Balcão de atendimento.
do respectivo Conselho de
Administração, e a Marinha, no acto repre- Lisboa, quiçá uma fénix renascida, não das Após a inauguração oficial, já invocada,
sentada pelo Almirante Nuno Gonçalo cinzas mas dos “escombros”. decorreram alguns meses, necessários para
a instalação de equipamentos,
montagem de mobiliário e para
uma transição consertada que,
não só permitisse um contínuo
funcionamento, como também
minorasse possíveis incómodos
aos utentes. Finalmente, em 3
de Dezembro de 2001, e após
mais de três décadas nas anti-
gas instalações, já bastante
degradadas e sem condições
mínimas de funcionamento e
atendimento público, a Capita-
nia do Porto de Lisboa e os
Comandos Regional e Local da
Polícia Marítima “abrem as
suas portas” no novo edifício.
Este marco histórico, como foi
desejo do Comandante Duarte

Vieira Matias, Chefe do Estado-Maior da
Armada, ficou definido que a APL proce-
deria, à sua custa, à construção de um
novo edifício, sua propriedade, cujo uso
cederia à Marinha, por concessão por
tempo indeterminado e mediante uma taxa
dominial, para instalação dos serviços da
Capitania do Porto de Lisboa, do Comando
Regional do Centro e do Comando Local
de Lisboa da Polícia Marítima. O final do
século e a transição de milénio encontra
Portugal numa das maiores viragens da sua
história, no dealbar de uma nova ordem
mundial e na emergência de uma nova
civilização global; no nosso “universo”
restrito encontra uma nova Capitania em Livro de Inscrição Marítima.

18 AGOSTO 2002 • REVISTA DA ARMADA