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RENDIÇÃO DE COMANDO NA ESCOLA NAVAL
Sob a presidência do Almirante Chefe do Estado-Maior da de Chefe do Estado-Maior da Arma-
Armada, decorreu no passado dia 20 de Junho a rendição do coman- da. Dirigir-se aos cadetes e aos alunos
do da Escola Naval. O CALM Carlos Alberto Viegas Filipe assumiu o da ESTNA, no particular momento
cargo anteriormente ocupado pelo VALM António Carlos Rebelo vivido pela Marinha, era algo que
Duarte, que exercia as funções desde 24 de Outubro de 2000. merecia o seu particular empenho,
A cerimónia protocolar teve lugar na parada da Escola, iniciando-se querendo transmitir-lhes uma men-
com a chegada do Almirante CEMA, cerca das 15h00. Foi recebido sagem de esperança e dizer-lhes que a
com honras militares prestadas pelo batalhão de alunos, a que se se- profissão que escolheram é relevante
guiram as palavras de despedida do comandante cessante. O VALM para o país e para a segurança, pro-
Rebelo Duarte, teve ocasião de se dirigir às entidades presentes, salien- gresso e bem estar dos seus cidadãos.
tando o “património acumulado de valores, princípios e aspirações” A cerimónia terminou com o des-
que a instituição centenária encerra, e que foram preservados por file do Batalhão Escolar e um “porto
todos os comandantes, com o intuito de “levar por diante o futuro da de honra” oferecido no átrio do
Marinha”. As sua palavras foram comovidas, revelando a forma emo- auditório da Escola Naval.
tiva como o cargo o tinha tocado e o que sentia na hora da despedida.
A todos desejou amplas felicidades, sem deixar de expressar ao seu O CALM Carlos Alberto Viegas Filipe nasceu em Faro em 1946, cidade onde viveu
sucessor “votos sinceros e amigos de ventos justos e mares favoráveis”. e estudou durante a sua juventude. Concluiu o curso de Marinha da Escola Naval em
Seguiu-se a leitura da ordem, com a transmissão formal do cargo, 1968, especializando-se em Artilharia. Prestou serviço a bordo de diversos navios da
expressa na passagem do guião heráldico da escola, e uma alocução do Armada e foi comandante do NRP “Cunene” e NRP “João Roby”.
De entre as várias funções desempenhadas em terra, salientam-se as de Director da
novo comandante. Expressando ao Chefe do Estado-Maior da Arma- Escola de Informações de Combate, Comandante do Grupo nº1 de Escolas da
da todo o seu empenhamento em contribuir para que a acção Armada, Chefe da Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada, e, já com o
desenvolvida pelos seus antecessores seja continuada, referiu o CAlm posto de CALM, foi Subchefe do Estado-Maior da Armada. Foi adjunto no Gabinete
Viegas Filipe o prosseguimento das acções que consubstanciam a responsável pelo levantamento do projecto das fragatas da classe Vasco da Gama,
chamada Reforma Curricular 2000 e a sequência das medidas com assessor do Governador de Macau, para a área de segurança, e professor no Instituto
vista à integração no sistema nacional de avaliação e classificação para Superior Naval de Guerra, na área de operações. No Estado-Maior da Armada
prestou serviço nas Divisões de Pessoal, Organização e Operações.
o ensino superior. Referiu a continuidade dos esforços no sentido da Possui os cursos Geral Naval de Guerra, Superior Naval de Guerra, e o Naval Staff
excelência académica, mas não deixou de salientar a necessidade de College, no Naval War College (Newport, Rhode Island, USA)
não “descurar as necessidades de formação que decorrem da própria Da sua folha de serviço constam diversos louvores e condecorações, de que se
especificidade associada à condição de marinheiro e de militar”. destacam quatro medalhas de Serviços distintos (grau prata), duas medalhas de
Mérito Militar, Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar, e duas medalhas
Falou depois o Almirante Mendes Cabeçadas, começando por comemorativas de campanhas no Ultramar e Macau.
referir que a sua presença na Escola ultrapassava o exercício protocolar
NOVO 2º COMANDANTE NAVAL E COMANDANTE DA FLOTILHA
Decorreu no passado dia 14 de Junho, no Cais de Honra da Base A cerimónia terminou com a alocução do VALM Silva Santos,
Naval de Lisboa a entrega de comando do cargo de 2º Comandante que expressou a sua confiança na capacidade do CALM Melo
Naval e Comandante da Flotilha, ao CALM Melo Gomes, renden- Gomes e na sua competência e dedicação dos seus subordinados a
do o VALM Silva da Fonseca. fim de continuar o excelente trabalho efectuado pelo VALM Silva
da Fonseca, e levar a Marinha a Bom Porto.
No fim da cerimónia, realizou-se um almoço volante no Salão
Nobre do Palácio do Alfeite.
O Contra-Almirante Fernando José Ribeiro de Melo Gomes após concluir o
curso da Escola Naval, foi promovido a Guarda-Marinha em Janeiro de 1969.
Especializou-se em Comunicações, tendo embarcado em diversas unidades
navais. Exerceu ainda os cargos de Comandante do draga-minas “Lagoa” e, poste-
riormente, do “Santa Cruz”, da corveta “João Roby” e da fragata “Corte Real”, de
Junho de 1994 a Novembro de 1996.
Participou em numerosos exercícios nacionais e internacionais, nomeadamente
três comissões na STANAVFORLANT, a última das quais como Comandante do
navio-chefe durante a operação SHARP GUARD.
Em terra, na área da sua especialidade, prestou serviço designadamente na
A cerimónia foi presidida pelo Vice-Almirante Silva Santos, Guiné, no Comando Naval, no Centro de Instrução de Táctica Naval (CITAN), e no
Comandante Naval, e contou com a presença de diversos convida- Estado-Maior da Armada.
De Novembro de 1981 a Março de 1986, exerceu funções na Casa Militar do
dos. O CALM Melo Gomes mostrou-se honrado com as novas Presidente da República, tendo sido designado, em 1991, ajudante de campo do
funções, referindo no seu discurso “este é, de facto, um dos cargos Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada.
que sendo daqueles que se desempenham em terra, mais se aproxi- Foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra em Setembro de 1996, exercendo
ma dos navios aos quais sempre me liguei ao longo do meu tempo então a direcção dos Centros de Instrução de Táctica Naval e de Guerra Electrónica.
Entre 1997 e 1999, comandou a Força Naval Portuguesa, participando em
de Marinha” salientando “encontro-me entre aqueles que acredi- numerosos exercícios de âmbito nacional e internacional, e exerceu o comando da
tam que como é uso dizer-se, os navios são a razão de ser da Componente Naval da Força de Recolha na República da Guiné-Bissau. Em 1999 foi
Marinha”. nomeado comandante da Força Naval da Europa EUROMARFOR, participando
Finalizou a sua alocução referindo “na diversidade de pensa- em exercícios no Atlântico e Mediterrâneo.
mento própria da nossa cultura, outra coisa não posso esperar de De Março de 2001 a Abril de 2002 comandou a STANAVFORLANT, tendo
então sido, pela primeira vez, empregue numa operação de Art.º V do Tratado de
todos se não a unidade na doutrina e na acção em ordem a este Washington. Ao longo da sua carreira, o CALM Melo Gomes recebeu diversos lou-
objectivo. É isso que espero de vós e é isso que devem, esperar e vores e condecorações.
exigir de mim”.
REVISTA DA ARMADA • AGOSTO 2002 23