Page 40 - Revista da Armada
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Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas
O que pensava
da Marinha
El-Rei D. Carlos
• O oficial da Armada é um tipo «sui
generis» na família militar.
• Têm um pavoroso receio do ridículo.
• São extremamente ciosos da sua
corporação; jamais abdicam desse
princípio.
• Tímidos em convívio estranho, são
extremamente honestos e cumprem
zelosamente a sua missão.
• Extremamente vaidosos no uniforme
e nas tradições que a ele se ligam.
• Ter espírito naval é cumprir a missão
sem alardes, e nisso dão exemplo
severo entre si.
• Extremamente mordazes quando
reunidos e se referem a outrem que
não pertença à Armada.
• Não conheci até hoje (1901) nenhum
que se tenha «cortado» em qualquer
departamento.
Foto - Colecção Eduardo Portugal - Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
• Não são monárquicos mas cumprem
melhor no serviço do que muitos que afirmam sê-lo.
• Formam sempre em grupo separado quando há cumprimentos no Paço.
• Protegem o marujo até aos últimos extremos, mas quando este prevarica são inflexíveis nos
castigos que aplicam.
• Não admitem interferências estranhas à Armada.
• O grau de aprumo do marujo corresponde ao zelo do oficial que o comanda, um é o espelho
do outro.
• São exemplares na limpeza dos navios e no asseio das praças. Estas quando não têm que
fazer - lavam-se.
• Não admitem que a alimentação das praças seja de má qualidade e quando tal sucede tornam-se
solidários com elas. No verdadeiro sentido são no fundo condutores de homens, razão porque o
marujo se bate bem.
• Sendo uma corporação mais pequena que o Exército, a sua manutenção é dispendiosa pela dispersão
de meios a empregar nas diferentes missões de soberania no Ultramar, mas acalenta-nos o ânimo
quando do esforço dispendido a missão se cumpre.