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Homenagem da Figueira da Foz ao
           Homenagem da Figueira da Foz ao


               Comandante Baldaque da Silva
               Comandante Baldaque da Silva



               a continuidade da                                                           hoje o conhecemos. Somos, assim,
               linha de acção es-                                                          permanentemente, construtores
         Ntratégica empreen-                                                               de uma mobilização colectiva em
         dida pela Comissão Cultu-                                                         torno da nossa terra e do seu de-
         ral no sentido de divulgar                                                        senvolvimento. Baldaque da Silva
         a Marinha de forma descen-                                                        contribuiu para esse objectivo, e é,
         tralizada geograficamente,                                                         por isso e assim, da maior justiça
         associando-se à evocação de                                                       esta simples mas sentida e solene
         marinheiros ilustres, realiza-                                                    homenagem que lhe prestamos no
         ram-se no Centro de Artes                                                         centésimo quinquagésimo aniver-
         e Espectáculos da Figueira                                                        sário do seu nascimento e reiterou
         da Foz, no passado dia 5 de
         Abril, as comemorações dos
         150 anos do nascimento do
         Comandante Artur Baldaque   Mesa que presidiu à sessão solene.
         da Silva, (1853-1915), distinto
         engenheiro hidrógrafo que executou notáveis estudos técnicos relacio-
         nados com aquela cidade.
           Na presença do Presidente da Câmara Municipal, Engº. Duarte Silva
         e do  Chefe do Estado-Maior da Armada, ALM Vidal Abreu, acompa-
         nhados de entidades locais, oficiais da Armada e vários convidados,
         nomeadamente a Srª D. Zita Vilhena, neta do homenageado e a sua úl-
         tima descendente em linha directa, foi inaugurada uma exposição de
         aguarelas de espécies da fauna marítima.
           Na ocasião o Presidente da Comissão Cultural, CALM Leiria Pinto,
         em breves palavras, referiu-se ao livro “O Estado Actual das pescas em
         Portugal”, obra-prima do Comandante Baldaque, editado em 1891, cujo   O Almirante CEMA e o Presidente da Câmara inauguram a exposição.
         texto é enriquecido pela inclusão de gravuras ilustrando exemplares
         da fauna marítima e afirmou que as aguarelas expostas eram as que  a vontade e o interesse da Figueira da Foz em estar em grande articulação com a
                                      deram origem a essas gravu-  Marinha e em tudo o que respeita a actividade e autoridade marítima, já que a
                                      ras, sendo pela primeira vez  cidade nasceu e desenvolveu-se por ser um porto de mar e o seu desenvolvimento
                                      patentes ao público.    e diferenciação competitiva a essa potencialidade continua ligada.
                                        O Director do Museu de Ma-  A finalizar a sessão solene o ALM CEMA, engenheiro hidrógrafo
                                      rinha, CMG Beça Gil, agrade-  como foi o Comandante Baldaque, considerou este ter sido um marinhei-
                                      ceu então às pessoas que com  ro com enorme sensibilidade para os assuntos do Mar, um político, e sobretudo
                                      ele colaboraram na concreti-  um hidrógrafo, especialidade que também cumpri com devoção, e que por isso
                                      zação do evento, esclarecen-  ainda mais me compromete com esta homenagem. Referindo-se às ligações entre
                                      do que um coleccionador,  a Marinha e a Figueira salientou que a Capitania do Porto da Figueira da Foz,
                                      após ter lido na “Revista da  criada em 30 de Agosto de 1839, espelha bem os apertados laços que se foram
                                      Armada” um artigo sobre a  tecendo entre esta cidade e a Marinha. Depois de sublinhar que a atribuição,
                                      obra do Comandante Balda-  recente, à Capitania do Porto da Medalha de Ouro da Cidade, é bem a prova
                                      que, que incluía a reprodução  dessa gratidão e do reconhecimento público com que a autarquia vem brinda-
                                      de algumas gravuras nela con-  do a Marinha. De igual, muito nos sensibiliza esta homenagem a um dos mais
                                      tidas, deu conhecimento ao Di-  notáveis oficiais da nossa Armada. Terminou as suas palavras declarando:
                                      rector da Revista da Armada  a Figueira sabe que os seus filhos sempre puderam contar com a Marinha, nas
                                      que era possuidor das agua-  boas e más obras. A Marinha sabe bem que terá sempre na Figueira um porto
                                      relas originais, as quais, con-  de abrigo. Como hoje está a suceder.
                                      siderada a sua qualidade e o   Concluída a sessão solene o conferencista procedeu ao lançamento do
                                      seu significativo valor históri-  seu livro “Baldaque da Silva: um olhar completo” que, editado pela autar-
         co, foram adquiridas pela Marinha.                   quia da Figueira da Foz, faz parte da colecção “Cadernos Municipais”.
           Seguiu-se a sessão solene iniciada por uma conferência proferida pelo   Após o jantar efectuou-se, no grande auditório do Centro, um con-
         1TEN Jorge Moreira Silva, que consistiu numa exaustiva referência bio-  certo da Banda da Armada, cuja parte inicial do programa foi dirigida,
         gráfica do homenageado, tendo sido destacada não só a sua vida como  em primeira audiência pública, pelo STEN MUS Délio Gonçalves e a
         ilustre marinheiro, hidrógrafo e político como também as suas vastas e  segunda parte pelo Subchefe da Banda CTEN MUS Carlos Ribeiro. A
         importantes obras de carácter técnico hidrográfico/oceanográfico e os  pedido do numeroso e entusiástico público presente foi executada, extra-
         projectos de pescas e estudos de pescas e de âmbito portuário.  -programa, a “Marcha do Vapor”, peça musical da autoria de um popu-
           Posteriormente o Presidente da autarquia figueirense, depois de enal-  lar compositor figueirense, tendo a audição terminado, sob os aplausos
         tecer a figura do homenageado, afirmou que à Câmara Municipal importa  da assistência, com a famosa “Marcha dos Marinheiros”.
         preservar a memória daqueles que fizeram obra, que construíram , que ajuda-                            Z
         ram, ao longo dos anos, a fazer a Cidade e o Concelho da Figueira da Foz como   (Colaboração da Comissão Cultural da Marinha)

         20  MAIO 2003 U REVISTA DA ARMADA
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