Page 166 - Revista da Armada
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Homenagem da Figueira da Foz ao
Homenagem da Figueira da Foz ao
Comandante Baldaque da Silva
Comandante Baldaque da Silva
a continuidade da hoje o conhecemos. Somos, assim,
linha de acção es- permanentemente, construtores
Ntratégica empreen- de uma mobilização colectiva em
dida pela Comissão Cultu- torno da nossa terra e do seu de-
ral no sentido de divulgar senvolvimento. Baldaque da Silva
a Marinha de forma descen- contribuiu para esse objectivo, e é,
tralizada geograficamente, por isso e assim, da maior justiça
associando-se à evocação de esta simples mas sentida e solene
marinheiros ilustres, realiza- homenagem que lhe prestamos no
ram-se no Centro de Artes centésimo quinquagésimo aniver-
e Espectáculos da Figueira sário do seu nascimento e reiterou
da Foz, no passado dia 5 de
Abril, as comemorações dos
150 anos do nascimento do
Comandante Artur Baldaque Mesa que presidiu à sessão solene.
da Silva, (1853-1915), distinto
engenheiro hidrógrafo que executou notáveis estudos técnicos relacio-
nados com aquela cidade.
Na presença do Presidente da Câmara Municipal, Engº. Duarte Silva
e do Chefe do Estado-Maior da Armada, ALM Vidal Abreu, acompa-
nhados de entidades locais, oficiais da Armada e vários convidados,
nomeadamente a Srª D. Zita Vilhena, neta do homenageado e a sua úl-
tima descendente em linha directa, foi inaugurada uma exposição de
aguarelas de espécies da fauna marítima.
Na ocasião o Presidente da Comissão Cultural, CALM Leiria Pinto,
em breves palavras, referiu-se ao livro “O Estado Actual das pescas em
Portugal”, obra-prima do Comandante Baldaque, editado em 1891, cujo O Almirante CEMA e o Presidente da Câmara inauguram a exposição.
texto é enriquecido pela inclusão de gravuras ilustrando exemplares
da fauna marítima e afirmou que as aguarelas expostas eram as que a vontade e o interesse da Figueira da Foz em estar em grande articulação com a
deram origem a essas gravu- Marinha e em tudo o que respeita a actividade e autoridade marítima, já que a
ras, sendo pela primeira vez cidade nasceu e desenvolveu-se por ser um porto de mar e o seu desenvolvimento
patentes ao público. e diferenciação competitiva a essa potencialidade continua ligada.
O Director do Museu de Ma- A finalizar a sessão solene o ALM CEMA, engenheiro hidrógrafo
rinha, CMG Beça Gil, agrade- como foi o Comandante Baldaque, considerou este ter sido um marinhei-
ceu então às pessoas que com ro com enorme sensibilidade para os assuntos do Mar, um político, e sobretudo
ele colaboraram na concreti- um hidrógrafo, especialidade que também cumpri com devoção, e que por isso
zação do evento, esclarecen- ainda mais me compromete com esta homenagem. Referindo-se às ligações entre
do que um coleccionador, a Marinha e a Figueira salientou que a Capitania do Porto da Figueira da Foz,
após ter lido na “Revista da criada em 30 de Agosto de 1839, espelha bem os apertados laços que se foram
Armada” um artigo sobre a tecendo entre esta cidade e a Marinha. Depois de sublinhar que a atribuição,
obra do Comandante Balda- recente, à Capitania do Porto da Medalha de Ouro da Cidade, é bem a prova
que, que incluía a reprodução dessa gratidão e do reconhecimento público com que a autarquia vem brinda-
de algumas gravuras nela con- do a Marinha. De igual, muito nos sensibiliza esta homenagem a um dos mais
tidas, deu conhecimento ao Di- notáveis oficiais da nossa Armada. Terminou as suas palavras declarando:
rector da Revista da Armada a Figueira sabe que os seus filhos sempre puderam contar com a Marinha, nas
que era possuidor das agua- boas e más obras. A Marinha sabe bem que terá sempre na Figueira um porto
relas originais, as quais, con- de abrigo. Como hoje está a suceder.
siderada a sua qualidade e o Concluída a sessão solene o conferencista procedeu ao lançamento do
seu significativo valor históri- seu livro “Baldaque da Silva: um olhar completo” que, editado pela autar-
co, foram adquiridas pela Marinha. quia da Figueira da Foz, faz parte da colecção “Cadernos Municipais”.
Seguiu-se a sessão solene iniciada por uma conferência proferida pelo Após o jantar efectuou-se, no grande auditório do Centro, um con-
1TEN Jorge Moreira Silva, que consistiu numa exaustiva referência bio- certo da Banda da Armada, cuja parte inicial do programa foi dirigida,
gráfica do homenageado, tendo sido destacada não só a sua vida como em primeira audiência pública, pelo STEN MUS Délio Gonçalves e a
ilustre marinheiro, hidrógrafo e político como também as suas vastas e segunda parte pelo Subchefe da Banda CTEN MUS Carlos Ribeiro. A
importantes obras de carácter técnico hidrográfico/oceanográfico e os pedido do numeroso e entusiástico público presente foi executada, extra-
projectos de pescas e estudos de pescas e de âmbito portuário. -programa, a “Marcha do Vapor”, peça musical da autoria de um popu-
Posteriormente o Presidente da autarquia figueirense, depois de enal- lar compositor figueirense, tendo a audição terminado, sob os aplausos
tecer a figura do homenageado, afirmou que à Câmara Municipal importa da assistência, com a famosa “Marcha dos Marinheiros”.
preservar a memória daqueles que fizeram obra, que construíram , que ajuda- Z
ram, ao longo dos anos, a fazer a Cidade e o Concelho da Figueira da Foz como (Colaboração da Comissão Cultural da Marinha)
20 MAIO 2003 U REVISTA DA ARMADA