Page 237 - Revista da Armada
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Estação Radionaval “Comandante Nunes Ribeiro”
          Estação Radionaval “Comandante Nunes Ribeiro”

          – 50 Anos ao serviço das Comunicações da Armada –
          – 50 Anos ao serviço das Comunicações da Armada –


                                                      1ª Parte

               Estação Radionaval “ Comandante Nu-                              Os cinquenta anos que passaram, desde a
               nes Ribeiro” comemora cinquenta anos                           fundação da Estação Radionaval “ Comandan-
         A  de existência. São cinquenta anos ao ser-                         te Nunes Ribeiro”, leva-nos não só a reflectir nas
         viço das comunicações na Armada. Cinquenta                           profundas mudanças que desfilam diante de nós,
         anos de progresso, de sucessivos avanços tecno-                      mas também a lembrar o caminho que até aqui foi
         lógicos, de adaptações constantes.                                   trilhado pelas Comunicações na Armada.
           De facto, se houve sector onde a tecnologia                          As centrais transmissora de Monsanto e recep-
         tem mais evoluído é, seguramente, o campo das                        tora de Algés, que constituem a Estação Radiona-
         comunicações. Vive-se uma autêntica revolução                        val “ Comandante Nunes Ribeiro”, são um pro-
         tecnológica, que cria fossos entre gerações, que                     duto de uma longa evolução tecnológica, que a
         afasta civilizações e povos, que desequilibra as                     Armada percorreu ao longo de mais dum século.
         relações entre nações, que desenha novos equilí-                     As primeiras experiências radotelegráficas datam
         brios geo-estratégicos. Estamos num Mundo em                         de 15 de Janeiro de 1901, entre o Castelo de S. Jor-
         mutação, mágico, dominado pelo desafio das ino-                       ge e Palmela; ao que se seguiram outras, no ano
         vadoras tecnologias da informação e das comu-                        seguinte, entre o cruzador “S. Gabriel”, que nesse
         nicações. As profundas mudanças, que   resul-                        mesmo ano iniciara uma primeira volta ao mun-
         tam da nova Sociedade da Informação, convivem                        do, e  a Escola Prática de Torpedos e Electricidade
         quotidianamente connosco, afectando tanto os                         de Vale de Zebro, local onde estava instalado um
         comportamentos das sociedades como a gestão                          transmissor de faísca, de 1,5 KW e meio. Segun-
         dos problemas Mundiais, num Globo transfor-                          do alguns autores esta data pode ser considerada
         mado numa singular comunidade. O que nos   Comandante Nunes Ribeiro.  como o início formal das rádio-comunicações em
         reserva o futuro? Que mudanças? Como será a                          Portugal. Entretanto, um pouco mais tarde, nos
         Sociedade Pós-Industrial?                            cruzadores “D. Carlos”, “República”, “Vasco da Gama” e “S. Rafael” foi
           A aquisição, armazenamento, valorização, transmissão, dissemina-  mantido equipamento semelhante, sendo de salientar que em 1910, um
         ção e troca de informação através das redes digitais de processamento  outro aparelho passou a funcionar na Casa da Balança.
         de informação, terá inevitáveis consequências nas formas de organi-  Em 12 de Julho de 1916 no posto de Monsanto um transmissor de faisca
         zação social.                                        de 5 Kw, embrião do que seria a Estação Radionaval começa a operar.











































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