Page 234 - Revista da Armada
P. 234
Reflexões sobre a Saúde Naval
Reflexões sobre a Saúde Naval
ealizou-se no passado dia 30 de Maio, no produção, explicado por
Salão Nobre do Hospital da Marinha, o Pai- múltiplas razões já sufi-
Rnel “Reflexões sobre a Saúde Naval”. cientemente identificadas,
Da iniciativa da Direcção do Serviço de o Hospital da Marinha ne-
Saúde, o painel foi presidido pelo Vice-Almi- cessita, no curto prazo, de
rante Superintendente dos Serviços do Pesso- um apoio decidido, e inse-
al, e contou com a presença de vários Oficiais rido na problemática dos en-
Generais e Oficiais Superiores, para além dos cargos com a saúde supor-
Chefes dos Serviços do HM e dos Chefes dos tados pela Marinha.
Departamentos do CMN. O CMG FN Tomé dos
Após uma breve Alocução de Abertura do Reis, Chefe da Repartição
CALM Director do Serviço de Saúde, o CMG dos Serviços de Farmácia
MN Cardoso Tavares, Director do Centro de Me- da DSS, apresentou o tema
dicina Naval, abordou o tema “O CMN no con- “Contributos para uma nova
texto da Saúde Naval”. política do Medicamento”. Assistência ao Painel sobre a Saúde Naval.
Começou por recordar os objectivos que ins- Após descrever as tenta-
piraram a criação do CMN: a coordenação e a tivas que, ao longo de um decénio, procuraram Ao CMG MN Teles Martins, Subdirector do
dinamização da prestação de cuidados de saúde racionalizar, no âmbito do Serviço Nacional de HM, competiu apresentar a comunicação “Evo-
primários nas Unidades, e a implementação, no Saúde, os gastos na área do Medicamento, defi- lução do SNS e do Ensino Médico. Implicações
CMN, de departamentos de medicina ocupacio- niu as presentes preocupações da Marinha nessa para a Saúde Naval”.
nal e de medicina operacional. matéria, sobretudo no que respeita à gestão dos Realçadas as actuais fraquezas do SNS, ditadas
consumos e aos inerentes cus- não só por fortes constrangimentos mas também
tos financeiros. por carências de pessoal e assimetrias na sua distri-
Realçou, então, as iniciati- buição, considerou que a mudança, já em marcha,
vas já tomadas na reformula- é indispensável, embora susceptível de gerar uma
ção das Instruções Técnicas instabilidade penalizadora para a qualidade do SNS,
Sobre Medicamentos e Apó- e até ameaçadora para a sua sobrevivência.
sitos, seja quanto ao modelo Para a Saúde Naval, a instabilidade potencial
de Requisição Médica Interna no sector do pessoal do SNS pode prefigurar, ad-
e às tabelas de medicamen- mitiu, uma oportunidade para adequar o recru-
tos a fornecer, seja quanto ao tamento às necessidades.
registo e controlo dos respec- Porém, sublinhou, a Saúde Naval vale por si,
tivos consumos. pelo que, desenvolvendo as suas especificidades
Por fim, afirmou a sua con- e criando áreas de excelência técnico-científica,
vicção de que caminhamos terá seguramente um futuro melhor.
para uma harmonização das A última comunicação, “Saúde Naval: Estrutu-
comparticipações da ADMA ra. Recursos. Futuro”, foi apresentada pelo CMG
com as do SNS/ADSE, mas MN Barata Valério, Chefe da Repartição de Re-
CMG’s MN’s Cardoso Tavares e Goulart Porto. salientou que o incremento cursos Humanos da DSS.
das dispensas de medica- Nela, e após se enumerarem as principais
Após percorrer os principais aspectos da activi- mentos nas Delegações Farmacêuticas da Ma- carências com que se debate a Saúde Naval
dade normal do Centro que dirige, enumerou as rinha, cujo reapetrechamento é urgente, poderá na área do Pessoal, foi abordada a temática da
metas a atingir no futuro: optimização do apoio atenuar os efeitos dessa tendência. Reestruturação da Saúde Militar, sobretudo no
médico-sanitário às actividades operacionais
(através da formação complementar do pesso-
al de saúde nas vertentes médico-militares e em
emergência médica), inserção de metodologias
de qualidade na prestação de cuidados de saúde,
e implementação do serviço de saúde ocupacio-
nal a todos os níveis da Marinha.
Na comunicação seguinte, “Hospital da Ma-
rinha. Uma análise de produção hospitalar”,
o Director do HM, CMG MN Goulart Porto,
analisou exaustivamente os diversos aspectos
quantitativos e qualitativos da produção do nos-
so Hospital, inserindo essa análise na realidade
dos recursos actualmente disponíveis.
Considerando o HM como o orgão nuclear do
sistema de saúde naval, elegeu a batalha da qua-
lidade da produção como sendo a via capaz de
sedimentar a confiança dos seus utentes.
Terminou afirmando que, a atravessar um pe-
ríodo algo arrastado de alguma quebra da sua CMG MN Teles Martins. CMG FN Tomé dos Reis.
16 JULHO 2003 U REVISTA DA ARMADA