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Reflexões sobre a Saúde Naval
            Reflexões sobre a Saúde Naval



              ealizou-se no passado dia 30 de Maio, no  produção, explicado por
              Salão Nobre do Hospital da Marinha, o Pai-  múltiplas razões já sufi-
         Rnel “Reflexões sobre a Saúde Naval”.  cientemente identificadas,
           Da iniciativa da Direcção do Serviço de  o Hospital da Marinha ne-
         Saúde, o painel foi presidido pelo Vice-Almi-  cessita, no curto prazo, de
         rante Superintendente dos Serviços do Pesso-  um apoio decidido, e inse-
         al, e contou com a presença de vários Oficiais  rido na problemática dos en-
         Generais e Oficiais Superiores, para além dos  cargos com a saúde supor-
         Chefes dos Serviços do HM e dos Chefes dos  tados pela Marinha.
         Departamentos do CMN.                O CMG FN Tomé dos
           Após uma breve Alocução de Abertura do  Reis, Chefe da Repartição
         CALM Director do Serviço de Saúde, o CMG  dos Serviços de Farmácia
         MN Cardoso Tavares, Director do Centro de Me-  da DSS, apresentou o tema
         dicina Naval, abordou o tema “O CMN no con-  “Contributos para uma nova
         texto da Saúde Naval”.             política do Medicamento”.  Assistência ao Painel sobre a Saúde Naval.
           Começou por recordar os objectivos que ins-  Após descrever as tenta-
         piraram a criação do CMN: a coordenação e a  tivas que, ao longo de um decénio, procuraram   Ao CMG MN Teles Martins, Subdirector do
         dinamização da prestação de cuidados de saúde  racionalizar, no âmbito do Serviço Nacional de  HM, competiu apresentar a comunicação “Evo-
         primários nas Unidades, e a implementação, no  Saúde, os gastos na área do Medicamento, defi-  lução do SNS e do Ensino Médico. Implicações
         CMN, de departamentos de medicina ocupacio-  niu as presentes preocupações da Marinha nessa  para a Saúde Naval”.
         nal e de medicina operacional.     matéria, sobretudo no que respeita à gestão dos   Realçadas as actuais fraquezas do SNS, ditadas
                                                         consumos e aos inerentes cus-  não só por fortes constrangimentos mas também
                                                         tos financeiros.       por carências de pessoal e assimetrias na sua distri-
                                                          Realçou, então, as iniciati-  buição, considerou que a mudança, já em marcha,
                                                         vas já tomadas na reformula-  é indispensável, embora susceptível de gerar uma
                                                         ção das Instruções Técnicas  instabilidade penalizadora para a qualidade do SNS,
                                                         Sobre Medicamentos e Apó-  e até ameaçadora para a sua sobrevivência.
                                                         sitos, seja quanto ao modelo   Para a Saúde Naval, a instabilidade potencial
                                                         de Requisição Médica Interna  no sector do pessoal do SNS pode prefigurar, ad-
                                                         e às tabelas de medicamen-  mitiu, uma oportunidade para adequar o recru-
                                                         tos a fornecer, seja quanto ao  tamento às necessidades.
                                                         registo e controlo dos respec-  Porém, sublinhou, a Saúde Naval vale por si,
                                                         tivos consumos.       pelo que, desenvolvendo as suas especificidades
                                                          Por fim, afirmou a sua con-  e criando áreas de excelência técnico-científica,
                                                         vicção de que caminhamos  terá seguramente um futuro melhor.
                                                         para uma harmonização das   A última comunicação, “Saúde Naval: Estrutu-
                                                         comparticipações da ADMA  ra. Recursos. Futuro”, foi apresentada pelo CMG
                                                         com as do SNS/ADSE, mas  MN Barata Valério, Chefe da Repartição de Re-
         CMG’s MN’s Cardoso Tavares e Goulart Porto.     salientou que o incremento  cursos Humanos da DSS.
                                                         das dispensas de medica-  Nela, e após se enumerarem as principais
           Após percorrer os principais aspectos da activi-  mentos nas Delegações Farmacêuticas da Ma-  carências com que se debate a Saúde Naval
         dade normal do Centro que dirige, enumerou as  rinha, cujo reapetrechamento é urgente, poderá  na área do Pessoal, foi abordada a temática da
         metas a atingir no futuro: optimização do apoio  atenuar os efeitos dessa tendência.  Reestruturação da Saúde Militar, sobretudo no
         médico-sanitário às actividades operacionais
         (através da formação complementar do pesso-
         al de saúde nas vertentes médico-militares e em
         emergência médica), inserção de metodologias
         de qualidade na prestação de cuidados de saúde,
         e implementação do serviço de saúde ocupacio-
         nal a todos os níveis da Marinha.
           Na comunicação seguinte, “Hospital da Ma-
         rinha. Uma análise de produção hospitalar”,
         o Director do HM, CMG MN Goulart Porto,
         analisou exaustivamente os diversos aspectos
         quantitativos e qualitativos da produção do nos-
         so Hospital, inserindo essa análise na realidade
         dos recursos actualmente disponíveis.
           Considerando o HM como o orgão nuclear do
         sistema de saúde naval, elegeu a batalha da qua-
         lidade da produção como sendo a via capaz de
         sedimentar a confiança dos seus utentes.
           Terminou afirmando que, a atravessar um pe-
         ríodo algo arrastado de alguma quebra da sua   CMG MN Teles Martins.  CMG FN Tomé dos Reis.

         16  JULHO 2003 U REVISTA DA ARMADA
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