Page 89 - Revista da Armada
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que comandava uma carga dada por uma Cunha, que já combatera em 91 e 94, toma novas acções são desencadeadas sendo
companhia de europeus e uma de landins, a parte das acções de Oio, Farim e Caió. Mais comandante da esquadrilha de lanchas o
cavalo e de cachimbo na boca, dando provas tarde governador desta província, sendo já 1º tenente Joaquim Botelho da Costa. Toma
da maior heroicidade. Pela sua acção recebe cavaleiro da Torre e Espada, é feito oficial da ainda parte nas operações o 2º tenente
o grau de cavaleiro da Torre e Espada. mesma ordem. Taborda de Azevedo e Costa, agora ajudante
Em 1903, o 2º tenente, Augusto Metzener Em 1901, é nomeado governador da do governador.
torna a ter acção de relevo no comando do Guiné um dos guardas-marinhas da cam- Na Índia, em 1895, o 1º tenente Luís
Salvador Correia, na campanha do Bailundo. panha de 1891, o 1º tenente Joaquim Pedro Caetano Pereira, como comandante da
Na Guiné e na campanha de 1891, contra Vieira Júdice Bicker. Durante o período do esquadrilha de operações nos rios Mandovy
os balantas, distinguem-se os tenentes seu governo dirige a primeira campanha e Zuary e o 2º tenente Augusto Metzner que
Salazar Moscoso, Cristiano de Sena Barcelos, contra o gentio de Oio. É condecorado com a comanda o rio Lima, servem debaixo de
Álvaro Herculano da Cunha, João Baptista comenda da Torre e Espada sendo feitos ordens do infante D. Afonso. Seriam agracia-
Ferreira e Hopper Clemente Gomes e os cavaleiros da mesma ordem o 1º tenente dos com o grau de cavaleiro da Torre e
guardas-marinhas Joaquim Júdice Bicker, Bernardo Moreira, comandante da “Cacon- Espada, pelo seu serviço em campanha.
Augusto Metzener e Flávio Moreira da go” e o 2º tenente Pimenta de Miranda que
Fonseca. comandava a “Flecha”. A. Almeida Brandão
Em 1894, contra os papeis de Bissau, dis- Em 1904, sob a égide de novo governador, CALM
tinguem-se igualmente o 1º tenente Álvaro e em acções contra os manjacos do Xuro
Herculano da Cunha, então comandante da tomam parte também Bernardo Moreira e o N.R. Por lapso de que somos os primeiros a
esquadrilha de lanchas e os segundos- 2º tenente Taborda de Azevedo e Costa, este lamentar, na Revista da Armada n.º 359 –
DEZ02, o artigo “O Colégio Militar e a Marinha”
-tenentes Filipe Dias de Carvalho, António último comandante das lanchas “Farim” e (1ª parte) saiu incompleto pelo que neste
Ladislau Parreira e Augusto José Fragoso “Cacheu”. É então cavaleiro da Torre e número da R. A. se refaz, acrescentando os gru-
Pereira. Serão todos agraciados com o grau Espada. pos 4 e 5.
de cavaleiro da Torre e Espada. Em 1912, já no regime republicano e go- Pelo facto, sempre desagradável, pedimos
Em 1896, novamente Herculano da vernando a Guiné outro oficial da Armada, desculpa ao autor e aos nossos leitores.
ACADEMIA DE MARINHA
1º Centenário da Morte
1º Centenário da Morte
de Mouzinho de Albuquerque
de Mouzinho de Albuquerque
o âmbito da recordação de
Mouzinho de Albuquerque por
Nocasião da evocação do 1º centenário
do seu falecimento em 1902, a Academia de
Marinha realizou uma sessão cultural no pas-
sado dia 17DEZ02, na qual se abordou o
tema “A acção da Marinha em Moçambique,
no tempo de Mouzinho de Albuquerque”.
Na mesa da presidência encontravam-se à
direita do Presidente da Academia, CALM
ECN Rogério d’Oliveira, o TGEN Vizela
Cardoso, Director do Instituto de Altos
Estudos Militares e a Professora Doutora
Raquel Soeiro de Brito, Vice-Presidente da
Academia de Marinha (classe de Artes, Mesa da presidência.
Letras e Ciências) e à esquerda o TGEN
Sousa Meneses um dos Vice-Presidente da Seguidamente e após uma breve apre- que, no entanto, realizavam esforços
Sociedade de Geografia e o Secretário-Geral sentação de cada um dos conferentes, usou impressionantes.
da Academia de Marinha. da palavra o CALM Almeida Brandão que O orador seguinte, o Prof. Castelo Branco,
Foram oradores o convidado CALM abordou os acontecimentos militares em dentro da mesma temática orientou a sua
António Horta Galvão de Almeida Brandão e Moçambique que antecederam o acto de intervenção no sentido de descrever a acção
o académico Professor Fernando Castelo audácia de Mouzinho, em Chaimite, e da Marinha, em Moçambique, ao longo dos
Branco, Vice-Presidente da Academia de ainda dentro da governação de cerca de rios Limpopo, Incomáti e Inharrime e do seu
Marinha (classe de História Marítima). um ano do comissário-régio António Enes, esforço no espírito de colaboração com as
Aberta a sessão pelo Presidente da no relatório do qual baseou o conferente unidades do Exército, apoiando estas com
Academia, este referiu-se em termos gerais uma parte da sua intervenção abordando uma logística adequada e patrulhando os
ao ambiente político interno e internacional as boas impressões que a colaboração da rios, tarefa esta indispensável a uma boa paci-
no qual se verificaram todas as movimen- Marinha naquela campanha tinham provo- ficação e consolidação da autoridade política
tações e ambições coloniais nos fins do século cado ao comissário-régio, nos seus esforços sobre aquele território, principalmente das
XIX e transição para o século XX, bem como a de pacificação nos extensos territórios áreas anteriormente sublevadas.
participação da Marinha, embora com parcos dominados pelo régulo Gungunhana e
recursos, nas campanhas de África. tudo a despeito dos fracos recursos navais (Colaboração da Academia de Marinha)
REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2003 15