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ACADEMIA DE MARINHA


                                 Sessões Culturais
                                 Sessões Culturais


               o passado dia 25 de Maio realizou-se                            so, tendo em conta o elevado prestígio de que gozava
               na Academia de Marinha, uma ses-                                junto dos responsáveis dessas instituições”.
         Nsão cultural presidida pelo VALM                                       A sua nova história sobre Macau é de índole
         Ferraz Sacchetti, Presidente da Academia,                             monumental pois abrange mais de 50 mil pági-
         tendo sido orador o académico Dr. Isaú San-                           nas. Recebeu o P  Teixeira inúmeras distinções
                                                                                           e
         tos que dissertou sobre ”O Padre Manuel Tei-                          e prémios, tendo-o a Santa Sé distinguido com
         xeira”, que foi membro emérito da Academia                            o título de “Monsenhor”, sendo ainda membro
         de Marinha e realizou, em Macau, no segundo                           de várias instituições científicas e estrangeiras.
         quartel do séc. XX, a sua formação académica                            Regressou de Macau em 2001, com 89 anos
         e eclesiástica, tendo recebido as ordens meno-                        e terminou os seus dias, em 2003, “na Casa de
         res do então Bispo de Macau, D. José da Costa                         Santa Marta, em Chaves , instituição que ajuda
         Nunes, que, mais tarde, viria a ser Arcebispo                         a erguer e a manter”.
         de Goa e Patriarca da Índia e, por fim, Cardeal                          Nesta sessão cultural encontravam-se presen-
         da Cúria Romana. Ao longo da sua vida de-                             tes muitos convidados, militares e civis, ligados
         sempenhou uma série de funções eclesiásticas  em Macau, a docência no Colégio de S. José, na  à vida de Macau e que conheceram o P Teixeira,
                                                                                                          e
         em Macau, Singapura e Malaca, não deixando  Escola Comercial Pedro Nolasco da Silva e no  tendo sido feitas várias perguntas ao orador o
         nunca contudo de investigar e escrever sobre  Liceu Infante D. Henrique. Aquele sacerdote  qual esclareceu, por exemplo, que o seu enorme
         temas históricos e da Igreja Católica relacio-  transmontano foi autor de muitos livros e de  espólio cultural foi entregue ao Centro Científi-
         nados com a presença portuguesa no Oriente  centenas de artigos em língua portuguesa e in-  co e Cultural de Macau, em Lisboa.
         (China, Japão, Coreia, Timor, Malaca, Singapu-  glesa em variadas revistas e jornais de Macau,   Aproveitou-se esta sessão para a AM apre-
         ra, Filipinas, Vietname, Laos, Birmânia e Tai-  Portugal e Estrangeiro, para o que “vasculhou os  sentar uma pequena mostra de livros e docu-
         lândia). O orador referiu ainda ter exercido,  arquivos públicos e privados, para ele de fácil aces-  mentos ligados à sua vida e obra.  Z



              m 30 de Maio perfizeram-se                                               passar a constituir, uma incontorná-
              150 anos após o nascimento                                              vel referência a quem quiser estu-
         Edo Comandante Wenceslau                                                     dar o Japão actual e compreender
         José de Sousa Moraes, razão pela                                             o seu povo.
         qual a AM se associou à comemora-                                              Seguiu-se no uso da palavra o Em-
         ção desta efeméride com uma sessão                                           baixador F. Reino que se referiu ao
         solene realizada em 31MAI2004.                                               facto do falecido Embaixador Vírgi-
           Presidiu à sessão o ALM CEMA, à                                            lio Armando Martins, seu primo-ir-
         direita do qual se sentaram o Dr. Hi-                                        mão, ter nascido em Trás-os-Montes
         deichiro Hamanaka, Embaixador do                                             (Moncorvo), citando aspectos da sua
         Japão e a Dra. Celina Veiga de Olivei-                                       vida estudantil em Coimbra, onde se
         ra, proprietária e gerente da Editorial Tágide  homenageados: W. Moraes e Martins Janeira,  licenciou em Direito e do facto de ter acrescen-
         e, à esquerda, a Vice-Presidente e o Presidente  agradecendo então à Marinha e em particular à  tado, mais tarde, ao seu nome “Janeiro, como ho-
         da Academia de Marinha.            AM, a hospitalidade com que sempre a tinham  menagem a sua Mãe e depois ter passado a Janeira
           Este último abriu a sessão referindo-se ao  recebido e o bom acolhimento e apoio que ti-  por obra e graça da fonética japonesa”.
         facto de se aproveitar a comemoração da efe-  nham proporcionado a esta edição.  Referiu-se ao longo percurso da vida daquele
         méride para o académico Prof. Dr. João Paulo   Terminou a intervenção agradecendo em  Embaixador, rica de realizações mas também de
         de Oliveira e Costa proceder também ao lan-  nome da Editorial Tágide a presença do Em-  frustrações “num esforço permanente de compreen-
         çamento do livro “Sushi Bar-Nós e os Japone-  baixador do Japão “porque entende que ele teste-  der Portugal e os portugueses, outros Povos, outras
         ses” da autoria do Arq. Kol de Carvalho que,  munha a forte ligação entre o Japão e Portugal, que  Civilizações, outras Culturas, outras Religiões”.
         durante vários anos, foi adido cultural, junto  o livro, aliás, documenta magistralmente”.  A terminar, abordou o sonho de M. Janeiro
         da nossa Embaixada em Tóquio, livro este lan-  O Embaixador do Japão usou então da pa-  “transformar Portugal na porta de entrada do Japão
         çado pela Editorial Tágide.        lavra, tendo-se exprimido parte em português  na Europa” e ter ainda sonhado em “ transferir o
           Nesta sessão, acrescentou o Presidente, ha-  e o restante em inglês, agradecendo o convi-  milagre japonês para Portugal”, agradecendo por
         veria ainda a conferência do convidado Embai-  te da Marinha para se encontrar presente e  fim em nome da Família e da Viúva presente
         xador Fernando Reino sobre “Armando Mar-  enaltecendo o interesse de W. Moraes sobre  a homenagem que hoje tinha sido proporcio-
         tins Janeira – proseiro invulgar e um exemplo  o Japão, país este que tanto interessou o nos-  nada áquele “filho do Felgar”.
         a seguir”, pois o falecido Embaixador Janeira,  so orientalista.        O auditório encontrava-se repleto de mem-
         à semelhança de W. Moraes, foi um diplomata   Seguidamente, o académico Prof. Dr. Olivei-  bros da Academia e convidados ligados à vida
         que se dedicou ao estudo do Japão e também  ra e Costa fez a apresentação do autor do livro,  diplomática e aos estudos orientais, bem como
         da obra de W. Moraes.              pormenorizando aspectos do interesse que o  Família do Arq. Kol de Carvalho e do Embai-
           Usou, então, da palavra a Dra. Celina Vei-  autor sempre demonstrou em conhecer e com-  xador Martins Janeiro.
         ga que se referiu á homenagem em curso aos  preender o povo japonês, junto do qual exerceu,   Foi feita uma pequena mostra de livros e do-
         “dois vultos da cultura portuguesa, dois diploma-  durante 12 anos, funções diplomáticas, lá per-  cumentos sobre W. Moraes, gentilmente cedi-
         tas e dois escritores, cuja vida está indelevelmente  manecendo ainda hoje, mas agora em funções  dos pela BCM e pelo ACM, tendo sido igual-
         marcada pelo Japão”.               docentes na Universidade de Tóquio.  mente exposta a fotografia da sua escrivaninha
           Abordou o tema do livro que ia ser lançado   Citou aspectos de alguns dos capítulos do  existente no MM.  Z
         e referiu-se ao seu autor e ligou este aos dois  livro em lançamento e exprimiu a opinião de   (Colaboração da Academia de Marinha)

         16  SETEMBRO/OUTUBRO 2004 U REVISTA DA ARMADA
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