Page 371 - Revista da Armada

Alocução do
Alocução do
Almirante CEMA
Almirante CEMA

“Marinheiros que nos façam merecer o reconhecimento e
A cerimónia que hoje celebramos, como é respeito de outras Marinhas de dimensão muito
do conhecimento geral, destina-se a assinalar superior, como já vem sucedendo.
o início dum novo ciclo de actividade opera- Assim continuará em 2005.
cional. Serve a mesma para também reconhe- A componente operacional é o cerne da Ma-
cer publicamente o trabalho desenvolvido, rinha. Nela incluo, necessariamente, a Autori- Entrega de condecorações.
num misto de balanço do que foi realizado dade Marítima, o Instituto Hidrográfico e todos
e de preparação do futuro. Serve ainda para os que tantas vezes, fora da luz da ribalta, são
prestar homenagem aos que já partiram de o suporte directo de toda a sua acção.
entre nós e distinguir os que, ainda presentes, A componente operacional tem vindo a
mais se destacaram. Tendo ganho já lugar per- tornar-se mais eficaz e eficiente, o que em
manente no calendário da programação das si é muito positivo. Treinar como no com-
actividades da Marinha, a abertura do ano bate e combater como no treino é um prin-
operacional constitui ainda uma excelente cípio orientador que nos deve fazer reflectir
oportunidade para que o CEMA possa trans- na forma como conduzimos os nossos exer-
mitir directamente a um grande número de cícios, e no realismo que lhe imprimimos.
pessoas da Marinha o seu pensamento. Com humildade, temos que continuar a
Vai assim criando forma uma nova opor- interiorizar as lições aprendidas nos múlti-
tunidade de comunicação anual (esta feita plos exercícios que realizamos e temos que
dentro de casa) em complementaridade à eliminar progressivamente as falhas e insu-
que o Dia da Marinha proporciona (essa ficiências recorrentes, procurando melhorar Entrega de condecorações.
feita na cidade escolhida e partilhada com sempre a qualidade das nossas prestações.
os seus munícipes). Só assim poderemos rentabilizar e justificar
O balanço feito pelo ALM CN é recon- todo o investimento que é feito na área do
fortante e motivador. treino, lembrando-nos sempre qual a sua fi-
Temos razões para estar orgulhosos do nalidade última.
dever cumprido. Numa envolvente opera- Nestes dois últimos anos foi dada uma
cional complexa e muitas das vezes impre- elevada prioridade à renovação dos meios
visível, a Marinha tem conseguido dar pron- navais, o que, com o imprescindível apoio
ta resposta e manifestar grande flexibilidade do Governo, permitiu ver já assinados os
e capacidade de adaptação. contratos para os dois primeiros pares de
E muitas têm sido as frentes de actuação Patrulhas Oceânicos e ainda o dos Subma-
com níveis de exigência elevados, nem sem- rinos, bem como ver confirmada a vinda de
pre do conhecimento público. Refiro-me à 2 fragatas “Oliver Perry” que, após moderni-
participação na STANAVFORLANT e nos zação, colmatarão uma enorme lacuna do Alocução do VALM Comandante Naval.
exercícios próprios da Marinha, ou a convite Sistema de Forças Nacional - a capacidade
de outras Marinhas, bem demonstrativos da de defesa aérea de área. Simultaneamente,
credibilidade de planeamento, da capacida- prosseguiu a bom ritmo o reequipamento
de de execução de missões reais e do nível dos Fuzileiros e Mergulhadores, cuja rea-
do nosso treino; às viagens de instrução que lidade nada tem a ver com a existente na
aumentaram significativamente a sua dura- década de 90. Espero que ao longo do pró-
ção para melhor preparação dos cadetes; ao ximo ano operacional se possa assistir à as-
dispositivo onde a Marinha, mesmo com li- sinatura de um contrato quadro que garanta
mitações, mantém presença constante; aos a construção de mais 6 Patrulhas Oceâni-
índices de fiscalização notáveis nas águas de cos e 5 Lanchas de Fiscalização Costeiras,
interesse nacional do Continente, Madeira e substituindo assim, progressivamente, as já
Açores; às diversas presenças navais longe das idosas mas tão úteis corvetas, bem como os
nossas águas, como ainda hoje está a suceder, sempre disponíveis “Cacine”, presença in-
e que exemplificam o entrosamento operacio- dispensável no Norte e na Madeira, ao lon-
nal cada vez maior e melhor entre Fuzileiros e go de décadas. Espero, também, ao longo
Mergulhadores com as Unidades Navais. do próximo ano ver assinar o contrato do
Em 2005 continuará a ser assim. Navio Polivalente Logístico, elemento nu-
Como já o disse no passado, estou convicto clear do Sistema de Forças e componente
que vamos fazer mais fazendo melhor, e vamos essencial para a operação conjunta com os
fazer mais fazendo o mais importante. Conti- outros Ramos.
nuaremos a alimentar e a justificar os êxitos re- Tudo o que vos tem sido anunciado tem
centes que os nossos navios têm obtido no ex- sido felizmente cumprido, mantendo-se de
terior, continuaremos a manter a qualidade do pé a total renovação da componente essen-
treino da esquadra, resultado do papel crucial cialmente militar da esquadra até 2010,
que a Flotilha desempenha neste domínio, e completando-se a restante até 2015. Conti-
continuaremos a propugnar por desempenhos nua a haver, pois, razões para acreditar. Alocução do ALM CEMA.
REVISTA DA ARMADA U DEZEMBRO 2004 9