Page 308 - Revista da Armada
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vegação e adjunto ao Oficial de Quarto à  to) ao dispositi-
         Ponte, com responsabilidades na manobra e  vo naval na ZEE
         segurança do navio. Estas viagens têm, natu-  dominada por
         ralmente, especificidades que remontam ao  Portugal. Reali-
         século XVIII, e ao início da implementação  zaram-se exer-
         de um ensino náutico com características  cícios de táctica
         científicas, técnicas e práticas. Nessa altu-  naval, manobra
         ra como hoje, a Marinha disponibilizava os  e evoluções, de
         seus navios para embarcar os alunos, futu-  comunicações,
         ros oficiais. Ontem como hoje, o esforço  etc, com o navio
         financeiro que a Armada despende na rea-  da Armada Espa-
         lização de tais viagens, que levam os navios  nhola “Pizarro”,
         e respectivas guarnições ao estrangeiro, é  efectuando-se
         justificado por constituir uma componente  tiro com arma-
         essencial e indispensável da formação do  mento portátil
         Oficial da Marinha. Contactar com outras  e com as peças
         culturas, com outros povos, com outras  de 40 mm pos-  NRP “Cte João Belo”.
         realidades, com outras marinhas, tornou-  teriormente. Fi-
         se uma necessidade para aqueles a quem  nalmente, a che-
         caberá a chefia e a liderança na Marinha.  gada a Leixões
         Quer isto dizer, que este tipo de experiên-  deu-se a 8 de
         cia cria uma maior abertura e propensão  Julho. Dois dias
         dos militares da Marinha para adoptarem os  depois já os na-
         “conceitos” da modernidade, ampliarem os  vios largavam
         seus horizontes de conhecimento, e ganha-  cabos para seguir
         rem experiências para as suas futuras fun-  a derrota que os
         ções de comando, direcção ou chefia.  levaria à cidade
           Desta vez, as duas corvetas citadas leva-  de “La Coruña”
         ram os cadetes a Casablanca, no período de  (a 14 de Julho),
         22 a 25 de Junho. Os alunos do 3.º ano da  importante porto
         Escola Naval tiveram então oportunidade de  cantábrico. Entre
         trocar experiências com os cadetes marro-  14 e 18 de Julho
         quinos da “École Royale Navale”. Seguiu-se  os navios estive-  NRP “Cte Sacadura Cabral”.
         um torneio desportivo e uma visita guiada  ram ali atracados sendo a estadia uma jus-  e o aperfeiçoamento dos conhecimentos
         àquela instituição de ensino, à Mesquita  ta “recompensa” para a guarnição, após  técnico-navais e militares adquiridos, não
         “Hassan II” e à fragata que ostenta o mes-  mais um ano operacional desenvolvido  perdendo de vista a adaptação à vida no
         mo nome, e com a qual foi, posteriormente,  com grande empenho, esforço e trabalho,  mar e a liderança de  grupos ou equipas de
         efectuado um exercício naval. De regres-  na vigilância das águas nacionais. Ambos  militares em ambiente real. Os cadetes, no
         so a águas territoriais nacionais, os navios  os navios estiveram abertos a visitas, ten-  fim da viagem, ficaram com conhecimentos
         aportaram no Funchal, entre 29 de Junho e  do-se as normais actividades de protocolo  mais profundos sobre o funcionamento e as
         2 de Julho. O próximo destino seria o porto  e cerimonial marítimo previstas designada-  competências dos diversos departamentos
         de Leixões. Mas no trânsito para esse porto  mente, cumprimentos em terra, retribuição  e serviços técnicos de bordo; sobre a orga-
         nortenho as duas unidades navais atracaram  a bordo, etc.             nização do navio na situação de atracado
         por curtos períodos de tempo nos portos de    Quatro dias depois, o regresso a Lis-  e a navegar; sobre as funções  do Oficial de
         Sines e Portimão. Entretanto, os navios pas-  boa, onde a viagem terminou, no dia 21  Quarto à Ponte; sobre as funções  do Ofi-
         saram a assegurar as funções de SAR, no dia  de Julho.                cial de Acção Táctica; sobre as funções  do
         3 de Julho. Mais uma oportunidade para os                             Oficial de Dia à Unidade, etc.
         cadetes presenciarem “in loco” as missões  4.º ANO – CURSO “VALM ALFREDO   O embarque do curso “VALM Alfredo Bo-
         atribuídas (fiscalização, busca e salvamen- BOTELHO DE SOUSA”          telho de Sousa” processou-se em dois na-
                                                               Os cadetes do  vios da esquadra: o N.R.P. “Cte João Belo” e
                                                             quarto ano efectu-  o N.R.P. “Cte Sacadura Cabral”, no período
                                                             am uma viagem de  de 17 de Março a 13 de Abril de 2006. Os
                                                             instrução cujo ob-  alunos finalistas da Escola Naval, tiveram
                                                             jectivo é a prática  oportunidade de participar num exercício
                                                             de  actividades de  que envolveu diversos navios da esquadra
                                                             natureza  operacio-  aeronaves da Força Área Portuguesa e 10
                                                             nal tão próximas  navios estrangeiros, das marinhas de Espa-
                                                             quanto possível da   nha, Inglaterra, Alemanha, França, Turquia
                                                             formação ministra-  e Canadá e que foi designado por “SWOR-
                                                             da aos futuros ofi-  DFISH O6”.
                                                             ciais,  capazes de   Concluída a participação no exercício
                                                             integrar a guarnição  “SWORDFISH O6”, as fragatas “Cte João
                                                             de um navio em to-  Belo” e “Cte Sacadura Cabral”, visitaram
                                                             das as facetas da sua  ainda  Portimão, onde permaneceram dois
                                                             actuação. Por isso,  dias. A viagem terminou na BNL no dia 16
                                                             a viagem de instru-  de Maio.
                                                             ção, teve objectivos                              Z
                                                             abrangentes e es-                Carlos Manuel Valentim
         Visita à École Royale Navale de Casablanca.         senciais, a aplicação                           1TEN

         18  SETEMBRO/OUTUBRO 2006 U REVISTA DA ARMADA
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