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EXERCÍCIO LUSÍADA 062
EXERCÍCIO LUSÍADA 062
ealizou-se no período de 6 a 15 de No- de Aveiro, previa a inserção de Pára-quedistas mularam a embaixada portuguesa, e que foi
vembro de 2006, o exercício “Lusíada no aeroporto e de Fuzileiros nas instalações assegurada também pelos Fuzileiros.
R062”, cujo objectivo foi testar a execu- portuárias da capital desse território fictício, A componente naval da força conjunta, que
ção de uma operação de evacuação de por si só tinha capacidade para evacuar
cidadãos portugueses não combatentes cerca de 430 cidadãos, foi comandada
num qualquer território, devido a uma si- pelo CMG Correia Andrade, que foi apoia-
tuação de conflito interno nesse país fictí- do por um estado-maior embarcado, era
cio que colocava em perigo a integridade composta pelos NRP “Vasco da Gama
física daquelas pessoas. (navio-chefe), NRP “Comandante João
Para tal efeito, foi constituída uma força- Belo”, NRP “João Roby”, NRP “Bacamar-
tarefa conjunta de 900 militares dos três ra- te” e NRP “Bérrio”, pela Companhia de
mos das FA’s, à qual se associaram elemen- Fuzileiros nº 21 (à qual foram agregados
tos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, meios de apoio de fogos e de desembar-
do Instituto Nacional de que), e ainda por uma equipa de mergulha-
Emergência Médica e do dores-sapadores, num total de 664 militares
Ministério dos Negócios da Armada, que consti tuíam cerca de três
Estrangeiros, e que en- tendo sido instalados quartos dos efectivos da força conjunta.
trou no país em causa naqueles locais dois Para além dos objectivos específicos, o exer-
mediante autorização Centros de Coorde- cício constituiu-se também numa excelente
expressa dada pelo go- nação de Evacuados oportunidade de teste da capacidade naval de
verno local. (CCE), podendo ver-se sustentação logística das forças desembarcadas
Tendo em vista apoiar na imagem o CCE ins- a partir exclusivamente do mar, e relevando o
a evacuação dos cida- talado pela Marinha na seu cariz iminentemente expedicionário.
dãos tanto por via aérea como por via maríti- Praia do Farol. Do cenário do exercício cons- Z
ma, o exercício, que se desenrolou na região tava ainda a segurança às instalações que si- (Colaboração do Comando Naval)
O N.R.P. “Baptista de Andrade” em Cabo Verde
O N.R.P. “Baptista de Andrade” em Cabo Verde
á a manhã do dia 12 de Agosto ia adiantada durante a missão, embarcaram dois inspecto- Durante as patrulhas semanais, ao largo das
quando o N.R.P. “Baptista de Andrade” lar- res-adjuntos e um inspector-principal, do Ser- ilhas conhecidas como da Morabeza, foi em-
Jgou rumo à República de Cabo Verde, para viço de Estrangeiros e Fronteiras, dois agentes barcada uma equipa de vistoria da Guarda Cos-
uma missão de cooperação internacional com da Polícia Marítima, e uma equipa de aborda- teira de Cabo Verde composta por seis militares
a duração de 45 dias. Inserida na “Operação gem dos Fuzileiros. e chefiada pelo capitão Santana, representante
HERA II”, da Agência Europeia de Gestão da autoridade marítima. No decurso des-
da Cooperação Operacional nas Fronteiras tas patrulhas foram vistoriadas ou identifi-
Externas (FRONTEX), a missão do N.R.P. cadas todas as embarcações detectadas na
“Baptista de Andrade” compreendia a pa- área de operações definida pelo centro de
trulha das águas territoriais de Cabo Verde coordenação de Tenerife e pelo CN, sem
no sentido de contribuir para o controlo das que tenham surgido qualquer indicio no
vagas de imigrantes clandestinos que têm respeitante a imigração ilegal.
chegado ao arquipélago das Canárias. Esta Em 16 de Setembro, com o navio a cum-
operação conjugou, para além do navio prir um período de descanso e reabasteci-
português, meios da Guarda Civil Espanho- mento no Porto Grande, Mindelo, ilha de
la, da Guarda Costeira Italiana, e um avião S. Vicente, contando com a presença do
de patrulha marítima Finlandês que patru- Comandante Naval em representação do
lharam simultaneamente as áreas que lhe CEMA, foi assinado, a bordo, pelos Minis-
estavam atribuídas ao longo das costas do Visita da Ministra da Defesa de Cabo Verde. tros da Defesa de ambos os países, o tratado
Senegal, Mauritânia e Canárias. O centro de O primeiro contacto com o território de Cabo de cooperação entre Portugal e Cabo Verde que
coordenação da operação foi estabelecido em Verde aconteceu no dia 18 de Agosto, dia da enquadrará futuras missões de patrulha conjunta
Tenerife, Canárias, local onde têm chegado mi- atracação na Cidade da Praia, ilha de Santiago. das águas sob jurisdição de Cabo Verde.
lhares de imigrantes ilegais provenientes, na sua No dia 21 de Agosto, ainda com o navio A visita do navio a Portos de Cabo Verde
grande maioria, de países africanos. atracado na Cidade da Praia e antes de iniciar permitiu à guarnição usufruir de períodos de
A partida foi precedida por uma visita a bordo o patrulhamento das águas cabo-verdianas, foi lazer, em que foi possível constatar a arte de
do MDN, Prof. Dr. Nuno Severiano Teixeira que, recebida a bordo a Ministra da Defesa de Cabo bem receber das populações locais – a já re-
nas palavras proferidas à guarnição, mencionou Verde. Nas palavras proferidas aos órgão de co- ferida Morabeza - e ainda conhecer as princi-
a importância da participação do combate às municação social que acompanharam a visita, pais atracções turísticas e históricas, como as
novas ameaças, vindas do exterior, cujas fron- a Ministra salientou a satisfação em poder con- paradisíacas praias da Ilha do Sal, o campo
teiras se estendem para longe das fronteiras po- tar com um meio naval que lhe permita exer- de prisioneiros políticos do Tarrafal na Ilha de
líticas, salientando o interesse do país em parti- cer, de forma mais eficaz, a soberania do Esta- Santiago ou a beleza verdejante e inesperada
cipar na operação internacional “HERA II” e, ao do nas águas sob sua jurisdição, combatendo da Ilha de Santo Antão.
mesmo tempo, colaborar com um Estado amigo ou dissuadindo qualquer actividade ilícita, para Z
no exercício da soberania nas suas águas. além dos objectivos já delineados no âmbito da (Colaboração do Comando
A bordo, com o objectivo de prestar apoio operação HERA II. do NRP “Baptista de Andrade”)
10 JANEIRO 2007 U REVISTA DA ARMADA