Page 4 - Revista da Armada
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ENTREGA DO N.R.P. “ARPÃO”

Amanheceu frio, muito frio…                 de submarinos, Portugal veria em mui-
          Amanheceu frio, como frio ama-    to aumentada a sua capacidade naval e
          nhecera durante as seis longas    abrir-se-lhe-ia todo um espectro de no-
semanas que tinham passado na Norue-        vas missões, referindo nomeadamente
ga treinando e, antes delas, durante a      a observação e a vigilância de extensas
anterior estadia em Kiel, para o treino a   áreas marítimas.
cais.
                                               A terminar a sua intervenção, louva-
   Amanheceu, pois, frio, um frio insis-    ria o trabalho de todos os elementos da
tente e cortante, a contrastar com o calor  Marinha Portuguesa envolvidos no pro-
que lhes advinha da excitação, do clímax    jecto – elementos da missão de acompa-
associado ao grande momento que se          nhamento e fiscalização, guarnições dos
preparavam para viver.                      dois navios, formandos em geral – pelo
                                            profissionalismo e espírito de colabora-
   Porque hoje era o seu dia, o tão an-     ção demonstrados.
siado dia em que, culminando um lon-
go processo de aprendizagem que para           As últimas palavras seriam dedica-
alguns se iniciara em 2007, iriam tomar     das, outra coisa não seria de esperar,
finalmente posse daquele que consi-         à guarnição do N.R.P. “Arpão”; diria.
deravam já o “seu navio” e que dali a       “(…) God bless the boat and the Crew. We
momentos renasceria, qual Fénix, como       wish N.R.P. “Arpão” all time safe voyages
N.R.P. “Arpão”.                             and happy returns.(…)”.

   Ali estavam, já formados e perfilados,      De seguida discursaria o CALM Lan-
grupo de serviço à parte, quando à hora     ge. Após agradecer o convite endereça-
aprazada, 1030 (hora local), os primeiros   do à “Bundesmarine” para estar presente
convidados começaram a chegar.              na cerimónia, felicitando a Marinha de
                                            Guerra Portuguesa pela novel unidade,
   No ar ecoavam os acordes dos trechos     referindo a sua importância no contribu-
musicais executados pela “Schleswig-        to de Portugal para a NATO e para a EU
-Holstein Polizei Big Band”, distraindo os  no que ao controlo das linhas de comu-
corpos do frio e aquecendo os espíritos.    nicação marítimas e ameaças que sobre
                                            elas impendem, concerne.
   As altas individualidades convida-
das, de entre as quais se destacam: o          Colocando-se, e à assistência, a ques-
Ministro Conselheiro da Embaixada de        tão de qual a necessidade, no mundo de
Portugal em Berlim, Dr. Albuquerque         hoje, de submarinos convencionais, ela-
Moniz, o ALM Chefe do Estado-Maior          boraria uma série de considerandos jus-
da Armada, o VALM Superintendente           tificativos: Destacamos:
dos Serviços do Material, o VALM Co-        - A contínua concentração das popula-
mandante Naval, e o CALM Heinrich           ções junto ao litoral;
Lange, Vice-chefe do Estado-Maior da        - A alteração, a que se assiste durante
“Bundesmarine”, começaram a chegar ao       os últimos 20 anos, da área de actuação
recinto onde decorreria a cerimónia pou-    destas plataformas, determinando-lhes
co faltava para as 1100; ocuparam os seus   missões cada vez mais junto a terra, num
lugares e deu-se início à cerimónia com a   quadro de operações de vigilância e re-
execução de um pequeno trecho musical.      colha de informação, bem como de apoio
                                            a missões executadas por contingentes
   Terminado este, prontamente discur-      de forças especiais;
sou o Sr. Andreas Burmester. Começaria      - A elevada discrição dos modernos subma-
por dar as boas-vindas aos convidados,      rinos, associada à miríade de sensores que
destacando em particular o ALM CEMA,        transportam e que lhes permite efectuarem
o CALM Vice-CEMA da “Bundesmarine”          vigilância para além do seu horizonte e,
e o Dr. Albuquerque Moniz.                  em “tempo real” passar os dados reco-
                                            lhidos para as estruturas em terra ou a
   Referiu depois o orgulho, paternal       outras forças navais em cooperação.
como afirmou, com que todos na HDW
viam mais um “filho” dar os primeiros          O CALM Lange findaria o discurso
passos e ganhar a sua independência,        dirigindo ao “Arpão” e à sua guarniçao:
juntando-se à sua nova família, a Mari-     “(…) fair winds, following seas and always a
nha de Guerra Portuguesa.                   safe and sound return to her homeport(…)” .

   Após partilhar algumas reflexões so-        Terminado o discurso, pouco passava
bre os pilares que considera como fun-      das 1130 locais, a Big Band da Polícia do
damentais na sustentação de uma ma-         Estado de “Schleswig-Holstein” executa-
rinha que se queira projectar no futuro,
considerou, que com esta nova classe

4 FEVEREIRO 2011 • REVISTA DA ARMADA
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