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REVISTA DA ARMADA | 483
material que permitiria a continuação de ataques por aquele gru-
po de piratas e foram identificados biometricamente os suspei-
tos piratas. Também nas missões ISR3 a possíveis campos piratas
na costa da Somália o emprego do helicóptero revelou-se deter-
minante. O objetivo destas missões era identificar locais de apoio
logístico, facilidades de comunicações e material ligado à pirata-
ria, confirmar as posições de navios pirateados, observar as roti-
nas nos locais selecionados, como a movimentação de pessoas e
meios de transporte, padrões de comportamento económico-so-
cial, e efetuar recolha de imagem para posterior análise.
Outras ações antipirataria se seguiram, de outubro de 2009
a janeiro de 2010, pelo helicóptero embarcado na Álvares Ca-
bral, desta vez o “Rogue”, na então denominada Operação
Ocean Shield, resultando também na interrupção de 2 ataques.
De março a agosto de 2011, desta vez na Operação Atalanta, da
União Europeia, integrando a força EUNAVFOR sob Comando Notas
Português, e embarcado no navio chefe NRP Vasco da Gama, o
helicóptero orgânico “Bacardi” foi de novo empregue em interce- 1 Denominação atribuida ao destacamento de helicópteros embarcado que serve tam-
ção de embarcações ligadas a atividades de pirataria, proteção às bém de indicativo de chamada ao próprio helicóptero.
equipas de abordagem e ISR. As missões de combate à pirataria 2 Skiff designação dada a pequenas embarcações de boca aberta, com motores fora de
entretanto continuaram, de novo na Operação Ocean Shield em borda, típicas da região do Golfo de Áden e Bacia da Somália, usadas para navegação de
2011 e em 2012, com o destacamento de helicópteros embarca- cabotagem para transporte de pessoas e bens, pesca, etc.
do “Fenix”, e ainda na Operação Atalanta com o destacamento 3 ISR (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance): Missões de recolha de informação
de helicópteros “Playboy”, embarcado na Álvares Cabral, navio (ex. imagem) para efeitos de análise, vigilância e reconhecimento.
chefe da EUNAVFOR, de novo sob Comando Português.
As missões antipirataria vieram mais uma vez demonstrar a já
conhecida versatilidade do helicóptero Lynx Mk95, e a sua adap-
tabilidade a um novo cenário de operações, com outras exigên-
cias táticas. De realçar também a capacidade demonstrada pe-
los militares envolvidos de, num curto espaço de tempo, edificar
uma nova valência, a M3M, e preparar as tripulações para o seu
emprego.
Gomes Brás
CTEN
MARÇO 2014 5